Uma história de Natal diferente
Era um convento perdido nas montanhas. Lugar de
recolhimento, oásis de santos, a sua fama percorria todas as distâncias. Ali
acorriam peregrinos de toda a parte, muitas vezes em busca de paz e proteção
divina para as suas aflições. Aquele convento era quase um santuário de
peregrinação e devoção.
Nossa Senhora ouviu falar da santidade daqueles monges
e resolveu também ela ir fazer-lhe uma visita. Levaria o Menino Jesus, para Ele
se ir familiarizando com estas casas de Deus.
Quando chegaram, o porteiro ficou sem palavras. O
convento não merecia uma visita de al categoria. Correu a avisar o superior que
nem queria acreditar. Mas não havia dúvidas: era mesmo Ela, Nossa Senhora com o
Menino Jesus. A novidade correu logo todo o convento e todos interromperam à
pressa os seus trabalhos para ver Nossa Senhora e o Menino em carne e osso.
E logo resolveram por unanimidade fazer um apequena
festa para mostrarem aos ilustres visitantes a sua alegria. Seria uma festinha
improvisada, Nossa Senhora que desculpasse. E assim, cada um exibiria o que
sabia de melhor. O organista tocou com a mestria que todos lhe conheciam uma
fuga de Bach, o arquivista, explicou a história do convento, mostrando com toda
a devoção o pergaminho com a bula ilustrada da sua fundação, o sacristão foi
buscar os paramentos das grandes festas, e explicou os símbolos dourados da
casula, que ele mesmo tinha confecionado, o cronista, que era meio poeta
recitou aquela poesia que só declamava nos grandes momentos, o chantre, que
dirigia o coro e tinha voz de tenor, emocionado, a Ave Maria de Shubert, e por
aí adiante. Nossa Senhora e o Menino estavam encantados.
E quando o superior já estava para encerrar a festa.
Chegou o irmão jardineiro, que era analfabeto e que foi o único a quem a
notícia não tinha chegado. Muito surpreendido ao ver todo aquele reboliço,
pediu para fazer também ele um pequenino número. O superior, que ogo viu que
ele ia envergonhar toda a comunidade, pois todos sabiam que ele era um sem
jeito, que só fazia disparates, ia a dizer que não valia a pena, quando viu o
Menino Jesus, todo interessado em ouvir o jardineiro, lá disse que sim,
baixando a cabeça, como quem de antemão pode desculpa pela triste figura que o
jardineiro iria fazer. O jardineiro, que antes de entrar para o convento tinha
sido malabarista num circo, tirou do bolso cinco laranjas e fez um número de
malabarismo, atirando-as ao ar, sem as deixar cair.
Pela primeira vez o menino Jesus sorriu e bateu palmas.
Então, Nossa Senhora pegou no Menino e colocou-o nos
braços do jardineiro.
História de Natal para crianças?
Eu diria que talvez não…
Ou como diria alguém de todos conhecido: Olhe que não…
olhe que não.
Podemos ler esta
história em vários autores:
O malabarista de Nossa
Senhora (Conto de Anatole France)
Monge faz malabarismo
para Jesus (Versão do Pe. Antônio Queiroz, C.Ss.R)
O jogral de Nossa
Senhora (Versão de Paulo Coelho)
A visita de Nossa Senhora
ao Convento (Versão de A. Torres Neiva)
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