terça-feira, 28 de novembro de 2023

Santuário de Pedras Vivas


3ª feira – XXXIV semana comum

A prodigiosa construção da Tenda da Aliança (cf Ex 25s), tal como, mais tarde, a do Templo de Salomão (cf 1Rs 5-6), é imagem de toda a Criação agrupando-se em torno do seu Senhor para O adorar e servir.  Da mesma forma que, segundo a narração da criação, o céu foi desdobrado como um toldo (cf Sl 104 [103],2), assim também a Tenda era constituída por painéis de tecido; do mesmo modo que as águas que estavam sob o firmamento foram separadas das que estavam por cima (cf Gn 1,7), assim também o véu do Templo separava o santo dos santos dos espaços envolventes. O candelabro de sete braços era igualmente símbolo dos luzeiros do céu, tal como cordeiros e pássaros representavam a abundância de seres vivos que habitam as águas, o solo e os ares. E, do mesmo modo que a terra foi confiada ao homem (cf Gn 1,28), cabia ao sumo sacerdote permanecer no santuário (cf Lv 21,10s).

Em lugar do Templo de Salomão, Cristo edificou um templo de pedras vivas (cf 1Pe 2,5), a comunhão dos santos, no centro do qual Ele permanece como sumo sacerdote eterno e sobre cujo altar é Ele próprio o sacrifício oferecido eternamente. E toda a criação participa desta liturgia.  Nem sequer os querubins, cujas figuras esculpidas montavam guarda ao santo dos santos, estão ausentes: agora, são os monges que, semelhantes aos anjos, não cessam de louvar a Deus dia e noite, na terra como no céu. Os seus cânticos de louvor convidam desde a aurora toda a criação a enaltecer em uníssono o Senhor.

Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído porque o verdadeiro santuário não é feito de pedras, mas de pessoas, pedras vivas. Tudo o que existe, vimos ou construímos é passageiro. Tudo passará para dar lugar ao eterno santuário de pedras vivas.

(Cf. Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein) (1891-1942) in A oração da Igreja)

 

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