Se eu sou pobre e
nada tenho de meu, esta página do evangelho não é para mim.
E se convidar
alguém, que posso oferecer na minha pobreza ou no meu convento?
Pensando bem, esta
recomendação de Jesus para oferecer um banquete a alguém sem esperar
retribuição tem a ver com todos, comigo e contigo, independentemente da nossa
situação. Pelo menos é o que Santa Teresinha do Menino Jesus interpreta com
toda a propriedade (Cf.
Manuscrito autobiográfico C, 28rº-vº (ed. Carmelo 1996):
Convidar
quem?
“E
serás feliz por eles não terem com que te retribuir.
Notei (e é muito
natural) que as Irmãs mais santas são as mais amadas; procura-se conversar com
elas, [e] prestam-se-lhes serviços sem que os peçam. [...] As almas
imperfeitas, pelo contrário, não são nada procuradas; as pessoas mantêm-se, sem
dúvida, em relação a elas, dentro dos limites da cortesia religiosa, mas,
receando talvez dizer-lhes algumas palavras pouco amáveis, evitam a companhia
delas. [...] Eis a conclusão que daí tiro: devo procurar, no recreio, nas
licenças, a companhia das Irmãs que me são menos agradáveis, [e] exercer
junto dessas almas feridas o ofício do Bom Samaritano…”
Convidar
para quê?
Para não ser mal
interpretada ou acusada de discriminar seja quem for… “Assim, para não perder o meu tempo, quero
ser amável para com todas (e em particular para com as Irmãs menos amáveis)
para dar alegria a Jesus e corresponder ao conselho que Ele dá no Evangelho
mais ou menos nestes termos: Quando
derdes um banquete, não convideis os vossos parentes nem os vossos amigos, não
vão eles também convidar-vos, por sua vez, recebendo [vós] assim a vossa
recompensa; mas convidai os pobres, os coxos, os paralíticos, e sereis felizes
por eles não vos poderem retribuir, pois o vosso Pai, que vê no segredo, vos
recompensará. Que banquete poderia uma carmelita oferecer às suas Irmãs,
senão um banquete espiritual composto de caridade amável e alegre?”
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