4ª feira – I semana comum
Duas reflexões sobre o trecho do
evangelho de hoje.
Jesus INCLINOU-SE
Chegando junto ao leito da sogra de
Pedro Jesus inclinou-se, tomou-a pela mão e levantou-a… (assim refere o
evangelista Lucas, o médico, especialista no trato dos doentes e repetido por Mateus e por Marcos, o evangelista deste ano B…)
Inclinou-se, isto é, fez-se
pequeno como ela, concentrou toda a sua atenção na sua pequenez, no seu sofrer,
na sua situação. Pôs a pessoa em primeiro lugar. Enfim, parece uma imposição
das mãos, aliás, não só das mãos, mas imposição do corpo todo…
Tomou-a pela mão,
isto é, tomou-lhe o pulso, como que para medir as pulsações (como fazemos
hoje). Jesus mostrou-lhe que sofria com ela e que ela podia erguer-se com ele.
E levantou-a, isto é,
devolveu-lhe a dignidade, a sua condição humana, a sua estatura de ser novo,
pois passou a ter uma nova vocação – passou a estar ao serviço da comunidade de
Jesus.
O mesmo Senhor também inclina-se sobre
cada um de nós, também toma o nosso pulso e ajuda a levantar-nos…
Ela COMEÇOU a servir
Em nenhuma parte dos evangelhos se fala
nem da mulher nem dos possíveis filhos de Pedro, mas apenas da sua sogra.
Porquê?
Se em vez da sogra se se tratasse da
mulher ou dos filhos de Pedro, o episódio poderia ser interpretado como
protecionismo, nepotismo ou outros proveitos próprios.
Tratando-se da cura da sogra, ninguém
fala de aproveitamento próprio.
O objetivo desta cena é mais lato.
Logo que foi curada ela COMEÇOU a
servi-los.
Esta ação, ‘começou’, não diz respeito
apenas àquela ocasião, mas sim a uma atitude permanente a partir desse momento.
Ela começou a servir e nunca mais parou.
De facto, muitas mulheres acompanhavam
Jesus e os seus discípulos servindo-os com os seus bens…
E com certeza, que estes bens que punham
ao serviço da pequena comunidade de Jesus abrangiam muito mais do que os bens materiais
e os serviços temporais, mas também os espirituais, morais, solidários e
pastorais, tantas outras capacidades e atenções tipicamente femininas como delicadeza,
zelo pela apresentação, ternura, mediações, conselhos, sugestões,
apresentações, lembranças, memória, presença e sensibilidades complementares…
Podemos concluir que este episódio é o
começo da vocação ou da participação de uma mulher ao serviço do projeto de
Jesus.
Aliás, unicamente entre as mulheres não
teve inimigos Jesus.
Que
o serviço seja a nossa atitude permanente… pois “quem não vive para servir não
serve para viver:”
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