3ª feira – XXXIV semana comum
A
prodigiosa construção da Tenda da Aliança (cf Ex 25s), tal como, mais tarde, a
do Templo de Salomão (cf 1Rs 5-6), é imagem de toda a Criação agrupando-se em
torno do seu Senhor para O adorar e servir. Da mesma forma que, segundo a narração da
criação, o céu foi desdobrado como um toldo (cf Sl 104 [103],2), assim também a
Tenda era constituída por painéis de tecido; do mesmo modo que as águas que
estavam sob o firmamento foram separadas das que estavam por cima (cf Gn 1,7),
assim também o véu do Templo separava o santo dos santos dos espaços
envolventes. O candelabro de sete braços era igualmente símbolo dos luzeiros do
céu, tal como cordeiros e pássaros representavam a abundância de seres vivos
que habitam as águas, o solo e os ares. E, do mesmo modo que a terra foi
confiada ao homem (cf Gn 1,28), cabia ao sumo sacerdote permanecer no santuário
(cf Lv 21,10s).
Em
lugar do Templo de Salomão, Cristo edificou um templo de pedras vivas (cf 1Pe
2,5), a comunhão dos santos, no centro do qual Ele permanece como sumo
sacerdote eterno e sobre cujo altar é Ele próprio o sacrifício oferecido
eternamente. E toda a criação participa desta liturgia. Nem sequer os querubins, cujas figuras
esculpidas montavam guarda ao santo dos santos, estão ausentes: agora, são os
monges que, semelhantes aos anjos, não cessam de louvar a Deus dia e noite, na
terra como no céu. Os seus cânticos de louvor convidam desde a aurora toda a
criação a enaltecer em uníssono o Senhor.
Dias
virão em que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre pedra: tudo
será destruído porque o verdadeiro santuário não é feito de pedras, mas de
pessoas, pedras vivas. Tudo o que existe, vimos ou construímos é passageiro. Tudo
passará para dar lugar ao eterno santuário de pedras vivas.
(Cf.
Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein) (1891-1942) in A oração da Igreja)
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