Ano A – I domingo da quaresma
1 - As mesmas tentações de sempre
As três tentações que 1 João 2 descreve
(concupiscência da carne, concupiscência dos olhos e soberba da vida) estão
contidas na tríplice tentação sobre a árvore do jardim pela serpente ao nosso
Primeiros Pais (o fruto era bom de comer, a árvore era bonita e conhecimento
divino). O primeiro Adão caiu no jardim. O novo Adão foi vitorioso no
anti-jardim, deserto. A tentação tripla do jardim foi repetida pelo Diabo
e Cristo os venceu em Sua natureza humana, bem como em Sua divina (para a qual
não havia tentação possível).
Luxúria da carne – o fruto era bom para comer
– transforma essas pedras em pão
Luxúria dos olhos – a árvore parecia boa – eu
te darei tudo isto se me adorares
Luxúria da vida – conhecimento divino –
atira-te daqui abaixo e todos ficarão maravilhados contigo
A Quaresma é o nosso tempo de oração, jejum e
esmola, que trabalham contra essas três tentações primordiais.
2 – Como vencer as
tentações
Primeira tentação consiste
em fazer da satisfação das necessidades materiais o objetivo absoluto da nossa
vida – vence-se esta tentação através do jejum, dizendo não ao pão do corpo
para dizermos sim ao pão do Espírito.
A segunda tentação
consiste em buscar o poder, o êxito ou o triunfo pessoal, por cima de tudo e a
qualquer preço – vence-se esta tentação pensando nos outros em vez de se
colocar no centro do mundo. A caridade e a esmola ajuda-nos a pensar não
primeiro em nós, mas nos outros.
A terceira tentação
consiste em procurar resolver o problema último da vida, sem riscos, lutas ou
esforços, usando Deus de maneira mágica e egoísta, ou seja, obter tudo de Deus
sem fazer nada por merecer. Vence-se esta tentação através da oração, do
diálogo com Deus.
3 – Combater na terra
e descansar no céu.
A quaresma não é
tempo para festejar, mas para reconstruir, edificar, reparar e remodelar a
nossa vida. É tempo de reformas e de fazer a manutenção necessária.
Primeiro temos de
transpirar para depois festejar.
4 – Lição do rio Amazonas
O pecado, o desleixo
ou a tentação é como o rio Amazonas, o maior rio do planeta Terra. Começa
fraquinho, mas depois vai se avolumando até tornar-se gigantesco. No princípio
uma criança pode brincar em suas águas. Depois nem o mais perito nadador
consegue atravessá-lo a nado. A Bíblia diz que um abismo chama outro abismo. No
início o rio é um fiozinho de água que se pode estancar com a ponta do dedo. Se
não o fizermos, vai-se avolumando de modo que tomará conta de nós. Estanquemos
o mal enquanto é pequenino.
4 – Ver também:
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