segunda-feira, 16 de maio de 2011

Porta Aberta

Ano A - IV Domingo Pascal

 
Naquele redil havia uma ovelha negra, símbolo de inconformismo e de rebeldia, que pensava abandonar o rebanho por ser demasiado exigente. Não querendo dar explicações a mais ninguém, despediu-se de um colega. Durante a noite iria forçar a porta ou então saltar o muro, colocaria uns paus para servirem de escada, subiria por eles e atirar-se-ia para o outro lado.
No dia seguinte, por espanto do seu amigo, a ovelha negra continuava lá.
- Que se passou? Foste apanhada?
- Nada disso. Quando estava tudo preparado, reparei que a porta estava aberta... e os meus planos ficaram assim estragados.
O seu amigo, que antigamente estudara latim, concluiu:
- Cor magis tibi Pastor pandit, que quer dizer, o Coração que o Pastor te abre é ainda maior que esta porta.
A ovelha tresmalhada descobriu assim que aquele era o melhor rebanho porque tinha um Pastor de coração aberto.

Naquele tempo Jesus disse:
- Eu sou a porta das ovelhas. Quem entrar por mim será salvo. As ovelhas seguem-Me porque conhecem a Minha voz.
Ele respeita a nossa liberdade e nos faz viver em plenitude.

Obedecer é a forma portuguesa do latim ob-audire, que é ouvir, escutar. Escutar não suprime a nossa liberdade mas indica-nos o caminho, esclarece e orienta-nos. Aquele que tem os ouvidos atentos, descobre saídas que os outros ignoram. Obedecer a um bom pastor é crescer em plena confiança.


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