quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Pai Nosso nos Salmos


O Pai Nosso de cada dia (88)

Quem diz, por exemplo, assim como diante dos povos manifestastes em nós a vossa santidade, assim também diante de nós manifestai neles a vossa grandeza, e sejam acreditados os vossos profetas, que outra coisa diz senão:
Pai Nosso que estais nos Céus,
Santificado seja o vosso nome.

Quem diz: Deus dos exércitos, vinde de novo, iluminai o vosso rosto e seremos salmos, que outra coisa diz senão:
Venha a nós o vosso reino.

Quem diz: dirigi os meus passos segundo a vossa palavra e que nenhuma impiedade me domine, que outra coisa diz senão:
Seja feita a vossa vontade, assim na Terra como no Céu.

Quem diz: Não me diz pobreza nem riqueza, que outra coisa diz senão:
O pão nosso de cada dia nos dai hoje.

Quem diz: lembrai-vos, Senhor, de David e da sua grande piedade ou também: Senhor, se estou culpado, se nas minhas mãos há iniquidade, se fiz mal a quem me fez bem, que outra coisa diz senão:
Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.

Que diz: Livrai-me, ó Deus, dos meus inimigos, protegei-me contra os meus agressores, que outra coisa diz senão:
Livrai-nos do mal.

Se evocarmos todas as invocações contidas na Sagrada Escritura nada encontramos que não esteja incluído e compreendido nesta oração do Senhor. Por isso, podemos usar na oração do Senhor. Por isso, podemos usar na oração outras palavras para pedir a mesma coisa, mas não para pedir coisas diferentes.

(Cf. Carta de Santo Agostinho a Proba, Ep. 130, 12,22-13,24, CSEL 44 páginas 65-68)

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Pai Nosso nos sacramentos


O Pai Nosso de cada dia (87)

Pai Nosso nos sacramento e os sacramento no Pai Nosso

Os sacramentos são os sinais que Deus escolheu para expressar a sua presença em todas as etapas da vida do homem. Deus está presente em todos os momentos da nossa caminhada. A estrutura do Pai Nosso condensa esses sinais e compromete-se a viver essa presença. Ao rezarmos esta oração, tomemos consciência do seu carácter sacramental, isto é, da nossa vivência dos sacramentos nela condensados.

Pai nosso que estais nos Céus
Santificado seja o vosso nome.
No sacramento do Baptismo nós assumimos a nossa filiação divina. Foi o ingresso numa nova vida, numa nova relação com Deus e com os irmãos. Empenhámo-nos a ser santos tal como Deus é santo, a viver como filhos de Deus que realmente somos.

Venha a nós o vosso reino.
No sacramento do Crisma ou Confirmação assumimos a nossa condição de concidadãos do Reino de Deus. Somos investidos testemunhas qualificadas de Cristo no mundo.

Seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu.
No sacramento da Ordem ou do Matrimónio cada homem responde à sua vocação, assume e vive o seu chamamento na fidelidade ao estado em que a vontade de Deus o chamar.

O pão nosso de cada dia nos dai hoje.
No sacramento da Eucaristia o cristão acolhe a presença de Deus como o pão que desceu do céu, que o alimento na caminhada e que o faz partilhar os bens materiais.

Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.
Na Confissão ou Penitência o homem reconcilia-se com Deus e com os irmãos, já que os desvios são uma constante na caminhada. Este sacramento é o sinal do arrependimento e da conversão para uma vida melhor, e do perdão de Deus.

Não nos deixeis cair em tentação
Mas livrai-nos do mal.
S Santa Unção é sinal de que Deus não nos abandonou nos momentos mais difíceis de sofrimento e de dor. Não estamos sós neste mundo apesar da tentação nos circundar.

Sempre que rezamos o Pai Nosso, recordemos os sacramentos da presença de Deus entre nós e comprometamo-nos a vivê-los de uma maneira global e perfeita.

Anjos são missionários

29 de Setembro
Festa dos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael

O Pe. António Vieira, em 1662, no Sermão da Epifania, escrevia:

"No tempo do nascimento de Cristo dividiu-se o mundo em duas nações, em que se compreendiam todas: a judaica e a gentílica; e para o Senhor fundar em ambas a nova Igreja cristã, que vinha edificar e propagar, bem sabemos quais foram os sujeitos que escolheu: Aos pastores, que eram judeus, mandou um anjo; aos Magos, que eram gentios, mandou uma estrela.
E por que estrelas e anjos entre todas as criaturas?
Porque as estrelas são luz, os anjos são espíritos.
Quem não tem luz, não pode guiar: quem não tem espírito, não pode converter.

E nós queremos converter o mundo sem anjos e com trevas.

Assim, o anjo como a estrela foram missionários trazidos do céu: e de lá era bem que viessem todos; mas já que os não podemos trazer do céu, como Cristo, por que não mandaremos os melhores ou menos maus da leira?"

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

São Vicente de Paulo

27 de Setembro
Memória de São Vicente de Paulo, Presbítero

Da antífona das Laudes de hoje:
"Consolador dos aflitos e protector dos fracos, S. Vicente revelou aos homens o coração de Deus."

Quem sou eu para seguir este exemplo?!
Não peço então capacidade para revelar ao homens o coração de Deus,
mas peço simplesmente a capacidade de revelar aos homens o Deus do coração:
O Deus que trago no meu coração e o Deus que é Coração.
Ámen.

Pai Nosso da Didakhé


O Pai Nosso de cada dia (86)

A Didakhé ou Instrução dos Apóstolos é uma pequena obra de conteúdo moral-litúrgico que contém instruções para os catecúmenos, com a descrição simbólica das duas vias (a da vida e a do pecado); normas sobre o baptismo, sobre a eucaristia; jejum, oração, hierarquia da Igreja e uma espécie de estudo para as relações entre as diferentes comunidades do final do século I e início do II. No campo da liturgia sacramental, aborda o jejum e a oração, apelando para a recitação da oração do Senhor. O Pão Nosso apresentado é tal e qual o que refere S. Mateus, salvo pequenas variantes. A doxologia final encontra-se em manuscritos gregos e nalgumas versões antigas.
Rezemos como o Senhor mandou no Evangelho:

Pai Nosso que estás nos Céus,
Santificado seja o teu nome;
Que o teu reino venha.
Seja feita a tua vontade
Como no céu também sobre a terra.
Dá-nos hoje o pão da nossa subsistência
E perdoa-nos a nossa dívida
Como também nós perdoamos aos nossos devedores.
E não nos leves para a tentação,
Mas livra-nos do mal.
Porque são teus o poder e glória pelos séculos!

Rezai assim três vezes ao dia: na hora de tércia (nove da manhã), da sexta (ao meio dia) e na hora de nona (pelas três da tarde). Deste modo, o pai Nosso, recitado três vezes durante o dia, constitui o primeiro núcleo da oração oficial da Igreja, que depois se desenvolveu no ofício divino, imposto aos sacerdotes, distribuído pelas várias horas do dia. Também chamado Horas Canónicas e, modernamente, Liturgia das horas.

(Cf. Didakhé, Ed. Paulistas, Lisboa, 1967, página 75).

domingo, 26 de setembro de 2010

Pai Nosso da Cruz

O Pai Nosso de cada dia (85)

O Pai Nosso é uma oração cósmica, porque une Deus e o homem, a natureza e a graça, a criação e a redenção, o céu onde está o Pai e a terra onde estamos nós; porque o reino vem de cima, mas não se implanta sem a colaboração dos homens.
O Pai Nosso abarca o aspecto vertical – pois Deus condescende em ser invocado como Pai. Engloba também o aspecto horizontal – porque o amor a Deus deve encarnar-se no amor ao homem. Tal como a Cruz de Cristo, que liga o homem a Deus e os homens entre si num amplexo santificador, o Pai Nosso aponta para o Céu e une os homens numa mesma fraternidade.
Rezemos então com os braços abertos, configurando-nos com a cruz, o Pai Nosso, que é a própria Cruz de Cristo traduzida em oração.

....................PAI NOSSO
...................QUE ESTAIS
.....................NOS CÉUS
..................SANTIFICADO
....SEJA O VOSSO NOME VENHA A
...NÓS O VOSSO REINO SEJA FEITA
.....A VOSSA VONTADE ASSIM NA
......TERRA COMO NO CÉU O PÃO
.NOSSO DE CADA DIA NOS DAI HOJE
.PERDOAI-NOS AS NOSSAS OFENSAS
..................ASSIM COMO
..................NÓS PERDO-
................AMOS A QUEM
....................NOS TEM
.................OFENDIDO E
....................NÃO NOS
................DEIXEIS CAIR
...............EM TENTAÇÃO
.................MAS LIVRAI-
................-NOS DO MAL.

Saber ver


Ano C - XXVI Domingo Comum

Na Parábola do rico Epulão e do pobre Lázaro, Jesus chama a atenção para p espírito de abertura ao outro, que deve comandar a nossa vida. Aquele homem rico não foi condenado pelo facto de ter muitos bens, nem por se ter banqueteado, ou por ser mal comportado. A condenação deveu-se a ter sido incapaz de ver o pobre que jazia à sua porta. Ele não viu o que até os cães viram: alguém que precisava de alguém e que pedia tão pouco. É esta cegueira que é condenável.

Um dia o discípulo perguntou ao seu mestre:
- O ouro e a prata são prejudiciais à santidade?
O Mestre levou-o até junto da janela e, por sua vez, perguntou-lhe:
- Que vês?
- Vejo árvores, jardins, pessoas a passear, crianças a saltar…
Seguidamente colocou uma chapa de prata por detrás do vidro da janela e de novo inquiriu:
- Que vês agora?
- Vejo o meu rosto reflectido.

Foi assim que o discípulo compreendeu que as riquezas, quando colocadas em primeiro plano, nos impedem de ver mais além, só somos capazes de nos ver a nós mesmos. A riqueza que condena e mata é a auto-suficiência e o desprezo dos outros. É preciso distanciarmo-nos dos bens deste mundo para que estes não nos ceguem.
Que o Senhor nos dê olhos para ver os outros.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Proto-mártir dehoniano


22 de Setembro

Memória do Beato Juan Maria de la Cruz (1891/1936)
Sacerdote Dehoniano Espanhol
Mártir da perseguição religiosa na Guerra Civil Espanhola

"No nosso tempo, o preço que temos de pagar pela fidelidade ao Evangelho já não é ser enforcado, desconjuntado e esquartejado; é antes, e de modo frequente, ser excluído, ridicularizado ou parodiado"
Bento XVI, Hyde Park, 18.Set.2010

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Mateus

21 de Setembro

Festa de São Mateus, Apóstolo e Evangelista








Mateus, filho de Alfeu, foi cobrador de impostos. Também foi conhecido por Levi.
De acordo com a tradição, após pregar aos judeus da Palestina, foi para Etiópia.
Algumas dizem que teve morte natural. Outras dizem que ele foi crucificado na Etiópia e depois decapitado.
O seu escudo ostenta três bolsas de moedas, que lembram sua profissão de cobrador de impostos.

A herança principal de Mateus é o seu Evangelho, escrito primeiro em aramaico e traduzido pouco depois para o grego.

A exemplo de Mateus, Jesus só chama quem está ocupado, a trabalhar ou em missão. Chama para mudar de ocupação e não para passar a estar ocupados.

Estejamos sempre ocupados, pois só assim Deus precisará de nós e nos entregará nova missão.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Pai Nosso Memorial e Compromisso


O Pai Nosso de cada dia (84)

O Pai Nosso é um memorial do plano de Deus e um programa do compromisso do homem. Como memorial, é inventário, enumeração do que Deus fez por nós, reconhecimento como tomada de consciência e agradecimento. É também compromisso, pois quando tudo se recebeu, nada mais resta do que dar. No Pai Nosso, Deus dá o tornar-se pai, o tornar-se Deus para os outros, o fazer pelos outros o que ele fez por nós.

Pai Nosso
Que estabeleceste a tua morada entre nós.
Vendo como sabemos amar,
Todos conhecerão o teu nome,
Todos conhecerão quem no-lo ensinou.
O teu reino já está no meio de nós,
Porque fizeste o homem à tua imagem e semelhança.
Tu cumpriste a tua vontade em Jesus Cristo.
A nós compete continuar a sua missão
De curar os doentes, perdoar os pecados,
Ressuscitar os mortos,
Reunir num só corpo os filhos dispersos.
O pão que te pedimos,
Tu só nos tens a nós para o produzir,
Só nos tens a nós para o transmitir aos outros.
O perdão que tu nos dás é o perdoar também.
Se algumas vezes não somos capazes de perdoar,
É que não nos abrimos ainda ao teu perdão.
Tu livraste-nos do mal,
Revelando-nos que há sempre motivos para amar
E que o amor vence as tentações e todo o mal.
Com a nossa oração,
Queremos deixar que te tornes
Deus em nós, sempre e em toda a parte.
Ámen.

domingo, 19 de setembro de 2010

Pai Nosso Luterano


O Pai Nosso de cada dia (83)

Pai Nosso que estás nos céus.
Que significa isso?
Deus quer atrair-nos carinhosamente com estas palavras, para crermos que ele é nosso verdadeiro Pai e nós, os seus verdadeiros filhos, a fim de que lhe roguemos sem temor, com toda a confiança, como filhos amados ao querido Pai.

Santificado seja o teu nome.
Que significa isso?
O nome de Deus, na verdade, é santo por si mesmo. Mas suplicamos nesta petição que também se torne santo entre nós.
Como sucede isso?
Quando a palavra de Deus é ensinada genuína e puramente, e nós, como filhos de Deus, também vivemos uma vida santa, em conformidade com ela; para isso nos ajuda, o querido Pai do Céu. Aquele, porém, que ensina e vive de modo diverso do que ensina a palavra de Deus, profana o nome de Deus entre nós. Guarda-nos disso, ó Pai celeste!

Venha o teu reino
Que significa isso?
O reino de Deus vem, na verdade, por si mesmo, sem a nossa prece; mas suplicamos nesta petição que venha até nós.
Como sucede isso?
Quando o Pai celeste nos dá o seu Espírito Santo, para crermos, por sua graça, na sua santa palavra e vivermos vida piedosa, neste mundo ena eternidade.

Faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu.
Que significa isso?
A boa e misericordiosa vontade de Deus, em verdade, é feita sem a nossa prece; mas suplicamos nesta petição que seja feita também entre nós.
Como sucede isso?
Quando Deus desfaz e impede todo o mau intento e vontade que não nos querem deixar santificar o seu nome, nem permitir que venha o seu reino, tais como a vontade do diabo, do mundo e da nossa carne; e quando, por outro lado, nos fortalece e preserva firmes na sua palavra e na fé, até ao nosso fim. Esta é a sua graciosa e boa vontade.

O pão nosso de cada dia nos dá hoje.
Que significa isso?
Deus, na verdade, também dá o pão de cada dia, sem a nossa prece, a todos os homens maus. Suplicamos, porém, nesta petição que nos faça reconhecê-lo e receber com agradecimento o pão nosso de cada dia.
Que significa isso?
Tudo o que pertence ao sustento e às necessidades da vida, como: comida, bebida, vestes, calçado, casa, lar, campos, gado, dinheiro, bens, consorte piedosa, filhos piedosos, empregados bons, superiores piedosos e fiéis, bom governo, bom tempo, paz, saúde, disciplina, honra, leais amigos, vizinhos fiéis e coisas semelhantes.

E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também perdoamos aos nossos devedores.
Que significa isso?
Suplicamos nesta petição que o Pai celeste não observe os nossos pecados, nem por causa deles recuse as nossas preces; pois somos indignos de todas as coisas que pedimos, nem as perecemos; mas no-las conceda todas por graça, visto pecarmos muito diariamente e nada merecermos senão castigo. Assim nós, na verdade, queremos da nossa parte perdoar também de coração, e de boa vontade fazer o bem aos que pecam contra nós.

E não nos deixes cair em tentação.
Que significa isso?
Deus, em verdade, não tenta ninguém; mas suplicamos nesta petição que nos guarde e preserve, para que o diabo, o mundo e a nossa carne não nos enganem, nem nos seduzam a crenças falsas, desespero e outras grandes infâmias e vícios; e ainda que tentados, vençamos afinal e retenhamos a vitória.

Mas livrai-nos do mal.
Que significa isso?
Suplicamos, em resumo, nesta petição que o pão celeste nos livre de todos os males que afectam o corpo e a alma, os bens e a honra, e, finalmente, quando vier a nossa hora derradeira, nos conceda um fim bem-aventurado e nos leve, por graça, deste vale de lágrimas para junto de si, no céu.
Que significa isso?
Devo estar certo que estas petições são agradáveis ao Pai celeste e ouvidas por ele; pois ele mesmo nos ordenou orar desta maneira e prometeu atender-nos. Ámen. Significa isso: assim seja.

(Cf. MARTINHO LUTERO, Os Catecismos, Concórdia Ed/Ed Sindal, Porto Alegre/S.Leopoldo 1983, páginas 272-275).

Dois Senhores

Ano C - XXV Domingo Comum

Ninguém pode servir a dois senhores:

- Porque há um só Senhor
(tal como ninguém pode ver duas luas porque só há uma lua)

- Porque só Deus basta
(Só Ele nos pode saciar, não é preciso buscar outro)

- Porque o homem não pode ficar dividido
(o nosso coração é único bem como o nosso amor)

- Porque o homem deve optar
(Não podemos agradar a gregos e a troianos)

- Porque Deus nos escolheu primeiro
(Só a Ele pertencemos)

- Porque o dinheiro foi feito para o homem e não o homem para o dinheiro
(O dinheiro está ao serviço do homem e não o contrário)

sábado, 18 de setembro de 2010

Pai Nosso já realizado


O Pai Nosso de cada dia (82)

Quando se reza de verdade, cada uma das petições do Pai Nosso começa a cumprir-se no momento em que é formulada.

Ao pronunciar o nome de Deus Pai,
Estamos já a glorificar este nome.
Se desejamos que venha a nós o seu reino,
O nosso desejo testemunha
Que pertencemos já a esse reino.
Ao pedir que se cumpra a sua vontade,
Abandonamo-nos já a ela.
Na medida em que verdadeiramente
Pedimos o pão de cada dia,
Dizemos que estamos a fazer o possível
Para reduzir as nossas necessidades ao mínimo.
Se perdoamos as nossas ofensas,
Já fomos perdoados por Deus.
Ao pedir o auxílio divino
Contra as tentações e assaltos do mal,
Ao rezar assim, asseguramo-nos da vitória
Contra aquela legião que só a oração é capaz de vencer.

Rezar é comungar com Deus, é identificar-se com a sua vontade e assimilar as suas razões. Deus é imutável, ele não muda com a nossa oração. Quem muda somos nós.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Pai Nosso internacional


O Pai Nosso de cada dia (81)

Desde o princípio do século XII a tradição fixou a região de Betânia, perto do Monte das Oliveira, como o local onde Jesus ensinou aos discípulos o Pai Nosso (Lc 11, 2-4). A partir do século IV ergueu-se uma igreja, chamada Carmelo do Pater, restaurada pelos Cruzados e, desde 1876, a cargo das Irmãs Carmelitas. Num pátio desse convento encontra-se reproduzido em painéis o texto do Pai Nosso em 47 línguas, entre as quais a portuguesa.

1. Em Português
Rezemos confiantes a oração que o Senhor nos ensinou.
2. Em Latim
Praeceptis salutaribus moniti et divina institutione formati, audemus dicere:
3. Em Francês
Comme nous lávons appris du Saveur et selon son commendement, nous osons dire.
4. Em Inglês
Let us pray with confiance to the Father in the Words our Savior gave us.
5. Em Espanhol
Fieles a la recomendaciòn del Salvador y siguendo su divina enseñanza, nos atrevemos a decir.
6. Em Italiano
Obbedienti al comando del Salvatore e formati al suo divino insegnamento, osiamo dire.
7. Em Alemão
Dem wort unseres Herrn und Erlösers gehorsam und getreu seinem Auftrag wagen wir zu sprechen

1. Pai Nosso que estais nos Céus
2. Pater noster qui es incoelis
3. Notre Père qui es aux cieux
4. Our Father who are in heaven
5. Padre nuestro que estás en los cielos
6. Padre nostro che sei nei cieli
7. Vater unser im Himmel

1. Santificado seja o vosso nome
2. Sanctificetur nomem tuum
3. Que ton nom soit sanctifié
4. Hallowed be thy name
5. Santificado sea tu nombre
6. Sia santificato il tuo nome
7. Geheiligt werde dein Name

1. Venha a nós o vosso reino
2. Adveniat regnum tuum
3. Que ton règne vienne
4. Thy Kingdom come
5. Venga a nosotros tu reino
6. Venga il tuo regno
7. Dein reich Komme

1. Seja feita a vossa vontade assim n aterra como no céu
2. Fiat voluntas tua sicut in coelo et in terra
3. Que ta volunté soit faite sur la terre comme au ciel
4. Thy will be done on earth as it is in heaven
5. Hágase tu voluntad así en la tierra como en el cielo
6. Sia fatta la tua voluntá come in cielo cosí in terra
7. Dein willw geschehe wie im himmel so auf erden

1. O pão nosso de cada dia nos dai hoje
2. Panem nostrum quotidiannum da nobis hodie
3. Donne-nous aujourd’hui notre pain de ce jour
4. Give us thus day our daily bread
5. El pan nuestro de cada dia dánosle hoy
6. Dacci oggi il nostro pane quotidiano
7. Unser tägliches brot gib uns heute

1. Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido
2. Et dimitte nobis debita nostra sicut et nos dimittimus debito ribus nostris
3. Pardonne-nous nos offenses comme nous pardonnons aussi à ceux qui nous ont offensés
4. And forgive us our trespasses as we forgive those who trespass against us
5. Y perdónanos nuestras deudas así como nosotros perdonamos a nuestros deudores
6. E rimetti a noi I nostril debiti come noi li rimettiamo ai nostril debitori
7. Und vergib uns unsere schuld wie auch wwir vergeben unsern schuldigern

1. E não nos deixeis cair em tentação
2. Et ne nos inducas in tentationem
3. Et ne nous soumets pas à la tentation
4. And lead us not into temptation
5. Y no nos dejes caer en la tentación
6. E non ci indurre in tentazione
7. Und führe uns nicht in versuchung

1. Mas livrai-nos do mal
2. Sed libera bos a malo
3. Mais délivre.nous du mal
4. But deliver us from evil
5. Mas libranos del mal
6. Ma liberaci dal male
7. Sondern erlöse uns von dem bösen


Ou tudo ou nada

Ano C - XXV Domingo Comum

Nenhum servo pode servir a dois senhores…
Não podeis servir a Deus e ao dinheiro,

diz Jesus no Evangelho.

Por vezes as riquezas tornam-se tão importantes para nós, a ponto de condicionarem a nossa vida e o nosso destino.

Sabem como fazem os indígenas africanos para apanhar macacos?
Amarram bem. Num ramo, uma bolsa de couro na qual põem um pouco de arroz, de que os macacos são muito gulosos. O pequeno saco tem uma única abertura, estreitas para poder passar apenas a mão do animal. Quando a mão fica cheia de arroz, o macaco não pode retirá-la de dentro. Poderia abrir a mão, abandonando o alimento, mas não o faz, pois não quer perder nada. Enquanto se esforça por libertar-se do saco, é apanhado pelos indígenas.
O caso é patético: renunciar à própria liberdade por não abandonar o que se tem nas mãos.

E eu olho para as minhas mãos. Se rejeito bens temporais não é para ficar de mãos vazias, mas para possuir tudo por acréscimo. Não é o vazio que me atrai, mas a plenitude dum Reino que está preparado. Servir a Cristo é ganhar.

Na mesma página, Jesus elogia um administrador oportunista. Não é pela sua decisão que o elogia, mas sim pela esperteza. É a inépcia dos bons que faz o sucesso dos maus. Estes só são fortes, quando os bons são fracos.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Pai Nosso Franciscano

O Pai Nosso de cada dia (80)

Santíssimo Pai Nosso,
Nosso Criador, nosso Redentor, nosso Consolador.
Que estás nos Céus,
Nos anjos e nos santos:
Iluminando-os, porque tu és luz;
Inflamando-os, porque tu és amor;
Enchendo-os, porque tu és o sumo bem, o bem eterno.
Santificado seja o teu nome.
Ilumina a nossa inteligência para conhecer melhor:
A largueza dos teus benefícios,
A grandeza das tuas promessas,
A alteza da tua majestade,
A profundeza dos teus juízos.

Venha a nós o teu reino,
Onde a tua visão é clara, a tua caridade é perfeita,
A tua companhia é ditosa e o teu gozo é eterno.
Seja feita a tua vontade assim na terra como no céu,
Para te amarmos de todo o coração:
Sempre te amarmos de todo o coração:
Sempre em ti pensando, sempre a ti desejando.
E para amarmos o nosso próximo:
Atraindo todos ao teu amor,
Alegrando-nos dos seus bens,
Compadecendo-nos dos teus males.

O pão nosso de cada dia,
O teu dilecto Filho nosso Senhor Jesus Cristo,
Nos dai hoje
Para memória do amor que nos tem.

E perdoa as nossas ofensas
Pela tua inefável misericórdia,
Assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.
E o que não perdoamos faz que perdoemos;
A ninguém paguemos o mal com o mal;
A todos procuremos socorrer por teu amor.
E não nos deixes cair em tentação,
Oculta ou manifesta.
Mas livra-nos do mal
Passado, presente e futuro. Ámen.

(Cf. São Francisco de Assis citado por Francisco de Osuna, BAC, Madrid 1972, páginas 397-398).

O Perfume de Maria Madalena

5ª Feira - XXIV Semana Comum

Todos nós fazemos a mesma experiência do episódio do Evangelho de hoje:
- Também nos sentamos à mesa com Jesus
- Também partilhamos a mesma refeição
- Também ouvimos as suas parábolas
- Também choramos os nossos pecados
- Também somos perdoados
- Também sentimos a alegria de um grande amor
- Também ouvimos dizer - Vai em paz
Só me falta experimentar o cheiro do óleo perfumado que Maria Madalena usou para ungir os pés de Jesus - Um vaso de alabasto com Nardo puro.

Como no mês passado estive a peregrinar pela Terra Santa veio na minha bagagem um frasco de perfume Nardo de Maria Madalena.

Hoje, nas missas que celebrei, partilhei esse perfume.
Já que hoje esperimentei o perfume de Maria Madalena, espero experimentar também o seu arrependimento e a alegria do perdão.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Nossa Senhora das Dores

15 de Setembro
Nossa Senhora das Dores
ou as Dores de Nossa Senhora

Hoje não sei o que fazer:
- se contemplar a Senhora das Dores ou se contemplar as dores da Senhora.
- se fazer a lista das dores de Nossa Senhora ou se fazer a lista das minhas própias dores.
- se fazer a lista das alegrias de Nossa Senhora ou se fazer a lista das minhas próprias alegrias.


AS 7 DORES DE NOSSA SENHORA

1ª Dor - Profecia de Simeão
Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: Eis que este menino está destinado a ser ocasião de queda e elevação de muitos em Israel e sinal de contradição. Quanto a ti, uma espada te transpassará a alma (Lc 2,34-35).

2ª Dor - Fuga para o Egipto
O anjo do Senhor apareceu em sonho a José e disse: Levanta, toma o menino e a mãe, foge para o Egipto e fica lá até que te avise. Pois Herodes vai procurar o menino para matá-lo. Levantando-se, José tomou o menino e a mãe, e partiu para o Egipto (Mt 2,13-14).

3ª Dor - Maria procura Jesus em Jerusalém
Acabados os dias da festa da Páscoa, quando voltaram, o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que os pais o percebessem. Pensando que estivesse na caravana, andaram o caminho de um dia e o procuraram entre parentes e conhecidos. E, não o achando, voltaram a Jerusalém à procura dele (Lc 2,43b-45).

4ª Dor - Jesus encontra a Sua Mãe no caminho do Calvário
Ao conduzir Jesus, lançaram mão de um certo Simão de Cirene, que vinha do campo, e o encarregaram de levar a cruz atrás de Jesus. Seguia-o grande multidão de povo e de mulheres que batiam no peito e lamentavam-se (Lc 23,26-27).

5ª Dor - Maria ao pé da Cruz de Jesus
Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua Mãe, a irmã de sua Mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. Vendo a Mãe e, perto dela, o discípulo a quem amava, disse Jesus para a mãe: Mulher, eis aí o teu filho! Depois disse para o discípulo: Eis aí a tua Mãe! (Jo 19,15-27a).

6ª Dor - Maria recebe Jesus descido da Cruz
Chegada a tarde, porque era o dia da Preparação, isto é, a véspera de sábado, veio José de Arimateia, entrou decidido na casa de Pilatos e pediu o corpo de Jesus. Pilatos, então, deu o cadáver a José, que retirou o corpo da cruz (Mc 15,42).

7ª Dor - Maria deposita Jesus no Sepulcro
Os discípulos tiraram o corpo de Jesus e envolveram em faixas de linho com aromas, conforme é o costume de sepultar dos judeus. Havia perto do local, onde fora crucificado, um jardim, e no jardim um sepulcro novo onde ninguém ainda fora depositado. Foi ali que puseram Jesus (Jo 19,40-42a).


AS 7 ALEGRIAS DE NOSSA SENHORA

As Sete Alegrias de Nossa Senhora, chamada também de Coroa Seráfica ou Rosário Franciscano, compõe-se de sete mistérios em honra das sete alegrias de Nossa Senhora, consubstanciadas nos seguintes principais mistérios:

1. Encarnação do Verbo divino;

2. Visitação da Mãe de Deus à sua prima santa Isabel;

3. Nascimento de Jesus;

4. Adoração prestada ao Divino Infante pelos três reis magos;

5. Encontro de Jesus no Templo;

6. Jubilosa Ressurreição do Salvador;

7. Coroação da Virgem Imaculada no céu.

Pai Nosso Familiar

O Pai Nosso de cada dia (79)

Pai Nosso, pai de todos, mas mais especialmente pai deste lar, desta família…
Pai deste grupo reunido em vosso nome, pai deste ramo vivo cuja juventude e unidade vos pedimos que conserveis.
Pai d’aqueles que amamos, que são a nossa carne e o nosso sangue e que queremos que comunguem na mesma fé.
Venha a nós o vosso reino… que o vosso reino se espalhe pelo mundo… mas primeiro pelo coração destes vossos filhos aqui presentes para que reine nesta casa a paz e com ela a perseverança!
Permiti, Senhor, que façamos sempre a vossa vontade, nos submetermos à vossa lei e aceitarmos a vida e as suas responsabilidades, não como fardo de que nos desembaraçamos à primeira dificuldade, mas como um dever.
Dai-nos o pão nosso de cada dia! Esse pão necessário à subsistência, que dá forças e preserva da inquietação cruel, mas também o alimento das nossas almas, o pão espiritual que nos eleva e faz viver da verdadeira vida.
Perdoai-nos as nossas ofensas, porque todos nós precisamos da vossa misericórdia, conservai-nos na humildade e na caridade, para que, conhecendo os nossos defeitos, sejamos indulgentes para os outros, esquecidos das mágoas e prontos para a reconciliação.
Não nos deixeis cair em tentação mas livrai-nos de todo o mal! Afastai o espírito maligno desta morada; preservai-nos das ciladas do demónio, do perigo do egoísmo e da mediocridade; desviai de nós influências lamentáveis que perturbariam o ambiente de família e corromperiam os corações, para que todos permaneçam no vosso amor.

(Cf. N. DROTAT, S. S. Meditações a Dois, Ed. Franciscana 1968, páginas 129-130).

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Ladainha da Santa Cruz

14 de Setembro
Festa da Exaltação da Santa Cruz

Atentos à liturgia da festa de hoje, podemos fazer uma lista da variada maneira de apresentar a Cruz de Cristo.
Com essas expressões podemos então fazer uma espécie de LADAINHA:


A CRUZ de Cristo é:

- Escândalo para os judeus
- Loucura para os gentios
- Poder e sabedoria divina
- Insígnia triunfal
- Sinal invencível
- Chave do céu
- Penhor de eterna glória
- Sacrário de memória e vitória
- Nossa glória e salvação
- Exaltação de Cristo
- Cálice precioso da paixão
- Estandarte de Deus
- Árvore fecunda
- Tálamo do redentor
- Trono de Deus
- Árvore da vida
- Altar para o Corpo de Cristo
- Balança de resgate


Ó Cruz bendita, só tu nos abriste
os braços de Jesus, o Redentor!