O Pai Nosso de cada dia (74)
Quis compor um poema
Que abrangesse toda a Terra.
Pensei:
O mar é imenso,
Quem sabe?
Mas ele furiosamente bateu nos rochedos
E disse:
Vai em busca dos homens
pelos caminhos do mundo.
Então, olhei para eles,
Vi que eram meus irmãos
E rezei:
Pai nosso, que estais nos Céus.
Olhei para a noite e para as estrelas
Em busca de inspiração.
Elas, brilhando, sorrindo… me disseram:
Vai em busca dos homens
Pelos caminhos do mundo.
E eu reparei então
Que eram eles espelho de Deus
E rezei:
Santificado seja o vosso nome,
venha a nós o vosso reino.
Fui para o jardim
E olhei para as flores,
Cada qual com o seu perfume.
Elas abriram as suas pétalas
E disseram-me:
Vai em busca dos homens
Pelos caminhos do mundo.
Só então reparei nas divergências humanas
E rezei:
Faça-se a vossa vontade
assim na terra como no céu.
Deitei-me no chão
E contemplei as formigas.
Nem para mim olharam,
Tão ocupadas no seu trabalho!
Estendi as minhas mãos calosas
E rezei:
O pão nosso de cada dia nos dai hoje.
Subi pela estrada
Sem sorrisos nem amor.
Havia casas com portas,
Janelas fechadas,
Muros com vedação.
O vento varria as folhas secas
Espalhadas pelo chão.
Senti-me como elas,
Separadas da árvore
E rezei:
Perdoai as nossas ofensas
assim como nós perdoamos
a quem nos tem ofendido.
Percorri o mundo,
Olhei para a Terra,
Olhei para o mar.
Tudo me falou de Deus, nosso Pai.
Como foi possível só agora encontrá-l’O?
Olhei para a minha vida passada,
E rezei:
Não nos deixeis cair em tentação,
mas livrai-nos do mal.
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
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