quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Missa cantada


Memória de Santa Cecília, Virgem e Mártir
Padroeira da Música











Dizia um provérbio latino:
“Musica letitiae comes et medicina dolorum”
Que quer dizer “A Música é a companhia da alegria e a medicina das dores.”
É por isso que por coincidência, no dia da padroeira da música, Jesus, no trecho do Evangelho, chora…
E eu pergunto:
A chuva ao cair, como no dia de hoje, chora ou canta?
Claro que chora com aquele que chora e canta com aquele que canta, isto é, é companheira da alegria e é medicina do sofrimento.

Na liturgia o canto e a música têm também dois fins:
- Glorificar a Deus
- Santificar os homens.
E santifica os fiéis abrindo-lhes o coração para Deus.
É por isso que nós cantamos a missa, não cantamos na missa.
Celebramos cantando e cantamos celebrando.
Assim glorificamos a Deus com o esplendor da nossa arte e abrimos o nosso coração à sua presença.





































Dois testemunhos
1º - Do Papa Emérito Bento XVI:
"Quando, nos dias festivos, se interpretava uma Missa de Mozart na Igreja Paroquial da minha terra natal, eu, um simples rapaz do mundo rural, sentia que o Céu se abria em nosso redor. Nuvens de incenso elevavam-se em frente ao presbitério, nas quais o Céu se refletia; sobre o altar realizava-se um ato sagrado, o qual - bem o sabíamos - permitia para nós a abertura do Céu. Do coro ressoava uma música que só podia provir do Céu, uma música na qual se revelava o júbilo dos anjos à beleza de Deus. Havia algo desta beleza no meio de nós. Tenho de confessar que sempre senti tudo isto ao escutar Mozart e outras músicas solenes."
Conclusão: A música e o canto devem estar à altura da celebração pois não podemos com palavras banais exprimir coisas belas, como também não podemos com músicas foleiras exprimir realidades transcendentes.

2ª – Do atual Cardeal de Boston, Seán O’Malley:
"Nos meus tempos de seminarista, li uma entrevista com Flannery O’Connor sobre o que era crescer como católica no Sul dos Estados Unidos. A famosa autora contou que, em criança, a sua melhor amiga era uma Baptista, sua colega de carteira. Certo dia, Flannery convidou a amiga para ir à Missa. A pequenita pediu licença à mãe e lá foi com ela à igreja católica. Flannery estava ansiosa por conhecer a reação da sua amiga:
- Então, o que é que achaste?
A amiga respondeu-lhe:
- Uau, algo de especial se passa convosco católicos: a música é péssima, o sermão, uma maçada, e mesmo assim, têm a casa cheia…"
Conclusão: Não é a música que eleva e dignifica a celebração, mas o contrário, é a celebração que deve elevar o cântico e o coração até Deus.



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