sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Capa vermelha de Martinho


Memória de São Martinho de Tours

Bispo, 316-397

Capa de militar

A capa dos oficiais militares era de cor vermelha indiciando ardor e coragem. A cor vermelha tem a propriedade de ajudar a fortalecer o corpo trazendo mais energia e vigor.

 

Capa de nobreza

Os nobres vestiam-se de vermelho e passeavam solenemente num tapete vermelho. Era sinal de sangue real, de fortuna e prosperidade. O vermelho é uma cor primária e básica, isto é, não pode ser obtido da mistura de outras cores. É sinal de integridade e pureza.

 

Capa da caridade

O vermelho a cor dos frutos maduros, a cor do amor e da paixão porque é a cor do coração. Martinho partilhou esse fruto maduro que é a sua generosidade e caridade. Mais ainda, o vermelho é uma cor quente, que abafou o mendigo.

 

Capa de mártir

Mártir é todo aquele que se dá a Deus e aos outros. Martinho foi mártir na globalidade da sua vida como doação total a Deus e aos irmãos.

A capa vermelha dos mártires acolhe ou esconde o sangue derramado nas batalhas e combates por Deus.

 

Capa de bispo

Na Flagelação colocaram aos ombros de Jesus um manto vermelho. Ele é um rei que veio para servir e não para ser servido.

Os bispos usam também uma capa vermelha como servos dos servos. É sinal da alegria do serviço e do fogo do Espírito Santo que os anima e orienta.

 

Conclusão:

A capa de São Martinho é vermelha não por causa do vinho, nem por causa das papoilas deste dia, nem de cólera nem mesmo de vergonha.

É por causa do seu ardor e coragem (como militar) ou da sua integridade e pureza (como nobre) ou do seu coração (como caridoso) ou da sua doação total (como mártir) ou do seu serviço e fogo divino (como bispo).

 

À margem

A palavra Capela vem da Capa de São Martinho

A palavra capela tem a sua origem no vocabulário latino capella, diminutivo de cappa, que significa capa, logo capella seria uma capinha, uma capa pequena.

O vocábulo capella terá aparecido pela primeira vez por volta do ano 600 para designar um pedaço da capa de São Martinho.

De facto, São Martinho teria cortado a sua capa ao meio para dar metade a um pobre. Esse pedaço da capa, isto é, uma capinha, foi então guardado num relicário e conservado num oratório construído de propósito para aí poder ser visto e venerado estímulo e inspiração. A determinado momento o nome capella começou a ser aplicado ao oratório onde estava o relicário. O termo foi mais tarde alargado a outros relicários e passou a substituir a palavra oratório. Já no século XIII, a palavra aplicava-se a qualquer local consagrado ao culto religioso e, pouco a pouco, passou a designar um pequeno lugar separado na igreja onde há um altar, alargando-se depois a todos os locais de culto que não tinham o estatuto de igreja.

 

Ver também:

Capa partilhada

 

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