sábado, 14 de agosto de 2010

Pai Nosso de São Lucas


O Pai Nosso de cada dia (59)

Enquanto Mateus apresenta o Pai Nosso num contexto literário que não é o seu, e adianta cronologicamente a situação mo mesmo, Lucas, sem precisar a topografia, dá a razão porque Cristo ensina esta oração. Ao terminar um dia em oração, um dos discípulos pediu-lhe que lhes ensinasse a orar, como João Baptista fizera aos seus.
A recensão desta oração em Lucas é muito breve.
Lucas omite depois de Pai, o termo Nosso, possivelmente para evitar nos seus leitores de gentilidade a impressão de uma oração limitada a um círculo judaico; o mesmo que ‘estás no céu’, de formação rabínica.
Omite o ‘faça-se a tua vontade…’
Na petição do perdão, Lucas diz que perdoe ‘os nossos pecados’ enquanto Mateus e Lucas na vez põem ‘devedores’. Lucas usou este termo talvez para evitar um sentido pecuniário.
Finalmente, omite também a parte negativa do último versículo de Mateus.
A versão de Mateus foi a que passou para a liturgia de hoje, embora a de Lucas pareça mais primitiva, pois mais breve, mais perto do original.
Rezemos hoje a versão que Lucas nos apresenta, juntando-nos à comunidade de convertidos oriundos do mundo pagão, que rezava como se transcreve no Evangelho segundo Lucas:


Pai,
Santificado seja o vosso nome.
Venha a nós o vosso reino.
Dai-nos em cada dia o pão da nossa subsistência.
Perdoai os nossos pecados,
Pois também nós perdoamos aos nossos devedores.
E não nos sujeiteis à tentação.

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