3ª
feira da oitava da Páscoa
Deve-se
a São Tomás de Aquino este título de Apóstola
dos apóstolos dado a Maria Madalena, cujo nome deriva de Magdala, aldeia de
pescadores onde nasceu, nas margens do Mar da Galileia.
Enquanto
os discípulos voltaram para casa, Maria Madalena permaneceu diante do sepulcro
em lágrimas, por dois motivos: Primeiro pela morte trágica de Jesus; segundo,
pelo desaparecimento do seu corpo.
A
certa altura ouve chamar o seu nome.
Era
Jesus ressuscitado que tinha uma missão para ela:
-
Vai ter com os meus irmãos e diz-lhes…
Ela
não é só apóstola da Ressurreição, é também apóstola dos Apóstolos…
Ela
foi a última a ver Jesus morto e foi a primeira a ver o mesmo Jesus ressuscitado.
É
por isso que os apóstolos acreditaram no seu testemunho.
Ela
só dizia – Vi o Senhor!
Vi
o Senhor e a minha vida se transformou.
Vi
o Senhor e nunca mais deixei de O seguir.
Vi
o Senhor e as minhas lágrimas converteram-se em alegria.
Vi
o Senhor e Ele jamais me abandonou.
À margem
Pio XI, o primeiro Papa
a receber da Irmã Lúcia a mensagem de Fátima, certa vez lamentou-se:
- Bem, eu sou o Vigário de Cristo. Penso que se Cristo
queria de alguma maneira que eu soubesse algo, Ele simplesmente me diria.
Ao ouvir o trecho do
Evangelho de hoje, concluo que não tem que ser necessariamente assim. Pelo
contrário, Cristo não manifestou inicialmente a sua gloriosa ressurreição a
Pedro, o primeiro Papa. Cristo, em vez disso, escolheu a pequena mulher
penitente, Maria Madalena, para ser o Seu emissário junto de Pedro e sua
comunidade:
- Vai dizer aos meus irmãos…
Vejo aqui o padrão pelo qual Cristo pode
comunicar-se à Igreja – através de Pedro mas guiado pelas vozes de simples
mulheres. A pergunta é, então, "Irá Pedro ouvir?"
- Penso em Santa Catarina de Sena que disse
ao Papa para deixar Avignon, na França, e regressar a Roma. O Papa obedeceu à
pequena freira analfabeta.
- Lembro a freira augustiniana, Juliana de
Liège, através de quem Cristo pediu ao Papa para instituir a festa do Corpus
Christi.
- Recordo Santa Margarida Maria Alacoque que
levou o Papa a aprovar e espalhar a devoção ao Sagrado Coração de Jesus.
- Penso em Santa Catarina Labouré que recebeu
a visão da Medalha Milagrosa que levou à proclamação do dogma da Imaculada
Conceição.
- Lembro Santa Faustina e os seus apelos de
que a Divina Misericórdia fosse reconhecida pela Igreja universal.
- E fico a pensar – quem sabe se no final dos
tempos, Cristo vai outra vez escolher uma humilde mulher para avisar os seus discípulos
e anunciar a derradeira boa notícia. Vou estar atento…
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