segunda-feira, 18 de maio de 2020

Duplo centenário


Um Papa e uma Pedra de 100 anos

Hoje faz 100 anos que foi benzida e colocada a primeira pedra para a construção da Basílica de Cristo Rei, dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos) em Roma.
Faz também 100 que nasceu Karol Wojtyla, Papa São João Paulo II.
Não há coincidências, há providências!

BASÍLICA DE CRISTO REI EM ROMA




















1º - Assim nasceu…

- O Pe. Dehon sempre desejou que a sua Congregação tivesse em Roma uma casa e uma igreja.
Em 1882, na sua relação apresentada por D. Thibaudier a Leão XIII, o Pe. Dehon diz: particularmente apegados à Cátedra de S. Pedro, ousamos, Beatíssimo Padre, exprimir-vos o desejo de ter num futuro não muito longínquo uma casa em Roma, e anexa uma igreja para a adoração.

- A 12 de novembro de 1887, escreve no seu diário: Gostaria de ter uma casa de estudos em Paris para preparar as licenças, e uma casa em Roma para a Teologia.

- A 5 de maio de 1890 exprime de novo no seu diário: suspiro pelo momento em que a nossa pequena obra completamente renovada, desabrochará em Roma e expandirá eficazmente o puro amor de Jesus.

- Em 1891 – Para se abrir uma casa religiosa numa diocese é necessário a permissão do Bispo e que o Bispo de Roma é o Papa.
O Pe. Dehon serviu-se do amigo Leão Harmel, muito estimado por Leão XIII para pedir ao papa a necessária autorização a fim de estabelecer-se em Roma. Dois dias depois do pedido chegou a resposta positiva a 6 de novembro de 1891.
Já precedentemente o Sr. Harmel se assegurara o consentimento de Mons. Cassetta para que a Congregação pudesse ter na Igreja de N. Sra. do Sufrágio na Rua Giulia 59 uma sede e uma igreja aberta ao público,
Infelizmente o serviço desta igreja foi suspenso pelo III Capítulo geral em 1893, mas a permanência em Roma devia continuar com a Procuradoria junto da santa Sé e com u pequeno escolasticado, para pôr em evidência o caráter internacional da Congregação. Para isso alugou-se vários ambientes: Primeiro de 1894 a 1899, perto do Capitólio. Depois na praça Campitelli até 1914

- De 1914 a 1918 - Durante a primeira guerra mundial a Procuradoria da congregação em Roma ficou fechada.

- A 28 de fevereiro de 1919 antes de deixar Roma o Pe. Dehon falou com o Papa Bento XV para lhe mostrar a sua gratidão e fidelidade. Levava no coração o grande desejo: ter em Roma uma igreja e um escolasticado… No seu diário escreveu nesse dia: Falamos (Pe. Dehon e Pe. Gasparri) com o santo Padre das nossas obras, da nossa casa de Roma. Seria do seu agrado se esta surgisse num bairro novo.

- Numa carta do Pe. Gasparri ao Pe. Dehon a 18 de março de 1919: Esta manhã tive uma belíssima audiência com o santo Padre e fiquei bastante tempo com ele. Tratamos de todos os nossos assuntos, pois ele se interessa de tudo isso como se fosse sua a obra. Diz que devemos ter em Roma uma casa própria. Aprova a nossa ideia de construir na Praça d’Armi. Manifestei ainda ao Papa o nosso desejo de dedicar a igreja à Beata Margarida maria, mas ele me observou que também outros institutos pensaram fazer o mesmo. E acrescentou – em todo o caso começai!

- Várias mudanças de designação: primeiro a igreja devia ser dedicada a santa margarida Maria, depois ao Coração de Jesus e a Santa margarida Maria ou ao Coração de Jesus Redentor; finalmente ao Coração de Jesus Rei das Nações. O Papa confirmará na carta de fevereiro de 1920 esse título.
Mas as mudanças de nome continuaram: Até 1924 o título oficial era Templo Votivo Internacional ao Sagrado Coração de Jesus em Roma. Depois até 1927 denominado como Templo Internacional da Paz, dedicado ao S. Coração de Jesus em sufrágio dos mortos na guerra; por fim, com a criação da Paróquia, o seu título oficial tornou-se Templo Paroquial do sagrado Coração de Cristo rei pacífico.

- A 13 de novembro de 1919 o Conselho geral autorizou a aquisição do terreno na Praça d’Armi.

- A 11 de abril de 1929 inaugura-se a primeira igrejinha pública instalada numa antiga garagem ali perto.

- A 18 de maio de 1920 é posta a primeira pedra do futuro templo, numa terça-feira. Estando presentes os cardeais Pompili, Vigário de Roma, Bégin arcebispo de Québec e condiscípulo do Pe. Dehon em santa Clara, e Ascalesi, arcebispo de Benevento, vários bispos e autoridades civis e militares. O Pe. Dehon fez o discurso em francês.

















2º - Assim cresceu…

- A 21 de julho de 1921 foi assinado o contrato definitivo com a Prefeitura de Roma para a aquisição do terreno para a construção do Templo.

- A 15 de junho de 1922 o Cardeal Pompili benze a igreja localizada na cave da casa paroquial, e que ficou até hoje sendo a capela da comunidade religiosa. À tarde o Mons. Roncalli (futuro João XXIII) fez a função de diácono na bênção Eucarística (era a festa do Corpo de Deus)

- A 6 de junho de 1923, Pio XI enviou ao Cardeal Pompili uma carta em que elogia e encoraja a iniciativa de erigir em Roma ao Coração de Jesus um grandioso templo votivo internacional…

- Em janeiro de 1925 a congregação compra a casa que fora construída para casa paroquial do Templo e seminário para as missões para fazer dela a casa Mãe da Congregação.

- De 19 a 27 de janeiro de 1926 realizou-se aí o IX capítulo geral no qual se decide transferir a Cúria Geral de Bruxelas para Roma, facto que aconteceu a 31 de outubro desse ano.

- Em 11 de junho de 1926, festa do Coração de Jesus, abre-se ao culto a cripta debaixo do Templo, com 2550 metro quadrados de superfície.

- Em abril de 1927 – Publicação da Bula de ereção da paróquia do Templo Votivo Cristo Rei. P seu primeiro pároco foi o Pe. Gelásio Palladino.

- A 8 de fevereiro de 1929 morre o Pe. Gasparri e é sepultado primeiro na cripta e depois no templo. Foram suspensas as obras até encontrar novo encarregado.

- A 17 de julho de 1931 a Província holandesa assegura o financiamento para a continuação dos trabalhos. A partir de novembro recoma com maior intensidade. Com o novo Cardeal Vigário, Marchetti-Selvaggiani, a igreja passa por uma modificação substancial no seu estilo: de renascimento torna-se moderna.

- Finalmente a 20 de maio de 1934, com a solene inauguração do Templo e a celebração do Congresso eucarístico diocesano, cumpre-se o desejo do Pe. Dehon e do Pe. Gasparri.


























3ª – Assim vive e resplandece...

- Para a imponência e a beleza desta obra de arte contribuíram com o seu valor o arquiteto Marcelo Piacentini, o pinto Aquiles Funi e os escultores Artur Martini (o Cristo Rei do frontispício), Alfredo Biagini (a via sacra) e Conrado Vigni (os bronzes do batistério e dos tabernáculos).

- A 9 de junho de 1935 no templo de Cristo Rei o Pe. Lourenço Philippe primeiro sucessor do Pe. Dehon recebe a sagração episcopal.

- De 23 a 29 de outubro de 1936 na Cúria geral anexa ao Templo realiza-se o XI Capítulo Geral, no qual é eleito o Pe. Guilherme Teodoro Govaart

- A 23 de setembro de 1962 no curso da novena ao Espírito santo em preparação ao Concílio vaticano II o Papa João XXIII faz uma visita ao Templo Votivo de Cristo Rei para pedir luzes e graças.

- A 5 de fevereiro de 1965 Paulo VI eleva o templo a Diaconia Cardinalícia, 

- A 3 de julho de 1966 Paulo VI dá-lhe o título de Basílica Menor, como o desejara vivamente o Pe. Dehon.

- A 18 de maio de 1980, o Papa João Paulo II visita a Basílica para comemorar os 60 anos da bênção da 1ª Pedra da construção, quer o seu próprio aniversário natalício:
“Naquele longínquo 18 de Maio de 1920, estava também presente naquele significativo acontecimento o Servo de Deus Padre Leão Dehon, fundador da Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração, que nestes 60 anos exerceram com muito empenho e muito fruto o seu apostolado nesta paróquia, cuja igreja de linhas modernas é dedicada ao ‘Sagrado Coração de Cristo, Rei Pacífico’.
Venho hoje à vossa Comunidade para – depois de 60 anos da sua existência e da sua intensa atividade – agradecer a Deus, que é a origem de todas as coisas; para Lhe agradecer juntamente convosco…
E o dia de hoje leva-me a recordar também a hora do meu nascimento, chegada há 60 anos na terra polaca no mesmo dia, 18 de Maio, em que se colocava a primeira pedra desta, igreja, em que agora estamos reunidos. Neste dia recordo-me com particular gratidão dos meus Pais: da minha Mãe e também do meu Pai, mas recordo-me também da minha paróquia (em Wadowice) como a igreja-mãe que pouco depois me recebeu recém-nascido, nascido de Pais terrestres, para a graça do Batismo e para a comunidade do Povo de Deus.”





















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