segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Sem esperar retribuição

2ª feira - XXXI Semana comum


Se eu sou pobre e nada tenho de meu, esta página do evangelho não é para mim.
E se convidar alguém, que posso oferecer na minha pobreza ou no meu convento?
Pensando bem, esta recomendação de Jesus para oferecer um banquete a alguém sem esperar retribuição tem a ver com todos, comigo e contigo, independentemente da nossa situação. Pelo menos é o que Santa Teresinha do Menino Jesus interpreta com toda a propriedade (Cf. Manuscrito autobiográfico C, 28rº-vº (ed. Carmelo 1996):

Convidar quem?
“E serás feliz por eles não terem com que te retribuir.
Notei (e é muito natural) que as Irmãs mais santas são as mais amadas; procura-se conversar com elas, [e] prestam-se-lhes serviços sem que os peçam. [...] As almas imperfeitas, pelo contrário, não são nada procuradas; as pessoas mantêm-se, sem dúvida, em relação a elas, dentro dos limites da cortesia religiosa, mas, receando talvez dizer-lhes algumas palavras pouco amáveis, evitam a companhia delas. [...] Eis a conclusão que daí tiro: devo procurar, no recreio, nas licenças, a companhia das Irmãs que me são menos agradáveis, [e] exercer junto dessas almas feridas o ofício do Bom Samaritano…”

Convidar para quê?
Para não ser mal interpretada ou acusada de discriminar seja quem for…  “Assim, para não perder o meu tempo, quero ser amável para com todas (e em particular para com as Irmãs menos amáveis) para dar alegria a Jesus e corresponder ao conselho que Ele dá no Evangelho mais ou menos nestes termos: Quando derdes um banquete, não convideis os vossos parentes nem os vossos amigos, não vão eles também convidar-vos, por sua vez, recebendo [vós] assim a vossa recompensa; mas convidai os pobres, os coxos, os paralíticos, e sereis felizes por eles não vos poderem retribuir, pois o vosso Pai, que vê no segredo, vos recompensará. Que banquete poderia uma carmelita oferecer às suas Irmãs, senão um banquete espiritual composto de caridade amável e alegre?

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