quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Os Natais do Pe. Dehon


O Pe. Dehon e o Natal
O Natal e o Pe. Dehon

“Os dias de Natal sempre me trouxeram uma chuva de graças”, assim escreveu o Pe. Dehon no seu diário (cf. NQ 35). E foi mais preciso na sua justificação: “As maiores graças da minha vida, a minha vocação e as minhas ordenações datem do Natal. Assim eu gosto profundamente deste mistério de paz, de amor e de imolação. O tempo de Natal é um tempo de nascimento de vocações… Fui ordenado padre a 19 de dezembro, celebrei a Primeira Missa a 20. Instituido sub-diácono a 21, recebi a Tonsura a 22, as duas ordens menores a 23, a vocação a 25; Festa de são João a 27 e o grande incêndio do Colégio a 29…”

























Os natais mais significativos do Pe. Dehon:

Natal de 1855 – aos 12 anos, estudante no Colégio de Hazebrouk. Na missa da meia-noite, na capela dos Franciscanos, estando de serviço ao altar como acólito – “senti que o Senhor me pedia uma entrega total, que me reclamava para Ele.” Nessa noite de Natal nasceu a sua vocação sacerdotal.

Natal de 1866 – aos 23 anos, seminarista em Roma, recebeu a Tonsura e as ordens menores.

Natal de 1867 – em Roma recebeu o sub-diaconado a 21 de dezembro.

Natal de 1868 – aos 25 anos, ordenado Padre a 19 de Dezembro, celebrou as suas primeiras três missas no Natal com os pais na capela do Semiário Francês, em Roma. No dia de Natal o pai, até então um pouco afastado da prática religiosa, recebeu a Sagrada Comunhão das mãos do Papa Pio IX. O Pe. Dehon viu nisso uma graça especial de Deus na sua vida.

Natal de 1869 – Em Roma, fazendo parte do gupo dos estenógrafos do Concílio Vaticano I.

Natal de 1871 – aos 28 anos, como novo vigário de São Quintino, fez o seu primeiro sermão no dia de Natal. “Foi um sermão social… Produziu um efeito profundo pelo menos numa pessoa, pois agradecida pela sua conversão nesse dia, passou a oferecer cada ano um cabaz de natal e um belo donativo para as minhas obras”.

Natal de 1873 – “Nós temos um presépio muito bem ornamentado” no Patronato em São Quintino onde foi cantada a missa da meia-noite.

Natal de 1876 – em São Quintino, recém-nomeado Cónego Honorário da Diocese de Soissons.

Natal de 1878 – aos 35 anos, já como Religioso e Fundador, celebrou o primeiro Natal no Colégio São João.

Natal de 1883 – aos 40 anos em São Quintino o Natal do Consumatum est. No dia de Natal escreveu uma carta ao Bispo de Soissons sobre a suspensão da Congregação pela Santa Sé no princípio desse mês. “Eu só posso dizer o meu Fiat! Farei tudo o que Vossa Excia. Reverendíssima me ordenar em nome da Santa Igreja e quando ela quiser.”

Natal de 1886 – Natal em Roma.

Natal de 1888 – Natal no Colégio São João e no Convento das Irmãs.

Natal de 1895 – Natal en Namur, Bélgica, onde pregou um retiro paroquial.

Natal de 1897 – Natal em Roma, preparando as Conferências Sociais de Janeiro.

Natal de 1898 – Natal em Nimes, França, onde pregou um retiro a religiosas.

Natal de 1899 – Natal em Roma onde participou na abertura do Ano Jubilar.

Natal de 1900 – Natal em Roma. No dia 25 participou na clausura da Porta Santa do Ano Jubilar.

Natal de 1901 – Natal em Roma. No dia 25 foi recebido pelo Papa Leão XIII que lhe renovou o pedido, de há 20 anos antes, de pregar as suas encíclicas.

Natal de 1906 – Natal em Santos, no Brasil. Celebrou na Igreja do Carmo.

Natal de 1910 – Aos 67 anos, Natal em Bogor, Indonésia, durante a sua viagem à volta do mundo. Celebrou as três missas de Natal na Capela das Irmãs Urselinas.

Natal de 1911 – Natal em Albino, Itália, a caminho de Roma.

Natal de 1912 – Natal de Paz em São Quintino. Escreveu um bilhete de reconciliação ao confrade Pe. Kusters na noite de Natal: “Meu caro amigo. Tenho pena do frio que existe entre nós os dois. Diante do presépio esqueçamos todos os nossos desentendimentos. Não tenho nada contra vós…”

Natal de 1914 – Aos 71 anos, Natal em tempo de guerra, em São Quintino ocupada pelos Alemães. “Celebrei a missa da meia-noite na nossa capela. Ninguém mais esteve presente para além do pessoal da casa. Os alemães que ocupam a cidade de São Quintino celebraram o Natal nas nossas igrejas ornamentando-as com coelhos, segundo seu costume.” Nos dois anos seguintes da I Guerra Mundial, celebrou o Natal em São Quintino, antes de ser deportado para a Bélgica em março de 1917.

Natal de 1917 – Natal em Paris, a caminho de Roma.

Natal de 1918 – Natal em Roma. No dia 25 foi recebido pelo Papa Bento XV que lhe ofereceu uma medalha pelos 50 anos de ordenação sacerdotal.

Natal de 1924 – Último Natal, Bruxelas, Bélgica, aos 81 anos. Escreveu ao Pe. Paris: “Caro Padre, Boas festas de Natal e de novo ano…. Eu tenho 56 anos de sacerdócio e já celebrei por volta de 20.000 missas. Ajudai-me a reparar e a agradecer…”

Conclusão
O Natal do Pe. Dehon foi plurifacetado. Foi Natal de graças, de lágrimas, de bênçãos, de guerra e de paz. Foi Natal de vocação, de cruz, de Consumatum est, de Ordenações, comemorações, viagens e retiros. Foi Natal de cá e de lá, caseiro e universal, da Europa, América e Ásia. Natal de perdão, de louvor e gratidão. Foi uma “chuva de bênçãos…”


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