Festa
de São Marcos, Evangelista
Evangelho de Nosso Senhor Cristo
segundo São Marcos
Cada
um dos evangelistas oferece uma perspetiva de Cristo à medida que são adaptados
aos seus destinatários. são quatro maneiras de aprofundar o conhecimento do
único Cristo, mas escritas com diferentes sensibilidades, em diferentes lugares
e para serem lidas por diferentes pessoas.
Marcos
escreveu em Roma e para os romanos, Mateus para uma comunidade com numerosos
cristãos do judaísmo, Lucas para os gregos e João fez uma reflexão mais madura
sobre o mistério de Cristo.
João
Marcos nasceu em Jerusalém, era primo de Barnabé e companheiro dele e de Paulo
na sua primeira viagem apostólica. Mais tarde, ele também acompanhou Pedro em
suas viagens. O nome da sua mãe era Maria e a última ceia foi celebrada em sua
casa, o Espírito Santo desceu sobre os apóstolos no dia de Pentecostes e a
primeira comunidade cristã se reuniu.
Marcos
é pintado com um leão, porque começa dizendo que Jesus jejuou no deserto e as
feras lhe faziam companhia. Nos ícones coptas sempre colocam o famoso farol de
Alexandria (cidade onde pregou e morreu) e outras referências ao seu país, como
as pirâmides.
Sabemos
que escreveu em Roma porque usa muitas palavras latinas e faz referências aos
costumes e instituições romanas: censo, centurião, denário, quadrante (moeda
que só era usada na cidade), legião, etc.
O
Evangelho segundo Marcos é o mais antigo (escrito por volta do ano 60) e o mais
curto dos quatro (16 capítulos). Desde a primeira linha, Marcos é claro quanto
ao seu objetivo: "Princípio da Boa Nova de que é Jesus, de que é o Messias,
de que é o Filho de Deus" (Mc 1,1). Propõe-se falar de Jesus a partir das
suas memórias e das de Pedro, para transmitir a sua fé aos outros cristãos de
Roma: Jesus é o Messias (salvador prometido a Israel pelos profetas) e é o
Filho de Deus (do único Deus, criador de tudo e salvador de tudo) e esta é a
Boa Nova (Evangelho).
Toda
a primeira parte do Evangelho é marcada pela pergunta contínua que as pessoas
se fazem: “Quem é este?”, que perdoa os pecados, que fala com autoridade, que
manda no vento e no mar, que vence o demónio…
Exatamente
no meio, encontramos que é Jesus quem pergunta aos discípulos: "Quem dizem
as pessoas que eu sou?" Dada a diversidade de respostas, pergunta-lhes
diretamente: "E vós, quem dizeis que eu sou?" Pedro dará uma primeira
resposta, comprometedora, embora ainda incompleta: "Tu és o Messias"
(Mc 8, 29).
Pedro
reconhece Jesus como o prometido pelos profetas, o enviado de Deus para salvar
Israel. O problema é que os judeus esperavam um messias triunfante, que
reinaria e triunfaria sobre os inimigos de Israel, estabelecendo um poderoso
reino político e governando outros povos, como Davi.
Jesus,
pelo contrário, é o messias, "Servo de Javé" que, como anunciou
Isaías, salvará o povo dos seus pecados através do seu sofrimento e da sua
morte. É por isso que Jesus, sempre que faz um milagre, pede que não contem a
ninguém. É o chamado “segredo messiânico”.
Depois de Pedro confessar que Ele é o messias, Jesus anuncia-lhes o projeto de Deus, com o primeiro anúncio de sua paixão e morte na cruz. A partir daí começa a sua viagem final para Jerusalém, onde se manifestará plenamente a vontade de Deus e onde também se revelará a identidade de Jesus, quando o centurião romano confessa, ao vê-lo morrer: “Verdadeiramente este era o Filho de Deus”. (Cf. blog do Pe. Eduardo Sanz de Miguel)
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