sexta-feira, 12 de abril de 2024

A parábola dos 2 peixinhos


6ª feira – II semana da Páscoa

 

Está aqui um rapazito que tem cinco pães de cevada e dois peixes…

A parábola dos dois peixinhos do milagre da multiplicação

 

Certa vez um cardume de peixes do mar estava numa grande conversa sobre o seu futuro, desejos ou sonhos.

Um peixe falou assim:

- Quero continuar no mar e viver a nadar sem rumo, em plena liberdade.

Outro logo afirmou:

- Quero sair do mar e ser um lindo peixe dentro do aquário e ser admirado por todos, por causa da minha beleza.

Um terceiro afirmou que queria evoluir, mas não sabia como, mas de uma coisa tinha a certeza, queria fazer algo realmente importante.

- E tu, porque estás calado, não tens nenhum sonho? – perguntaram a um colega que ali estava com a boca aberta.

- Vem comigo preparar-te para as luzes da ribalta.

- É melhor ficares comigo neste espaço onde nascemos. Fica cá.

- Obrigado pelos convites, mas eu acho que vou aceitar o desafio de ir mais além, de fazer algo que realmente valha a pena.

E assim passou a nadar lado a lado com o seu novo amigo, partilhando o mesmo sonho e o mesmo ideal.

Passados alguns dias, enquanto nadavam alegremente estes peixes viram uma rede que os envolvia por todos os lados.

O peixe que tinha dito que queria ficar no oceano protestou que não sairia dali, barafustou e esgotou as suas forças em vão.

O que queria ir para o aquário ficou com medo, paralisou e desistiu do seu sonho.

O que queria evoluir falou assim para os outros:

- Não sei o que vai acontecer, mas creio que essa é a oportunidade que eu preciso para fazer algo importante.

E o seu colega de sonhos anuiu.

Dito isto, deixaram-se levar pela rede.

No princípio parecia tudo suave, mas conforme foram subindo a paisagem mudou e começaram a ter falta de ar, ou seja, falta de água. Pensaram que estavam a morrer e nesse momento difícil pensaram:

- Como podemos evoluir assim? Como podemos fazer algo realmente significativo se estivermos mortos? Assim vão acabar os nossos sonhos. Mortos, não poderemos prestar altos serviços a mais ninguém!

De facto, estes dois amigos morreram no barco e foram encaminhados para a lota de um porto ali perto.

Logo pela manhã veio um menino à lota e comprou aqueles dois peixes e juntou-os num cesto onde já trazia cinco pães de cevada.

Aquele menino dirigiu-se a um monte, onde havia um homem que pregava e era conhecido por fazer maravilhas em nome de Deus.

Nesse local havia um grande número de pessoas e como estavam longe de qualquer povoado, não queriam sair dali para buscar comida, pois desejavam ardentemente ouvir aquele homem. Assim, todos estavam com muita fome, mas não havia comida.

Então aquele menino chegou até aquele homem e disse-lhe:

- Eu ofereço os meus dois peixes e os cinco pães que acabei de comprar na lota de Tiberíade para que o Senhor alimente quantos puder.

Então aquele homem pegou amorosamente naquela oferta de sacrifício do menino, abençoou e olhou para a oferta em especial dos dois peixinhos, pois conhecia os pensamentos e viu que naquela oferta estava os peixinhos que queriam fazer algo importante e disse-lhe:

- Ouvi o que vocês desejaram e sonharam no mar. Mesmo sendo pequenos, Deus vos fará grandes, pois vou atender ao vosso pedido e realizar o vosso sonho de servir uma grande causa. Através da vossa entrega e do vosso sacrifício vos transformareis de peixes a apóstolos, a pescadores de homens, pois na medida em que alimentardes a cada um destes que me ouvem, sereis um com eles nesta missão e através desse ato, evoluireis vivereis através deles.

E assim foi feito com aqueles peixinhos, que se multiplicaram e saciaram a fome de todos aqueles que estavam no monte e foram um com eles, pescando pessoas e saciando a fome de todos, a fome de Deus.

E com isso, o desejo daqueles peixinhos foi atendido por Deus, mas para isso, precisaram de se sacrificar, de sair do mar e experimentar uma nova vida nas mãos daquele que multiplica as possibilidades para se fazer algo realmente grande para as pessoas. Aqueles peixinhos, fizeram pequenos para podere crescer e se multiplicar diante daquela multidão.

 

Os peixes representam o que nós somos diante de Deus, muitas vezes nos restringimos a ficar no mar nadando com o cardume, sem a possibilidade de fazer nada pelos outros, apenas seguindo o bando sem a possibilidade de refletir sobre a vida e nem sequer olhar para além do oceano. Outras vezes temos desejos de atenção, queremos viver num aquário, fazendo apenas espetáculo para ser admirados pela nossa beleza, esse aquário muitas vezes representa a igreja, com a sua pompa e os nossos cultos cheios de vaidade, mas sem vida.

Essa parábola lembra-nos que podemos lutar por um alto ideal para sermos peixes que alimentam multidões, nos colocar nas mãos daquele que cria a possibilidade, que não estava no aquário, mas no monte com os que precisam, com os que necessitam de alimento.

(Adaptado de autor desconhecido)

 

Ver também:

Pão, partilha e unidade

Jesus fala de si

 

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