sábado, 28 de dezembro de 2024

História de Natal diferente


Uma história de Natal diferente

Era um convento perdido nas montanhas. Lugar de recolhimento, oásis de santos, a sua fama percorria todas as distâncias. Ali acorriam peregrinos de toda a parte, muitas vezes em busca de paz e proteção divina para as suas aflições. Aquele convento era quase um santuário de peregrinação e devoção. 

Nossa Senhora ouviu falar da santidade daqueles monges e resolveu também ela ir fazer-lhe uma visita. Levaria o Menino Jesus, para Ele se ir familiarizando com estas casas de Deus.

Quando chegaram, o porteiro ficou sem palavras. O convento não merecia uma visita de al categoria. Correu a avisar o superior que nem queria acreditar. Mas não havia dúvidas: era mesmo Ela, Nossa Senhora com o Menino Jesus. A novidade correu logo todo o convento e todos interromperam à pressa os seus trabalhos para ver Nossa Senhora e o Menino em carne e osso.

E logo resolveram por unanimidade fazer um apequena festa para mostrarem aos ilustres visitantes a sua alegria. Seria uma festinha improvisada, Nossa Senhora que desculpasse. E assim, cada um exibiria o que sabia de melhor. O organista tocou com a mestria que todos lhe conheciam uma fuga de Bach, o arquivista, explicou a história do convento, mostrando com toda a devoção o pergaminho com a bula ilustrada da sua fundação, o sacristão foi buscar os paramentos das grandes festas, e explicou os símbolos dourados da casula, que ele mesmo tinha confecionado, o cronista, que era meio poeta recitou aquela poesia que só declamava nos grandes momentos, o chantre, que dirigia o coro e tinha voz de tenor, emocionado, a Ave Maria de Shubert, e por aí adiante. Nossa Senhora e o Menino estavam encantados.

E quando o superior já estava para encerrar a festa. Chegou o irmão jardineiro, que era analfabeto e que foi o único a quem a notícia não tinha chegado. Muito surpreendido ao ver todo aquele reboliço, pediu para fazer também ele um pequenino número. O superior, que ogo viu que ele ia envergonhar toda a comunidade, pois todos sabiam que ele era um sem jeito, que só fazia disparates, ia a dizer que não valia a pena, quando viu o Menino Jesus, todo interessado em ouvir o jardineiro, lá disse que sim, baixando a cabeça, como quem de antemão pode desculpa pela triste figura que o jardineiro iria fazer. O jardineiro, que antes de entrar para o convento tinha sido malabarista num circo, tirou do bolso cinco laranjas e fez um número de malabarismo, atirando-as ao ar, sem as deixar cair.

Pela primeira vez o menino Jesus sorriu e bateu palmas.

Então, Nossa Senhora pegou no Menino e colocou-o nos braços do jardineiro.

 

História de Natal para crianças?

Eu diria que talvez não…

Ou como diria alguém de todos conhecido: Olhe que não… olhe que não.

 

Podemos ler esta história em vários autores:

O malabarista de Nossa Senhora (Conto de Anatole France)

Monge faz malabarismo para Jesus (Versão do Pe. Antônio Queiroz, C.Ss.R)

O jogral de Nossa Senhora (Versão de Paulo Coelho)

A visita de Nossa Senhora ao Convento (Versão de A. Torres Neiva)

 

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