quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Natal (44)


Representação viva do Natal


















Nem tudo se repete

Num orfanato preparou-se a representação viva do presépio com as suas cenas da noite de Natal.
Os pequenos órfãos ensaiaram tudo muito bem.
Havia quem fazia de Maria, de José, de anjos, de pastores e outros habitantes de Belém.
Um miúdo, que sofria de algum atraso mental, ficou com o papel, simples e pequeno, de porteiro da estalagem que devia fechar a porta à sagrada Família.
No dia da apresentação da peça a sala estava cheia e as crianças nervosas, pois queriam mostrar o seu melhor.
Quando José bateu à porta da hospedaria à procura de alojamento viu-se mesmo que os atores estavam habituados a essas cenas de pedir e ser recusado…
O miúdo que fazia de porteiro abriu então a porta e disse, como previsto, que não havia lugar, pois a hospedaria estava repleta… E ficou a olhar para Maria e José que tristes e desolados se mantinham à sua frente.
Então o miúdo, comoveu-se, os seus olhos encheram-se de lágrimas, não fechou a porta como aprendera no ensaio, mas disse com toda a sinceridade:
- Entrem, entrem. Não podem ficar aí ao frio nessa situação… Eu posso dormir no chão… entrem, entrem…
Houve um grande silêncio na sala… Os atores comovidos paralisaram… a assembleia começou a aplaudir emocionada, ninguém aguentou as lágrimas e o espetáculo ficou por ali.
A peça foi um êxito, apesar de não ter sido fiel ao guião nem à memória do que se passou na primeira noite de Natal.
Toda a gente percebeu que ninguém pode ficar indiferente ao Natal.
Na sua inocência, aquele pequeno deficiente tinha dado uma grande lição de amor: Mesma a brincar ou a representar, não podemos recusar fazer o bem, seja a quem for.
Se fizermos tudo com atenção e dedicação, não desprezaremos ninguém e todos serão bem acolhidos e servidos.
E Deus continua a surpreender-nos através dos mais pequenos, simples e humildes.
Feliz Natal.


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