Ano
A – XXXII domingo comum
Peço
licença a Jesus para adaptar a parábola dos talentos a uma nova nomenclatura.
Em
vez de falar de talentos ou de dinheiro, vou falar de trigo.
Um certo senhor antes de fazer uma viagem de longa duração chamou três amigos e a cada um entregou um saco de trigo para que zelassem por esse património e partiu.
- O primeiro amigo pegou no saco de trigo e foi semeá-lo. Depois de 120 dias, colheu 34 vez mais do que tinha semeado. De facto, cada grão de trigo produz uma espiga que contém, em média, 34 novos grãos. Assim, se semeasse apenas 100 sementes, colheria, por exemplo 3.400 novos grãos de trigo e por aí fora. No regresso do seu senhor pôde apresentar-lhe 34 vezes mais do que tinha recebido. E o senhor ficou muito contente pelo milagre da multiplicação do trigo que o seu amigo fizera.
- O
segundo amigo levou o saco de trigo para um moinho e transformou-o em farinha.
Assim que voltou o seu senhor, amassou essa farinha e fez uma fornada de pão que
entregou ao seu dono. E o senhor ficou muito feliz e satisfeito pelo que fizera
com o seu saco de trigo. O pão era mesmo saboroso e o seu amigo tinha sido verdadeiramente seu amigo.
- O
terceiro amigo levou a custo o saco de trigo sem saber vontade de fazer seja o
que for. Depositou-o na cave húmida e fechou a porta. Quando o seu senhor
regressou e o mandou chamar, voltou a carregar a muito custo o mesmo saco de trigo
e entregou-o inteiro ao seu dono. Este, ficou incomodado pelo cheiro a mofo que
saia do saco. O seu amigo não tinha feito nada para acrescentar ao que recebera,
antes pelo contrário, tinha estragado tudo de modo que já não servia para mais
nada. E o senhor ficou muito triste pela preguiça, má vontade e falta de
cuidado e a pouca amizade deste seu servo.
Conclusão:
O
trigo amontoado apodrece, mas espalhado frutifica.
O
trigo guardado não cresce nem alimenta, mas moído e amassado cresce e alimenta.
Assim
acontece com tudo o que temos ou recebemos na vida:
- Ou
multiplicamos com o nosso esforço e trabalho.
- Ou
transformamos com as nossas capacidades para nos servir mais e melhor.
É
preciso aproveitar as oportunidades que a vida nos dá e fazer alguma coisa.
Se
ficarmos parados e preguiçosos cometemos um duplo erro: não progredimos e
estregamos aquilo que temos.
À
margem:
Não
sabia que o trigo, o milho e o arroz eram considerados frutos. De facto, a
botânica chama-lhes cariopse, fruto típico das gramíneas. Quando alguém me
perguntar quais os frutos que eu mais consumo, terei de responder: arroz, trigo
ou milho.
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