Se digo Avé Maria,
nesta palava saúdo aquela Senhora, que o é
de toda a saúde, e sem cujo patrocínio ninguém alcançou a eterna.
Se
digo cheia de graça,
nesta palavra me persuado que a graça foi
a sua maior felicidade e que todas as felicidades sem graça são a suma miséria.
Se
digo o Senhor é contigo,
esta palavra me anima a estar sempre com
Deus por amor e obediência e jamais por nenhum caso me apartar dele.
Se
digo benta és tu entre as mulheres,
esta palavra me traz à memória a maldição
de Eva, e a de quantos por causa de suas filhas têm sido malditos.
Se
digo bento é o fruto do teu ventre, Jesus,
esta palavra me avisa que assim como
aquele fruto bendito foi o Salvador, assim o de todas as minhas obras deve ser
a salvação.
Se
digo Santa Maria Mãe de Deus,
esta palavra fiado em sua benignidade, me
prostra a seus soberanos pés para perpétuo escravo de tal Senhora e filho de
tal Mãe.
Se
digo roga por nós pecadores,
esta palavra me prega que o que sobretudo
devo procurar com maior ânsia e com maior contrição, é o perdão dos pecados.
Se
finalmente digo agora e na hora da nossa morte,
esta palavra acaba de me desenganar que
despreze e não faça caso de quanto acaba com a vida, e que a minha vida seja
tal como quisera ter vivido na morte, e que esta pode ser nesta mesma hora.
(Sermão 22 Rosa Mística do Pe. António Vieira)
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