6ª feira – XXV semana comum
- Pedro – Tu és o Messias o Filho do Deus vivo
(Mt 16, 16). Esta profissão de fé levou um elogio de Jesus. Mas foi passageira,
pois logo depois negou por três vezes conhecer Jesus.
- Tomé – Meu Senhor e meu Deus (Jo 20, 28). Esta
profissão de fé surgiu e uma dúvida e por isso não mereceu elogio, mas foi
antecedida por uma censura de Jesus.
Pedro vai da fé à negação. Tomé vai da dúvida à fé. As
duas declarações afirmam o mesmo – as duas naturezas de Jesus.
Outras profissões de fé no evangelho:
- O Centurião vendo o que estava a acontecer
disse – Este era verdadeiramente o Filho de Deus.
- Maria Madalena junto ao sepulcro,
depois de ter ouvido Jesus dizer o seu nome, professa nele a sua fé – Rabuni,
que quer dizer, Mestre!
- O Discípulo que Jesus amava, depois da pesca milagrosa, disse a Pedro apontando para Jesus
ressuscitado – É o Senhor.
- Natanael foi o primeiro de
todos a fazer a declaração de fé – Mestre, tu és o Filho de Deus (Quando soube
que Jesus o tinha visto debaixo da figueira.
Mesmo antes de Pedro ou de outros apóstolos o dizerem,
foi Natanael o primeiro a fazê-lo. Pedro, primeiro segue a Jesus e depois
professa a sua fé.
Natanael, primeiro professa a sua fé e depois segue a
Jesus.
Nós também por vezes precisamos de seguir a Jesus para
aumentar a nossa fé e outras vezes precisamos de professar a nossa fé para
continuarmos a segui-lo.
Conclusão – Isto mostra que
na comunidade dos discípulos cada um faz a sua própria profissão de fé,
consoante a sua situação existencial ou vivência pessoal.
À margem 1
Para o próximo ano assinala-se os 1700 anos do Concílio
de Niceia (325) em que uma das principais afirmações foi reafirmar que Jesus é
o Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
Um grupo de cristãos defendia que Jesus era apenas uma
criatura feita por Deus (heresia ou falsa fé de Ário que deu origem ao
arianismo.
Ário apareceu Concílio de Nicéia e tentou vender a
ideia de que Jesus não era divino, São Nicolau lhe deu um soco no rosto. Foi de facto, um argumento de peso, mas nem
por isso o herético se retratou.
A resposta correta pode ser encontrada no que a Igreja nesse
concílio chama de união hipostática. Para explicar, a Santíssima Trindade é um
Deus em três Pessoas divinas: Pai, Filho e Espírito Santo. O ensinamento da
união hipostática explica que Jesus Cristo, a segunda Pessoa da Santíssima
Trindade, é totalmente Deus e totalmente Homem — não apenas um ou outro, não
apenas parcialmente um e parcialmente o outro. Ainda hoje nós professamos a
nossa fé com o texto saído do Concílio de Niceia, o Credo Niceno-constantinopolitano.
Em resposta à segunda pergunta de Jesus, Pedro
simplesmente diz: “Tu és o Cristo.” E Ele está correto. As suas poucas
palavras, reveladas a Ele pelo Pai e não por seu próprio entendimento,
respondem a todos os mal-entendidos e heresias.
O Imperador Constantino, que estava no Concílio de
Niceia teve de dar ordens de prisão a São Nicolau para que a violência não se alastrasse.
Contam que na prisão São Nicolau recebeu a visita de Maria Santíssima e de
Jesus. A Virgem perguntou ao guarda por que é que o bispo estava preso. Este respondeu
– Por que esbofeteou um herege. Por sua vez Jesus perguntou ao próprio Nicolau
por que estava ali. Porque vos amo muito – respondeu o santo bispo.
Ao ser solto e ao voltar ao convívio dos outros bispos,
São Nicolau justificou-se da sua ação – Eu não consigo ser melhor que Jesus. No
deserto ele expulsou o demónio para trás e usou um chicote para expulsar os
vendilhões do templo. Ele que era manso e humilde de coração fez isso, eu não
consegui resistir…
São Tomás de Aquino defendeu São Nicolau – É preciso
suportar com magnanimidade as ofensas dirigidas a nós, mas não podemos tolerar sequer
ouvir as injúrias feitas a Deus.
À margem 2
O contexto da pergunta e profissão de fé no Evangelho
de Lucas é diferente de Mateus. Mateus enquadra na catequese do caminho para
lembrar que a fé e a sua declaração é um caminho. Quem faz a sua profissão de
fé vai longe porque Cristo é o Caminho…
Lucas, por sua vez enquadra esse diálogo e profissão de fé de Pedro em ambiente de oração. De facto, quem reza professa a sua fé e quem professa a sua fé já está em oração.
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