JESUS
é a via-sacra
“Eu sou a VIA, a VERDADE, a VIDA…” (Jo 14,6)
I Estação: Jesus é condenado à morte
À
morte triste e eterna
estava
eu condenado;
por
ser filho de Adão,
herdeiro
do seu pecado.
Meu
Jesus, bondade imensa,
quis
mudar a minha sorte:
ao
morrer por meu amor,
livrou-me
da eterna morte.
Virgem
Mãe! Por vosso Filho
à
morte ser condenado,
fazei,
Senhora, que eu nunca
volte
a cair no pecado.
II Estação: Jesus carrega com a cruz
Com
que amor, com que ternura,
entre
angústia e prazer,
tomou
Jesus o madeiro
onde
havia de morrer.
Era
para Ele o cetro
com
que havia de reinar
e
para mim era o meio
de
no Céu poder entrar.
Virgem
Mãe! Por vosso Filho
assim
a Cruz aceitar,
fazei
que eu seja constante
em
a minha cruz levar.
III Estação: Jesus cai pela primeira vez
Cai
em terra o Deus do Céu,
debaixo
daquela Cruz.
Ó
Anjos do Paraíso,
vinde
acudir a Jesus.
Levantai-Vos,
meu Jesus;
ajudai-me
a levantar.
Do
pecado fugirei,
para
não voltar a pecar.
Virgem
Mãe! Por vosso Filho
em
terra por mim cair,
fazei,
Senhora, que eu nunca
desfaleça
em vos servir.
IV Estação: Jesus encontra a sua Mãe
Dizei-me
vós se é possível,
ruas
de Jerusalém,
o
que se deu neste encontro,
de
Jesus com sua Mãe.
De
certo que nunca houve
dor
àquela semelhante;
quer
duma parte, quer de outra,
angústia
tão lancinante.
Virgem
Mãe! Por vosso Filho
encontrardes
com a Cruz,
fazei,
Senhora, que eu sempre
me
encontre com Jesus.
V Estação: Jesus é ajudado pelo Cireneu
Tinha
o Senhor seus amigos
e
alguns deles muito queridos,
mas
logo que O viram preso,
fugiram
espavoridos.
Foi
preciso que um estranho
ajudasse
o bom Jesus;
o
que mais lhe custaria
que
o mesmo peso da Cruz.
Virgem
Mãe! Por vosso Filho
precisar
de um Cireneu,
pedi-Lhe
que em meus trabalhos,
Ele
seja sempre o meu.
VI Estação: Jesus encontra Verónica
Que
mulher tão valorosa,
que
amor tão grande e forte!
Nada
lhe deteve o passo,
nem
mesmo o temor da morte.
Rompe
pela multidão,
amotinada
e maldita.
Limpa
o rosto a Jesus;
bendita
mulher, bendita.
Virgem
Mãe! Por vosso Filho
aceitar
este favor,
pedi-Lhe
Vós, que Ele aceite,
os
meus trabalhos e amor.
VII Estação: Jesus cai pela segunda vez
Cai
em terra o Deus do Céu,
na
terra de onde eu saí,
para
dizer-me baixinho:
«Irmão,
vou morrer por ti.
Por
mais vezes que tu caias,
não
desanimes, avança.
Pega
de novo na cruz,
segue
em frente e tem confiança».
Virgem
Mãe! Por vosso Filho
de
novo cair no chão,
fazei-me
ir, a passo firme,
caminho
da salvação.
VIII Estação: Jesus encontra as mulheres
Jerusalém
foi ingrata,
mas
ainda teve alguém
que
sentisse o que ela fez
a
Jesus, seu sumo bem.
Algumas
das suas filhas
atrás
d’Ele iam chorando
e
Jesus as consolou,
a
sua bênção lhes dando.
Virgem
Mãe! Por vosso Filho
consolar
quem O seguia,
consolai-me
Vós agora
e
na última agonia.
IX Estação: Jesus cai pela terceira vez
Mais
outra vez cai em terra
Aquele
que o Céu sustenta.
Prostrado
por nossas culpas,
com
seu perdão nos alenta.
Vai
morrer, quer despedir-Se
da
terra e dos que são seus.
Parece
ao cair dizer-nos:
«Adeus,
amigos, adeus».
Virgem
Mãe! Por vosso Filho
de
novo cair em terra,
dispersai
meus inimigos,
que
me fazem tanta guerra.
X Estação: Jesus despojado das vestes
Não
há quem ponderar possa,
a
confusão que sentiu
Jesus,
tão puro e tão santo,
quando
despido Se viu.
Diante
de todo o povo,
e
diante de homens vis,
no
mais alto do Calvário,
que
pejo ó Senhor sentis!
Virgem
Mãe! Por vosso Filho
Se
ver em tal desnudez,
das
vestes do nosso mundo
despi-me
por uma vez.
XI Estação: Jesus é crucificado
A
Cruz já está no chão
e
Jesus sobre esse altar,
para
a seu Eterno Pai
por
todos nós Se entregar.
Depois,
os seus inimigos,
os
ministros da maldade,
de
pés e mãos O pregaram
nesse
Lenho, sem piedade.
Virgem
Mãe! Por vosso Filho
a
ser pregado na Cruz,
fazei
que eu viva e que eu morra,
sempre
unido ao bom Jesus.
XII Estação: Jesus morre na Cruz
Consumou-se
o sacrifício,
choremos
amargamente.
Está
Deus em agonia
e
sofrendo horrivelmente.
Expirou
por fim, mas antes,
como
tanto nos amou,
entregou-nos
a Maria,
e
por Mãe no-la deixou.
Virgem
Mãe! Por vosso Filho,
que
a morte por mim sofreu,
fazei
que eu morra por Ele,
como
Ele por mim morreu.
XIII Estação: Jesus é descido da cruz
Virgem
Mãe, Mãe dolorosa,
que
é do vosso Jesus!
«Aqui
O tenho em meus braços,
já
sem vida e já sem luz.
Ai
que dor, ai que martírio,
perder
um filho assim.
Era
meu filho e meu Deus,
era
tudo para mim».
Virgem
Mãe! Por vosso Filho
que
tendes nos braços morto,
dai-me,
com firme esperança,
nos
meus trabalhos conforto.
XIV Estação: Jesus é sepultado
Agora
sim, Mãe de Deus,
que
Vos deveis lastimar.
De
Jesus já nem o corpo
podeis
ver, nem abraçar.
No
sepulcro a fria pedra
acabou
de O esconder.
Não
sei como, com tal golpe,
pudestes
sobreviver.
Virgem
Mãe! Na soledade,
aqui
me tendes a mim.
Vou
amar-Vos como um filho,
sempre,
sempre, até ao fim.
XV Estação: Jesus ressuscita
Meu
Jesus, vou retirar-me.
A
meu pesar, vou-me embora.
Fazei
que eu recorde os passos
que
convosco dei agora.
Embora
me vou, Senhor,
mas
fica o meu coração.
Quero
sempre, aos vossos pés,
ficar
em adoração.
E de
mais Vos ofereço,
quanto
sou e quanto posso;
hoje,
amanhã e para sempre,
desejo
ser todo vosso.
Virgem
Mãe! Protegei-me nesta hora,
e
pedi sempre a Jesus,
que
me ajude até que O veja,
na
Pátria da Eterna Luz.
(autor
desconhecido, recolha popular,
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