6ª feira - XXXIII semana comum
A propósito do Evangelho de Hoje em
que Jesus expulsa os vendilhões do Templo de Jerusalém… se fosse hoje Ele
expulsaria talvez os TELEMÓVEIS das celebrações.
Nos atos públicos ou espectáculos
pede-se que sejam desligados ou silenciados os telemóveis.
Nas celebrações religiosas já ninguém
pede para desligar porque parte-se do princípio que qualquer telemóvel já deve
estar inativo desde que se deu entrada naquele espaço. Sim, porque se ali
entramos é para nos desligar do habitual e sintonizar com outras realidades.
Mas, de vez em quando, durante a
missa há um telemóvel a tocar no fundo de uma mala atulhada de coisas ou
perdido num bolso de difícil acesso. Toca e toca, todos ficam incomodados, mas
não tanto como o seu dono. Por isso fico com pena apenas dele… pois os outros
podem também desligar-se do assunto. Aliás, a chamada não é de certeza para
esses outros que tanto se preocupam a ouvir o telemóvel a tocar. Mas isso é lá com cada um.
Alguém me perguntou:
- É pecado atender o telemóvel
durante a missa?
- O telemóvel precisa ser desligado
para que possas participar com toda a atenção na missa, sem distrações nem
preocupações.
- Mas diga-me: é pecado ou não?
- Se por acaso sem querer o deixas ligado e ele toca durante a celebração, não é pecado, é esquecimento. Se não o
desligas porque estás totalmente dependente dele, não é pecado, é uma doença que precisa
ser tratada com urgência. Mas se não for esse o caso e se te lembrares que ele está
ligado e não o desligas, é uma falta de respeito para com quem está a telefonar,
pois mesmo à distância está a incomodar muita gente e está a comprometer quem
deve atender.
- Então é pecado!
- A tua consciência é que deve dizer
se é ou não é pecado. A minha consciência diz-me que o pecado não está em ter o telemóvel ligado e
ele tocar. O pecado está em não ser capaz de me desligar do telemóvel para me
ligar a Deus… O mal não está na falta de silêncio do aparelho, mas na falta do
silêncio interior que me torna incapaz de me desligar do telemóvel. E o pior de
tudo é estar na presença de alguém, que me fala ou que me escuta, e virar-lhe
as costas, atender o telefone e esquecer que ele está à minha frente ou ao meu
lado…
- Se é assim, então vou procurar
outro padre para celebrar a minha missa!
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