Hoje assinalamos a memória litúrgica do Beato Carlos Imperador da Áustria e Rei da Hungria.
Neste ano da Fé podemos valorizar o seu contributo neste campo.
A
fé de um homem e um homem de fé
“Nenhuma
missão concorreu tão eficazmente para reavivar a fé na minha diocese como o
exemplo dado pelo imperador Carlos na sua doença e na sua morte” – assim confidenciou
D. António Manuel Pereira Ribeiro, bispo do Funchal de 1914 a 1957.
O
Imperador Carlos de Áustria e Rei da Hungria passou os cinco últimos meses da
sua vida na Madeira para aqui viver a sua fé e a partir de então tem toda
a eternidade para fazer brilhar essa mesma fé…
Como
é que alguém passa tão pouco tempo num lugar, doente e acamado, exilado ou
preso, sem saber falar a língua local, no meio de tantas provações e
inquietações… e consegue deixar tamanho testemunho da sua fé? Como é que alguém
perseguido e maltratado consegue dar uma tão grande lição que fez reavivar a fé
da igreja local?
Só
encontro uma resposta possível: O seu exemplo falava mais do que a sua boca, a
sua atitude de oração pregava mais do que qualquer palavra.
E
o povo à sua volta foi sensível a esse exemplo de fé e a esse modelo de oração.
Bem
depressa os madeirenses descobriram naquele exilado um homem de fé. E logo se
deixaram contagiar pela fé daquele homem.
Foi
o exemplo que os levou a esta dupla descoberta. É que o exemplo arrasta e a
atitude mobiliza.
E
uma vez mais se cumpre a observação popular: vale mais ver uma só vez do que ouvir cem vezes. É por isso que o povo madeirense viu este homem de fé e deixou
que o seu exemplo reavivasse a sua própria fé.
E
o que viu de especial neste homem de fé?
Viu
a sua humildade e simpatia, viu-o a procurar o horário das missas na sé, viu-o
a participar nas eucaristias, viu o seu recolhimento, viu a sua sincera piedade
eucarística, viu-o na mesa da comunhão, viu a sua devoção mariana, viu a sua
consagração ao Sagrado Coração de Jesus, viu-o a perdoar os seus inimigos,
viu-o a oferecer-se como vítima para restaurar a paz e a concórdia entre os
seus concidadãos, viu-o a acompanhar um funeral de um pobre local e a rezar
compassivo, viu-o a procurar fazer em tudo a vontade de Deus, enfim… viu-o
morrer chamando pelo nome de Jesus. E foi mais importante ver uma vez, do que
ouvir falar cem vezes.
Hoje,
como bem-aventurado ou beato, Carlos de Áustria pode ser invocado como um
modelo a seguir em qualquer parte do mundo.
Que
este homem de fé nos ajude a aderir à mesma fé deste homem!
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