5ª
feira – III semana da quaresma
Logo que o demónio
saiu, o mudo falou.
Era um demónio
mudo.
É
o demónio da impureza e da desonestidade, isto é, todos os pecados contra o 6º
e o 9º mandamento, as más ações, os maus olhares, os maus desejos, as malícias
e a infidelidade matrimonial.
É
demónio mudo porque os pecados da impureza são praticados na calada, no segredo
ou no íntimo e porque são calados na confissão.
A
malícia fecha-nos a boca, isto é, torna-nos mudos em relação a Deus, na oração
e no testemunho. A oração torna-se difícil numa pessoa maliciosa, dominada pelo
demónio mudo.
Além
disso, torna-nos mudos porque não usamos da palavra para confessar e pedir
perdão desses pecados.
Finalmente
a malícia é demónio mudo porque nós mesmos não nos podemos corrigir, pois somos
como cães mudos quando calamos a voz da nossa consciência.
Santo
Agostinho dizia que, assim como a soberba povoou o inferno de anjos maus, a
desonestidade e a malícia enche-o de homens.
E
Santo Afonso acrescentava que todos os cristãos que são condenados, o são por
cauda da malícia, ou pelo menos, nunca sem ela.
O
Pe. António Vieira pregava que todo o pecado tem duas portas para entrar, e uma
só para sair que é a confissão.
Pecar
é abrir as portas ao demónio para que entre na alma. Pecar é emudecer, é calar. É abrir-lhe as portas para que entre e cerrar-lhe a porta para que não possa
sair.
…
Era um homem endemoninhado e mudo.
Endemoninhado
porque abriu as portas do pecado; mudo porque fechou a porta da confissão.
Sem comentários:
Enviar um comentário