quinta-feira, 12 de setembro de 2019

O amor tudo apaga


5ª feira – XXIII semana comum

Amor com amor se paga, diz a sabedoria popular, como se o amor só pudesse pagar apenas o amor.
Para Jesus, o amor não paga só o amor.
O amor paga e apaga tudo:
Paga o amor,
Paga o ódio,
Paga a indiferença,
Paga a incompreensão.

Oferecer a outra face é pagar o bem com o bem e pagar o mal com o bem, porque o bem deve pagar tudo e tudo deve apagar.



quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Felizes vós porque...


4ª feira – XXIII semana comum

Jesus erguendo os olhos para os discípulos disse:
- Felizes vós os pobres porque…

1ª – As bem-aventuranças é o auto-retrato de Jesus. Ele ao proferi-las olha para os seus discípulos como que a dizer que as vês estampadas no rosto dos seus amigos. Jesus é alguém feliz que vê os outros felizes porque feitos à sua imagem e semelhança.
2ª – Jesus olha para os seus discípulos e vê gente feliz – felizes vós! Vê gente com vocação e com jeito para alcançar a felicidade. Jesus repara não tanto naquilo que eles eram, mas naquilo a que eram chamados a ser ou que haviam de ser.
3ª – A felicidade ou a bem-aventurança é ser como Jesus. Só é feliz quem for igual a Jesus. Jesus é feliz e quer-nos felizes.

À margem:
Quem é capaz de condensar todas as bem-aventuranças numa só?
Vou tentar:
Bem-aventurados os que são felizes apesar das circunstâncias.


terça-feira, 10 de setembro de 2019

M N O


3ª feira – XXIII semana comum

Jesus subiu ao monte e passou a noite em oração…

Podemos resumir a mensagem do evangelho de hoje neste seu primeiro versículo, mais precisamente em 3 letras contíguas do nosso abecedário:

M – Monte
N – Noite
O – Oração

Monte – Rezar é subir e subir ao monte é rezar, porque esforço, desprendimentos, ascese, esforço, sacrifício. É a elevação do coração até Deus.

Noite – Rezar é iluminar as nossas trevas. É concentrar-se em Deus tal como os Angolanos dizem: o dia dispersa, a noite concentra…

Oração – Jesus, sendo Deus, não tinha necessidade de orar. Fê-lo para nos ensinar. Como homem rezou para ser o nosso modelo. Ele fez da sua vida uma contínua oração para que nós façamos da oração a nossa vida.



segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Milagre é obedecer


2ª feira – XXIII comum

Estava lá um homem com a mão direita paralítica. Jesus disse-lhe:
- Estende a mão.
Ele assim fez e a mão ficou curada.

















A mão paralítica daquele homem ficou curada porque ele obedeceu, fez aquilo que Jesus lhe pediu.
O milagre consiste na obediência.
Milagre não é Deus fazer a vontade de alguém, mas o contrário: é alguém fazer a vontade de Deus.
Só quem obedece é capaz de operar milagres.










Ver também:



sábado, 7 de setembro de 2019

XXIII semana comum


Ofício de leitura

Domingo
1ª – Jeremias respondeu a Sedecias: Se te der a resposta, mandas-me matar. Se te der um conselho, não me escutarás.
2ª – Aquele que é misericórdia quer que sejas misericordioso. Aquele que é a justiça quer que sejas justo.

2ª feira
1ª – Favorável ou adversa, escutaremos a voz do Senhor nosso Deus a quem te enviamos: assim seremos bem sucedidos, por ter obedecido à voz do Senhor.
2ª – O amor do mundo não se harmoniza com o amor de Deus e não pode tomar parte na comunidade dos filhos de Deus quem não se afasta dos que vivem segundo a carne.

3ª feira
1ª – Depois muda de rumo, como o vento e passa. Comete o mal e faz da força o seu deus.
2ª – Procuremos também nós, irmãos, estar sempre de sentinela, porque a vida presente é tempo de combate.

4ª feira
1ª – A riqueza é traiçoeira. Não tem descanso o homem orgulhoso.
2ª – A vida espiritual resume-se nestas duas coisas: na consideração de nós mesmos que nos causa uma tristeza salutar e na consolação divina que nos dá a alegria do Espírito Santo; o primeiro sentimento conserva-nos no temor e na humildade, o segundo fortifica-nos na esperança e na caridade.

5ª feira
1ª – Seus chefes tornaram-se como veados que não encontram pastagens; caminham sem força diante do perseguidor.
2ª – Cristo, o nosso legislador, não só nos deu a lei mas também nos dá e dará continuamente as suas bênçãos.

6ª feira
1ª – O Senhor não repele o homem para sempre: se Ele castiga, também Se compadece, porque é grande a sua misericórdia. Não é por gosto que Ele humilha e aflige os filhos dos homens.
2ª – Há duas coisas que só a Deus pertencem: a honra de receber a confissão e o poder de perdoar os pecados. A Igreja nada pode perdoar sem Cristo e Cristo nada quer perdoar sem a Igreja. A Igreja não pode perdoar senão a quem se arrepende, isto é, a quem Cristo tocou com a sua graça; e Cristo não quer perdoar a quem despreza a Igreja.

Sábado
1ª – Caiu a coroa da nossa cabeça; ai de nós porque pecámos! Por isso desfalece o nosso coração.
2ª – Já não morremos como condenados, mas morremos com a esperança de ressuscitar dos mortos.

Santoral

8/9
1ª – Comerás o pão com o suor do teu roto, até voltares à terra da qual foste tirado.
2ª – Hoje é o dia em que o Criador do universo edificou o seu templo; hoje é o dia em que a criatura prepara uma nova e digna morada para o seu Criador.

9/9
Assim lhes falámos, não com palavras nas com obras…

12/9
Se segues Maria, não te extraviarás; se a invocas, não desesperarás; se pensas nela, não errarás. Sob a sua proteção, não terás medo; sob a sua direção, não te cansarás; sob o seu amparo, alcançarás a meta.

13/9
Seja o que Deus quiser. Se Ele quer que eu permaneça aqui, fico-lhe agradecido. Se me chama para qualquer outro lado, sempre Lhe darei graças. Esta é a minha pátria e a minha família; vós sois os meus pais, meus irmãos e meus filhos; sois membros do mesmo corpo…

14/9
1ª – Eu, Paulo, por meio da Lei morri para a Lei a fim de viver para Deus. Com Cristo estou crucificado. Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim.
2ª – Celebramos a festa da santa cruz, e juntamente com o Crucificado somos elevados para o alto, para que, deixando a terra do pecado, alcancemos os bens celestes. A cruz é exaltação de Cristo.



quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Deixar tudo


5ª feira – XXII semana comum

Tendo conduzido os barcos cheios para terra, eles deixaram tudo e seguiram Jesus.

O que estes apóstolos deixaram era de grande importância. Deixaram tudo… Se tivessem seguido Jesus quando o barco estava vazio, quando não pescavam nada, não teria tanto valor.
Eles deixaram uma vida confortada e aliciante, para seguir Jesus. Se não tivessem sentido a importância de Jesus não teriam trocado estes valores.
Sempre foi assim, é e será.





















Contam os padres do deserto:
“Um romano estabeleceu-se no deserto. Um aba foi visitá-lo um dia para o conhecer e para discutir coisas d vida espiritual. Quando entrou na sua cabana, teve a surpresa de ver uma cama (os monges dormiam em pequenas esteiras) e mesmo uma coberta e uma pequena almofada. Além disso, por incrível que parecesse, esse monge tinha um criado, que cozinhava para ele quando os alimentos cozidos no deserto era considerados um luxo não compatível com aquele género de vida. O romano reparou no espanto do seu visitante. Depois de uma breve conversa espiritual, perguntou-lhe: 
- O que fazias tu antes de te tornares monge?
- Guardava os animais.
- Dormias numa cama?
- Não, os pastores dormem no chão.
- Tinhas alguém para te servir?
- Claro que não.
- Cozinhavas?
- Não, os pastores comem o que têm à mão.
- Bem, como podes ver, retorquiu o romano, em Roma, eu era uma pessoa importante. Dormia numa magnífica cama, e agora só tenho esta cama miserável. Tinha vários escravos ao meu serviço, e agora só tenho este. Fazia refeições esplêndidas, e aqui só como alguns legumes. No decurso desses banquetes, havia cantores, cantoras, músicos e agora levanto-me de noite para recitar os salmos. Além de tudo isto, a minha saúde não está nada boa.
Então o antigo pastor disse-lhe:
- Fui demasiado apressado no julgamento que fiz de ti. Na verdade, a tua ascese é muito mais dura do que a minha, apesar das aparências. Porque, para mim, quase nada mudou na minha vida relativamente ao meu passado, e tenho agora uma vida até mais doce do que tinha antes. Tu tens mais mérito do que eu”.

O que deixamos para seguir a Cristo é aquilo que lhe oferecemos juntamente com a nossa vida. Por isso quanto mais deixámos, maior é a nossa oferta.
O que mais nos valoriza é acima de tudo aquilo que não temos (o que renunciamos) e não o que possuímos.

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quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Em todo o lugar


2ª feira – XXII semana comum

Naquele tempo Jesus saiu da sinagoga e entrou na casa de Simão…

Não sabemos onde termina a sinagoga e onde começa a casa de Simão.
Jesus faz a união dos dois espaços.
A sinagoga transforma-se em local familiar, e o lar torna-se em lugar de oração e de pregação.
Jesus na sinagoga rezava e ensinava.
Na casa de Simão, Jesus imponha as mãos e falava imperiosamente, isto é, rezava e ensinava também.
A casa era o prolongamento da sinagoga e a sinagoga era o prolongamento da casa.
Façamos da nossa casa um lugar de comunidade, de oração e de pregação e façamos da nossa igreja um local de acolhimento, de comunhão e de serviço.
Assim a nossa igreja será a nossa casa e a nossa casa será o santuário de Deus.
A minha casa deve ser o prolongamento da Igreja e a Igreja o prolongamento da casa.
A igreja foi a minha segunda casa, mas a minha casa sempre foi a minha primeira igreja.




















Jesus dirigiu-se a um lugar deserto…

Pensamos logo que Jesus ao retirar-se foi rezar, foi ao encontro de Deus.
Ele retirou-se para que o procuremos.
Tudo o que ele faz e diz é para nos ensinar.
É uma espécie de jogo às escondidas...
Ausentou-se para que o busquemos.
De facto, depois disso, a multidão foi à procura de Jesus e não queria que ele a deixasse…

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terça-feira, 3 de setembro de 2019

Lições de Cafarnaum


3ª feira – XXII semana comum

Naquele tempo Jesus (de Nazaré) desceu a Cafarnaum...

São Jerónimo costumava chamar Quinto Evangelho à Terra Santa.
De facto Deus fala-nos também através da geografia, dos lugares e espaços.
Os Evangelhos dizem-nos que:
Jesus nasceu em Belém
Refugiou-se no Egito
Criou-se em Nazaré
Estabeleceu-se como Mestre em Cafarnaum
Fez incursões na Fenícia e na Síria
Morreu e ressuscitou em Jerusalém.

Jesus passou a maior parte da sua vida em Nazaré, cerca de 30 anos, e por isso era conhecido como o Nazareno.
Mas foi em Cafarnaum que se afirmou como Profeta, cumprindo a sua missão.


















Casa de Pedro em Cafarnaum

De facto Cafarnaum é de suma importância para a obra e mensagem de Jesus e da sua comunidade.
- Era a casa onde Jesus vivia em nova comunidade, a sua nova casa.
- Era a casa de formação dos seus discípulos.
- Era o lugar de ensino na sinagoga aos sábados.
- Era uma cidade portuária do mar da Galileia, ponto de partida e de chegada, lugar de encontro. Todos os procuravam lá.
- Era uma cidade piscatória, de pescadores de peixes a pescadores de homens. Terra do chamamento, da vocação.
- Era uma cidade de missionário, de enviado e de profeta, que vem sempre de fora.
- Era a terra de Simão e André, de Tiago e João. Jesus faz sua a terra dos seus discípulos para que estes façam seu o seu projeto.
- Era a cidade de Jesus, do presente e do futuro, pois lá entregou o primado a Pedro, as chaves do reino. Cidade da barca de Pedro.
- Era a terra dos milagres. Foi o local onde Jesus teve mais intervenções:
Mt 9,1-8 – Cura de um paralítico descido do telhado
Mt 8,5-13 – Cura do servo do Centurião
Mt 9, 27-31 – Cura de dois cegos
Mt 9, 32-55 – Cura do mudo endemoniado
Mc 1, 21-27 – Cura de um possesso de espírito impuro
Mt 8, 14 – Cura da sogra de Pedro
Jo 4, 46 – Cura do filho do Funcionário real
Mt 9, 9-13 - A reabilitação de Mateus.

Conclusão:
Jesus fez de Cafarnaum a sua terra, a sua cidade, a sua casa... para nos ensinar a fazer da nossa terra, da nossa cidade ou da nossa casa uma nova Cafarnaum, um lugar de encontro, de missão, de vocação, de comunidade, um lugar de milagres.


















Pedro em Cafarnaum

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Também neste dia


sábado, 31 de agosto de 2019

H antes de G


Ano C – XXII domingo comum

A Humildade deve vir sempre antes da Glória,
Porque quem se humilha será glorificado.

No dicionário a palavra Humildade vem na página 623.
E a palavra Glória na página 430.
É o único caso em que a glória vem antes da humildade.
No Evangelho, vem sempre primeiro a Humildade e só depois a Glória.
De facto ninguém nasce grande.
Tudo e todos começam pequeninos, com humildade.
E quanto mais humildes, maiores seremos aos olhos de Deus.

Ver também:

























XXII semana comum


Ofício de leitura

Domingo
1ª – Semearam trigo e colheram espinhos, cansaram-se inutilmente. Envergonhai-vos das vossas colheitas, por causa da ira ardente do Senhor.
2ª – O que ouvimos é a semente e o que pomos em prática é o fruto da semente. Esse é o dom que o Senhor nos ofereceu: Sendo grande, humilhou-se; humilhado, quis morre; tendo morrido, ressuscitou e foi exaltado para não nos deixar mortos no inferno mas para exaltar em si, pela ressurreição dos mortos…

2ª feira
1ª – Vou quebrar este povo e esta cidade como se parte uma bilha de barro que nunca mais se pode consertar.
2ª – As palavras divinas não devem ser ouvidas com vã complacência, mas devem ser recebidas no silêncio e no íntimo do coração.

3ª feira
1ª – Vós me seduzistes, Senhor, e eu deixei-me seduzir, Vós me dominastes e vencestes. Havia no meu coração um fogo ardente…
2ª – Eu vi cair no abismo do vício pessoas cujas obras pareciam dignas de louvor e deleitarem-se com o alimento dos porcos os que antes comiam o pão dos Anjos.

4ª feira
1ª – Mas ficai sabendo que se me condenardes à morte, sereis responsáveis pelo sangue de um inocente, vós, esta cidade e os seus habitantes…
2ª – De cada cristão se pode afirmar que não só foi crucificado com Cristo para o mundo, mas também com Cristo foi sepultado.

5ª feira
1ª – Construí casas e habitai-as; plantai pomares e comei dos seus frutos; tomai esposas e gerai filhos e filhas… Fomentai o bem-estar da cidade para onde vos deportar e rogai por ela ao Senhor…
2ª – Ao dizer: Bem-aventurados pobres em espírito, o Senhor manifesta que o reino dos Céus pertence àqueles que são pobres mais pela humildade interior do que pela carência de bens exteriores.

6ª feira
1ª – Amei-te com amor eterno; por isso tive compaixão de ti.
2ª – Não há dúvida de que os pobres alcançam o dom da humildade com mais facilidade que os ricos, na medida em que aqueles, no meio das suas privações, se familiarizam facilmente com a mansidão, ao passo que estes, no meio das riquezas, se habituam facilmente à arrogância. Todavia, também não faltam ricos que usam da abundância, não para sua orgulhosa ostentação mas para obras de caridade, considerando que o melhor lucro é o que se gasta para aliviar a miséria do próximo.

Sábado
1ª – Cessem os gemidos da tua voz e as lágrimas dos teus olhos, porque as tuas penas terão a recompensa, diz o Senhor.
2ª – Jesus continua dizendo: Bem-aventurados os que choram. O pranto que aqui tem a promessa da consolação eterna não é certamente a tristeza deste mundo. A tristeza religiosa é a que chora os próprios pecados ou os alheios. Efetivamente é mais de lamentar quem faz o mal do que quem o sofre, porque a maldade do homem iníquo atrai sobre si o castigo, ao passo que a paciência do justo leva-o à glória.

Santoral
3/9
Deve notar-se que o Senhor chama sentinela àquele que envia a pregar. De facto, a sentinela está sempre num lugar alto, a fim de perscrutar tudo o que possa vir de longe. Todo aquele que é colocado como sentinela do povo, deve, portanto, pela sua vida, situar-se bem alto, para ser útil com a sua previdência.



quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Tríplice conversão


Memória de Santo Agostinho, Bispo e Doutor da Igreja

Santo Agostinho é um dos maiores convertidos da história da Igreja.
Faleceu a 28 de agosto de 430 na cidade de Hipona, porto romano no norte de África, hoje Argélia, então assediada pelos Vândalos.
A sua conversão não foi um único momento, mas precisamente um caminho. De facto esse caminho não terminou na fonte batismal, mas continuou por várias etapas até à sua última doença, quando fez colocar nas paredes os salmos penitenciais para os ter sempre diante dos olhos. Assim podemos falar de conversões e não de uma conversão.













Foram 3 as grandes etapas deste caminho de conversão, ou 3 conversões.

1ª conversão – o caminho interior para o cristianismo.
Nunca se contentou com a vida comum. Experimentou tudo. Buscou a verdade acima de tudo. Desejava encontrar a vida reta. Permaneceu sempre uma pessoa em busca. Queria encontrar a verdade, o sentido da sua vida, e a verdade de Deus. Desejava encontrar a vida reta e não simplesmente viver cegamente sem sentido e sem meta. Procurou no saber, na filosofia, mas só descobriu essa vida no cristianismo. E foi batizado aos 33 anos.

2ª conversão – o caminho do serviço à comunidade.
Depois do seu batismo regressou a África onde fundou juntamente com os seus amigos, um pequeno mosteiro. A sua vida devia estar dedicada totalmente ao diálogo com Deus e à reflexão e contemplação da beleza e da verdade da sua Palavra. Assim passou 3 anos até que em 391, de visita a Hipona, participou na liturgia dominical, na qual foi reconhecido. O Bispo dessa cidade, hum homem de proveniência grega, que não falava bem o latim e tinha dificuldade em pregar, disse nesse dia que tinha intenção de escolher um sacerdote ao qual confiar a tarefa da pregação. Imediatamente o povo circundou Agostinho e levou-o para a frente com a determinação para que fosse consagrado sacerdote ao serviço da cidade. Foi a sua segunda conversão. O bom sonho da vida contemplativa tinha esvaecido, a vida de Agostinho estava fundamentalmente mudada. Tinha que traduzir os seus conhecimentos e os seus sublimes pensamentos na linguagem do povo simples: corrigir os indisciplinados, confortar os pusilânimes, sustentar os débeis, contestar os opositores, estimular os negligentes, impedir os litigiosos, ajudar os necessitados, libertar os oprimidos, mostrar aprovação aos bons, tolerar os maus e amar todos.

3ª conversão – o caminho da humildade.
É a última fase e a mais prolongada da sua conversão. A humildade de inserir o seu grande pensamento na fé humilde da Igreja, não só a humildade de traduzir os seus grandes conhecimentos na simplicidade do anúncio, mas também a humildade de reconhecer que a ele mesmo e a toda a Igreja peregrina era e é continuamente necessária a bondade misericordiosa de um Deus que perdoa sempre e nos torna semelhantes a Cristo. É a humildade como conversão ou a conversão como ato de humildade.

Ver também: