6ª feira – III semana da Páscoa
Na vida de São Paulo tudo acontece no caminho para
mostrar que tudo é caminho.
Foi no caminho, na viagem para damasco, que Paulo se
encontrou pela primeira vez com Jesus.
Começou
essa nova viagem caído por terra
e a partir daí nunca mais parou
de percorrer o seu caminho com Cristo.
As
viagens de Paulo foram
funcionais na medida em que os seus trajetos derivam de um objetivo
preciso. Fosse a Antioquia, a Éfeso, à Macedónia, Paulo era sempre conduzido
pelo mesmo apelo. Cartografava as suas etapas a partir do projeto muito nítido
de evangelização. Paulo viajava a partir de um sentido, de uma intencionalidade
eclesial. Não era uma simples viagem. Era um estilo de vida e de destino. Paulo
é o apóstolo do caminho, das viagens missionárias.
Paulo
mostra que o caminho é missionário.
O
caminho mostra que Paulo é imparável.
A importância das viagens:
Porque é que os homens se deslocam em vez de ficarem
quietos? As viagens nunca são apenas exteriores. Não é simplesmente na
cartografia do mundo que o homem viaja. Deslocar-se implica uma mudança de
posição, uma maturação do olhar, uma abertura ao novo, uma adaptação a
realidades e linguagens, um confronto, um diálogo tenso, ou deslumbrado que
deixa necessariamente impressões muito fundas. A experiência da viagem é a
experiência de fronteira e do aberto, de que o homem precisa para ser ele
próprio. A viagem é uma etapa fundamental da descoberta e da construção de nós
próprios e do mundo. É a nossa consciência que deambula, descobre cada detalhe
do mundo e olha de novo como da primeira vez. A viagem é uma espécie de
propulsor deste olhar novo.
Abraão é um viajante. Moisés descobre a sua vocação e
missão como mandato de itinerância- Muitos dos profetas de Israel de Elias a
Jonas vieram como exilados e banidos. Jesus não tinha onde reclinar a cabeça.
Os seus discípulos são enviados para todas as partes da Terra. O termo latino
peregrinatio formou-se de per ager, que significa através dos campos, ou de per
eger para lá das fronteiras.
É uma maneira de alargar horizontes.
O crente não viaja, peregrina.
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