sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Espada que trespassa

























Oitava de Natal – 29 de dezembro

Depois da celebração de Santo Estêvão, de São João Evangelista, dos Santos Inocentes, nesta oitava de Natal, a contemplação do martírio continua hoje com a figura de Maria, Mãe de Jesus.
O profeta Simeão anuncia esse martírio continuado de Maria.
Ela é mártir e vítima porque em plena comunhão com o seu Filho… sofre com ele, é atingida pelos mesmos golpes, suporta as mesmas provocações.
Ela é co-redentora, é vítima em comunhão com o seu Filho que veio para ser imolado.
Ela manteve-se de pé no Calvário porque o seu Filho também estava de pé pregado na cruz.

Assim pregava o Pe. António Vieira, no Colégio dos Jesuítas no Maranhão, no século XVII:
“Um dos mesmos cravos com que foi crucificado Cristo, vi eu, e beijei, é da grossura quase de um dedo, e de cumprimento pouco maior.
Com estes cravos começaram a pregar primeiro a mão esquerda, depois a direita, ultimamente os pés, estirando aquele sagrado corpo com tanta força e desumanidade.
Faziam eco no coração da lastimosa Mãe.
No corpo do Filho davam marteladas divididas.
Porque umas feriram os pés, outras a mão direita, outras a esquerda; porém na Senhora toda batiam e descarregavam juntas no mesmo lugar, porque todas feriam o coração.
Por isso Simeão chamou de espada.
Para o corpo do Filho a cruz era cruz, os cravos eram cravos, os martelos eram martelos, mas para o coração da mãe a cruz era espada, os cravos eram espada, os martelos eram espada, porque todos penetravam suas entranhas e lhe atravessavam o coração.”

Conclusão
Celebrar o Natal não é simplesmente uma questão sentimental. é algo exigente que nos pede coragem, determinação e sacrifício.
Não basta contemplar a ternura de um Deus Menino, é preciso identificar-se com Ele que se fez vítima e expiação.
Não podemos ficar apenas no ambiente festivo e contemplativo do Natal, é preciso identificar-se com Cristo que veio para se imolar por todos nós em oblação ao Pai.
É preciso unir o Natal à Paixão, Belém à Cruz, a Vida à ressurreição num mesmo mistério.


























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