sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Um percurso de santidade


Memória do Beato Carlos de Áustria

Neste dia contemplemos 5 expressões do quotidiano de um santo ou da santidade na vida quotidiana.

 

1º - Retiro de preparação para o casamento

O casamento de Carlos com Zita ficou marcado para 21 de outubro de 1911 em Schwarzau, na casa de família dos Bourbon-Parma. Os noivos prepararam-se com afinco. Carlos fez um retiro com o Pe. Andlau, que mais tarde virá a testemunhar como ficou edificado pela sua franqueza de caráter, a simplicidade, a firmeza, a retidão e a seriedade com que encarava os seus novos deveres. Zita por seu lado, preparou-se também (CF Elizabeth Montfort, Carlos e Zita de Habsburgo itinerário espiritual de um casal, Edição Lucerna, 2022).

Preparando-se com um retiro para o casamento não esqueceu o principal…

 

2º - Primeiras e últimas palavras de uma união

Na manhã do dia do casamento Carlos disse a Zita: Agora, devemos ajudar-nos mutuamente a ir para o Céu.

Na manhã da sua morte disse: Amo-te infinitamente. Encontrar-nos-emos no Coração de Jesus.

Estas expressões constituem a dupla chave de ouro que abriram e encerraram o itinerário de um casal.

O amor conjugal é ícone do amor de Deus.

 

3º - Desejar boa noite com uma cruz na testa

Todas as noites ao despedir-se dos seus filhos antes de se retirarem para a cama Carlos de Áustria tinha o hábito de lhes fazer o sinal da cruz na testa como bênção. Herdou esse gesto da sua mãe Maria Josefa da Saxónia. De facto, era assim que ela lhe desejava as boas noites, quando criança, recitando também uma oração muito popular austríaca: Louvado seja Jesus Cristo! Para sempre seja louvado!

Os filhos são uma bênção de Deus para seus pais e estes uma bênção de Deus para os seus filhos. Deus abençoa os pais através dos filhos e abençoa os filhos através dos pais.

 

4º - Perder uma pátria para ganhar outra

O cardeal húngaro Jozsef Mindszenty, nas suas memórias, lembrava – quando estava bom tempo, eu olhava para o voo das andorinhas e dizia para comigo: elas chegam na primavera e partem no outono. O destino deu-lhes duas pátrias. Em vez disso, nós só temos uma e ficámos sem ela. Mas talvez não para sempre! Carlos perdeu-a para sempre, mas encontrou imediatamente uma outra, aquela que sempre tinha amado e desejado mais ardentemente – a pátria celeste.

É nessa pátria que podemos encontrar o Imperador. A Arquiduquesa Maria Teresa, numa das cartas que enviou à sua família, com a data de 6 de abril de 1921, escreveu: Zita procura o imperador no sítio onde ele deve repousar – no seio de Deus.

Perder é ganhar aos olhos de Deus, até mesmo uma pátria.

 

5º - Ao rei mártir

Nas exéquias o caixão do Imperador Carlos de Áustria estava coberto por um mar de flores. Uma das coroas tinha a seguinte inscrição em português – Ao rei mártir.

Sem dúvida, era o testemunho de um habitante da ilha.

Carlos de Áustria foi mártir da paz, foi mártir por ter sido submetido a tantas provas, foi mártir na totalidade da sua vida.

Foi mártir, mas foi feliz por ter oferecido o melhor de si mesmo a Deus.

 

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