quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Toda a cruz é uma ponte


Festa de Santo André, Apóstolo

 

Ele foi a ponte, o mediador ou o intermediário entre o seu irmão Simão e Jesus, entre o rapazinho dos 5 pães e Jesus e ainda entre os gregos que queriam ver o seu Mestre e Jesus.

Mas a sua verdadeira e derradeira ponte foi a sua cruz.

Toda a cruz é uma ponte.

Há quem diga que a cruz é uma escada que nos leva ao céu.

Ou então é o altar da nossa imolação.

Nesta festa de Santo André contemplamos a sua cruz como uma verdadeira ponte, pois ele morreu como sempre viveu – como ponte, unindo os homens a Deus e Deus aos homens.
A sua cruz foi assim a sua verdadeira ponte com a qual se uniu ao seu Mestre e Senhor, o homem a Deus, a terra ao céu.

Certa vez um homem sonhou que era visitado por um anjo do Senhor que lhe disse:

- Vim trazer a tua cruz para que possas carregá-la na tua jornada.

Ele pegou a cruz e seguiu.

Quando ele já estava bem adiante na sua jornada, encontrou um homem que lhe disse:

- Como vais, tudo bem? O que estás a fazer com esta cruz? Estás maluco? Ela deve ser muito pesada.

E o outro respondeu:

- Não estou maluco não, cada um deve carregar a sua cruz. Mas esta realmente é pesada.

- Então por que não cortas um pedaço do pé da cruz? Vai ficar mais leve.

- Eu não posso fazer isso, esta é a minha cruz, eu tenho que carregá-la.

- Que tolice! Corta só um pedacinho, ninguém vai saber. Assim vai ficar mais leve para carregares.

E o homem convenceu-o a cortar um pedaço.

- Viste, não ficou mais leve?

- Sim, tinhas razão, só um pouco não vai fazer mal.

E ele continuou seguindo sua jornada.

Um bocado mais à frente na sua longa caminhada eis que ele encontra novamente o mesmo homem.

- Como vais? Continuas carregando isso aí? Pensei que tinhas aprendido a aliviar o peso da cruz.

- Sim, continuo carregando a minha cruz.

- Mas ela deve estar muito pesada. Por que não cortas mais um pouco? Vai ficar mais leve. Experimenta.

- Sim, pode ser, ninguém deu por nada da outra vez.

- Vamos cortar. Só que vamos cortar um pouco mais do que na outra vez para ela ficar bem mais leve.

Assim fez e depois seguiu a sua jornada.

Muito tempo depois ele avistou a cidade maravilhosa, cheia de ouro, pedras preciosas, prata. Era a visão mais maravilhosa que ele já teve em toda a sua vida. Era tão iluminada que não precisava do sol. Brilhava tanto...

Quando sem esperar ele se depara com um abismo e ele não entendeu o porquê do abismo. E tamanho era o desespero que ele começou a gritar e gritar e gritar:

- Socorro, ajudem-me, quero atravessar, alguém por favor me ajude, quero entrar na cidade!!!

Cansado de tanto gritar, ele viu do outro lado do abismo o anjo, aquele que lhe entregara a cruz. E o anjo perguntou-lhe:

- O que estás a fazer aí desse lado? Por que ainda não atravessaste?

- Como? Não vês o abismo que nos separa?

- Sim vejo – respondeu o anjo.

- Então, como é que eu vou atravessar?

- Onde está a ponte que eu te entreguei?

- Que ponte? Tu me entregaste uma cruz e ela está aqui comigo.

E o anjo disse:

- Então coloca-a no meio do abismo, porque o tamanho dela é exato para que possas atravessar.

Ao ouvir isto o homem caiu de joelhos e começa a chorar.

E todos nós sabemos porquê.

E foi então que acordou do seu sonho.

 

Ver também:

Ser apóstolo é ser ponte

 

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