Ano A – XX domingo comum
Jesus não só ensina como mestre, mas também ensina através
das lições que nos chegam dos outros, muitas vezes onde ou de quem menos
esperamos. Foi o caso da lição de fé da mulher cananeia e da lição dos
cachorrinhos.
Essa criatura ensina-nos:
- O cachorrinho ensina a aceitar o último lugar. De facto o
cachorrinho, nas palavras de Jesus, só come depois dos filhos terem comido. É uma
atitude evangélica. Ser o último.
- O cachorrinho ensina a contentar-se com os restos, com as migalhas.
Não exige grandes coisas, mas alegra-se com aquilo que recebe.
- O cachorrinho ensina a ser agradecido e alegre. Não
protesta, mas participa som humildade e gratidão, respeitando os outros.
Há dias estava eu no adro da igreja quando as pessoas
chegavam para a missa.
Chegou um menino de três anos com os seus pais. Cumprimentei-os
e disse à criança.
- Que bom. Hoje trazes uma girafa à missa.
- Oh, senhor padre, diga-lhe para não trazer mais estes
bonecos à missa… porque não consigo convencê-lo – interveio a mãe.
- Não, não. Eu acho que também esses animais devem vir à
missa, cada um por sua vez. – E em voz mais forte para que todos ouvissem – Já que
as pessoas não querem vir à missa pelo menos esses animais marcam a sua
presença. Oh rapaz continua a trazer essas criaturas à igreja.
Quatro vezes todos
Na última Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa, o Papa
Francisco lembrou que a Igreja é para todos, todos, todos.
Isto criou impacto que até parecia uma revolução.
Mas afinal o Papa não falou nada de novo. Tudo isso está no
Evangelho.
A liturgia da palavra deste domingo é a confirmação.
Com todos – Na 1ª leitura, Isaías antevia a
casa do Senhor como casa de oração para todos os povos.
Por todos – O refrão do salmo lembrava que
todos os povos da terra louvavam o Senhor.
Para todos – Na carta aos Romanos
Paulo apresentava-se como o apóstolo de todos, não do judeus como acima de tudo
dos gentios.
De todos – Finalmente no trecho do Evangelho
Jesus fez uma excursão por terra pagãs porque ele veio para todos e deixou que
uma mulher cananeia, portanto pagã, desse uma lição de fé.
Deus, a comunidade, as bênçãos são para todos.
Mas atenção, tudo isto é para todos, mas todos devem
aproveitar todas as oportunidade.
O batismo é para todos sem discriminação, mas a participação
na comunidade também também é para todos e não só para os outros.
A igreja é para todos, mas a missa também deve ser para todos
e não apenas para os mais devotos.
A Eucaristia é para todos, mas a confissão também deve ser
para todos e não só por os outros.
O crisma deve ser para todos e não só para alguns, mas a
catequese deve ser também para todos e não só para os alguns mais entusiastas.
Conclusão – Somos uma igreja de todos, todos, todos. Não nos
contentemos em faszer parte de todos em apenas algumas coisas e faltando em
tantas outras coisas.
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