Ano A- II domingo da quaresma
Na primeira leitura Abraão é a prefigura de um romeiro
que sai da sua casa, sai da sua terra e vai pelos caminhos do mundo guiado pela
fé e esperança, movido pelo amor Àquele que o chamou e enviou.
Na página do evangelho assistimos à primeira romaria
quaresmal com a subido ao Monte Tabor. Jesus vai à frente, como em qualquer
romaria. Seguem-no Pedro, Tiago e João que representam respetivamente a comunidade
dos crentes, a comunidade dos triunfantes e a comunidade dos adoradores. Fazem
uma ascese, elevam o nível do seu esforço. Ouvem o Evangelho (Jesus), os
profetas (Elias) e a Lei (Moisés). Deixam envolver-se no mistério de Deus e
ficam diferentes porque melhores e melhores porque diferentes. Jesus
apresenta-se tal como é, desde o princípio – o Filho de Deus, glorioso e
resplandecente. E os discípulos voltam com novos olhos. Depois desta escalada
quaresmal ao Monte Tabor cada um regressa com uma nova e melhor versão de si
mesmos. Todos ficaram transfigurados.
Também os irmãos romeiros depois de uma romaria voltam
com uma melhor visão de Jesus Cristo. Regressam também com os olhos purificados
e com uma nova visão de si mesmos, da sua história, do seu futuro, da sua
família e da sua comunidade.
Só assim vale a pena fazer uma romaria quaresmal, só
assim vale a pena passar pelo caminho quaresmal.
Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2023
Ascese quaresmal, itinerário sinodal
O evangelho da Transfiguração é proclamado, cada ano,
no II domingo da Quaresma. Realmente, neste tempo litúrgico, o Senhor toma-nos
consigo e conduz-nos à parte. Na quaresma somos convidados a subir a um alto
monte juntamente com Jesus, para viver com o Povo santo de Deus uma particular experiência
de ascese.
À semelhança da subida de Jesus e dos discípulos ao
Monte Tabor, podemos dizer que o nosso caminho quaresmal é sinodal, porque percorremos
juntos pelo mesmo caminho, discípulos do único Mestre…
O caminho ascético quaresmal e, de modo semelhante, o
sinodal, têm como meta uma transfiguração, pessoal e eclesial.
O retiro quaresmal não é um fim em si mesmo, mas
prepara-nos para viver, com fé, esperança e amor, a paixão e a cruz, a fim de
chegarmos à ressurreição.
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