Pai
Pai, que tiraste do nada o Universo e o
encheste com o Teu sopro, fizeste com que, desde as minúsculas partículas até
ao homem, tudo procurasse unir-se pela tua força de atracção e convergir para o
pólo que incendeia o mundo, Cristo, o Ponto Ómega
Nosso
Nosso, porque somos irmãos do Teu Filho, Jesus
Cristo, a quem confiaste toda a Criação e se tornou Homem, como nós, para
connosco selar a Eterna Aliança, pensada desde todos os tempos, pela qual Tu
quiseste que o Homem fosse Deus
que estais nos céus
no céu, que não é lugar nenhum, porque o
lugar que ocupas é o infinito sem espaço nem tempo; mas é antes o Teu
pensamento, o Teu plano de Pai, abrindo os braços para neles receberes tudo o
que para Ti converge por Amor
santificado seja o vosso nome
o Teu nome é Pai, e é santificado quando nós,
Teus filhos, por ele chamamos, absolutamente confiantes que Tu nos escutas
venha a nós o vosso reino
o Teu reino é tudo o que se está criando a
cada instante, no Universo e em cada um de nós, pelo esforço e pelo amor; ele virá
a nós se construirmos, com Cristo e para Cristo, o seu Corpo Místico, feito de
todos nós e de toda a Terra
seja feita a vossa vontade
a Tua vontade que, pela Tua graça, nos ajudas
a descobrir em cada instante, é a Santa Evolução; e que, pelo bem supremo que
deste à humanidade, a liberdade, podemos amar ou recusar
assim na terra como no céu
aqui, na terra, o lugar de o homem realizar a
Tua vontade, quando a ama e reconhece como única via de felicidade, para que o
Teu plano, traçado no céu, assim se cumpra
o pão nosso de cada dia
que o homem faz com as suas mãos, usando tudo
o que vê desenvolver-se sobre a terra, e que a sua inteligência reflexiva valoriza
e faz progredir irreversivelmente;
nos dai hoje
mas que é também a graça, Pai, que Tu nos dás
e sem a qual somos incapazes de distinguir o verdadeiro alcance do nosso labor,
o sentido do pão que é para todos
perdoai-nos as nossas ofensas
sobretudo quando, ao tactearmos os caminhos, aprendemos
a distinguir o mal do bem, e acabamos por fazer a escolha errada
assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido
como é difícil este mandamento, como a todo o
momento nós esquecemos que amar é dar, é dar sempre (que é o que quer dizer per-donare);
é dar a quem não dá, percebendo as razões desse não dar
e não nos deixeis cair em tentação
sendo a maior de todas a recusa: recusa de
com os outros construir, recusa de amar, recusa de perdoar, recusa de Te
escutar
mas livrai-nos do mal
do mal que vem de fora, os cataclismos, as
violências, as doenças, que vamos aprendendo a dominar mas que nos arrasam, nos
destroem, nos podem impedir de progredir material e espiritualmente; e do mal
que vem do nosso coração, a recusa do outro, o desânimo, a intolerância, a
impaciência; em todos os casos, livra-nos da perturbação…
Ámen
Texto adaptado de António
Paixão
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