terça-feira, 14 de abril de 2020

Apóstola dos apóstolos


3ª feira  da oitava da Páscoa





















Deve-se a São Tomás de Aquino este título de Apóstola dos apóstolos dado a Maria Madalena, cujo nome deriva de Magdala, aldeia de pescadores onde nasceu, nas margens do Mar da Galileia.
Enquanto os discípulos voltaram para casa, Maria Madalena permaneceu diante do sepulcro em lágrimas, por dois motivos: Primeiro pela morte trágica de Jesus; segundo, pelo desaparecimento do seu corpo.
A certa altura ouve chamar o seu nome.
Era Jesus ressuscitado que tinha uma missão para ela:
- Vai ter com os meus irmãos e diz-lhes…
Ela não é só apóstola da Ressurreição, é também apóstola dos Apóstolos…
Ela foi a última a ver Jesus morto e foi a primeira a ver o mesmo Jesus ressuscitado.
É por isso que os apóstolos acreditaram no seu testemunho.
Ela só dizia – Vi o Senhor!
Vi o Senhor e a minha vida se transformou.
Vi o Senhor e nunca mais deixei de O seguir.
Vi o Senhor e as minhas lágrimas converteram-se em alegria.
Vi o Senhor e Ele jamais me abandonou.

À margem
Pio XI, o primeiro Papa a receber da Irmã Lúcia a mensagem de Fátima, certa vez lamentou-se:
- Bem, eu sou o Vigário de Cristo. Penso que se Cristo queria de alguma maneira que eu soubesse algo, Ele simplesmente me diria.
Ao ouvir o trecho do Evangelho de hoje, concluo que não tem que ser necessariamente assim. Pelo contrário, Cristo não manifestou inicialmente a sua gloriosa ressurreição a Pedro, o primeiro Papa. Cristo, em vez disso, escolheu a pequena mulher penitente, Maria Madalena, para ser o Seu emissário junto de Pedro e sua comunidade:
- Vai dizer aos meus irmãos…
Vejo aqui o padrão pelo qual Cristo pode comunicar-se à Igreja – através de Pedro mas guiado pelas vozes de simples mulheres. A pergunta é, então, "Irá Pedro ouvir?"
- Penso em Santa Catarina de Sena que disse ao Papa para deixar Avignon, na França, e regressar a Roma. O Papa obedeceu à pequena freira analfabeta.
- Lembro a freira augustiniana, Juliana de Liège, através de quem Cristo pediu ao Papa para instituir a festa do Corpus Christi.
- Recordo Santa Margarida Maria Alacoque que levou o Papa a aprovar e espalhar a devoção ao Sagrado Coração de Jesus.
- Penso em Santa Catarina Labouré que recebeu a visão da Medalha Milagrosa que levou à proclamação do dogma da Imaculada Conceição.
- Lembro Santa Faustina e os seus apelos de que a Divina Misericórdia fosse reconhecida pela Igreja universal.
- E fico a pensar – quem sabe se no final dos tempos, Cristo vai outra vez escolher uma humilde mulher para avisar os seus discípulos e anunciar a derradeira boa notícia. Vou estar atento…

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