Nasceu para ser padre.
Viveu para ser santo.
Morreu para ser eterno.
Para assinalar os 175 anos do
nascimento do Pe. Dehon (14 de março de 1843-2018), partilho, com algumas
adaptações, uma carta aberta ao ilustre aniversariante, da autoria do Pe. Zezinho, SCJ.
“Caro e quase-beato Pe. Dehon.
Discípulos de Cristo e teus companheiros de projeto,
pregadores da justiça e da paz, anunciadores da misericórdia e promotores do
diálogo em todos os níveis da sociedade continuamos a sonhar o teu sonho de uma
sociedade mais justa, governada pelo respeito dos direitos do ser humano, por
quem Cristo deu a própria vida.
O Coração de Jesus foi a tua razão de viver. Por ele
viveste e por ele morreste. Os direitos da família, das crianças e dos pais,
dos trabalhadores e dos empresários que oferecem trabalho ao povo norteou as
tuas pregações. Viveste ensinando a dignidade do trabalho que santifica,
liberta e aponta para Deus, que nunca deixou de trabalhar e de criar.
Lá, onde estás, no Coração do Cristo e no seu Mistério,
ora por nós a quem o povo chama de dehonianos. Deixaste-nos a herança do amor
ao Coração de Jesus como a tua maior riqueza.
Que nós, irmãos, padres, bispos, seminaristas e leigos
que bebemos de tuas ideias, sejamos dignos desta herança. Oramos a Deus por
termos a ti como nosso formador e mestre. Pedimos-te que ores pelos teus irmãos
e confrades de agora. O coração do mundo ainda não bate ao compasso do Coração
do Cristo! Que, a teu exemplo, saibamos viver e morrer por este sonho!
Querias uma sociedade em diálogo permanente à luz do
evangelho. Querias políticas justas e cristãos a defender e a propor leis
justas. Querias o clero no meio do povo, conhecedor dos seus sonhos e das suas
dores, e, se preciso, capazes de compaixão e de martírio em lugar do povo.
Esperamos ver nos altares, bem perto do lugar da
eucaristia, a tua imagem de homem que pensava além do seu tempo e apostava para
uma sociedade mais justa e mais livre porque estamos gratos pelo teu legado.
Que o povo a quem servimos nos veja como religiosos e
Sacerdotes do Coração de Jesus, profetas do amor e servidores da reconciliação,
homens de coração e de cabeça aberta, corações acolhedores e pregadores
incansáveis do diálogo e da misericórdia.”
NB. A expressão QUASE-BEATO foi atribuída pelo Papa
Francisco ao Pe. Dehon, na audiência aos Dehonianos no Capítulo Geral em 2015.
De facto o Pe. Dehon tem promulgado o decreto de aprovação de um milagre desde
2004, mas a cerimónia da sua beatificação ainda não tem data marcada.
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