Assinala-se hoje o 138º aniversário da
fundação da Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos) e da
Primeira Profissão Religiosa do Pe. Leão Dehon.
Podemos hoje associar-nos ao espírito com
que, ao longo da sua vida, o Pe. Dehon viveu este duplo aniversário.
Aniversário da fundação da Congregação e da
profissão religiosa do Pe. Dehon segundo ele mesmo:
1878 - Fundação
28 de junho: os meus votos. A 28 de junho
era a festa do Coração de Jesus. Fiz os meus votos. Era o meu maior
desejo. D. Thibaudier permitiu-mo. Ele sabia que havia mais de um ano que me
preparava para isso. Ele delegou o Reverendo Arcipreste para recebê-los. A
pequena cerimónia teve lugar no oratório de São João. O Pe. Rasset estava lá como
postulante, com dois Irmãos que não perseveraram. Duas Irmãs também
participaram. Entreguei-me sem reservas ao Coração de Jesus, e na minha mente, os meus votos eram já perpétuos. A minha emoção era bem profunda. Eu sentia
que tomava a cruz sobre o meu ombro dando-me a Nosso Senhor como padre
reparador e como fundador de um instituto novo. (Ao mesmo tempo que eu
fazia os meus três votos públicos, fazia o voto privado de vítima
segundo as orientações do Pe. Giraud). Esta data de 28 de junho de 1878
será sem dúvida guardada na Congregação como a data da sua fundação.
(NHV XIII)
1906 – 28º aniversário
28, é o aniversário, o 28º
aniversário dos meus primeiros votos. Que colheita de graças eu teria se
tivesse sido fiel!
(NQ 20)
1909 – 31º aniversário
28 de junho, trigésimo primeiro aniversário
dos meus primeiros votos. Que eventos desde então! Tanta gente a condenar a
congregação! Trinta e um anos de misericórdia divina, paciência divina! Perdão, Senhor, por um número infinito de faltas cometidas! Obrigado por uma
infinidade de graças recebidas! As Cruzes não faltam nestes dias, elas fazem-me
esperar graças divinas. A casa de Lovaina tem grandes dívidas que não me deixam
dormir; as esperanças de recursos em Espanha foram por água abaixo, um irmão
aqui teve imprudências que pôs toda a região a mexericar, recebo cartas pouco
amáveis de Mons e de Quévy… Aceitei de
bom grado este sacrifício pelo progresso da Congregação.
(NQ 24)
1915 – 37º aniversário
28 de junho. Trigésimo sétimo aniversário dos
meus primeiros votos juntamente com o de vítima que fazíamos então. São Paulo
disse no final da sua vida: "Terminei a minha carreira, fui fiel, a
recompensa espera-me" (cf.2 Tim 4,7-8). Eu termino a minha carreira,
também, mas quantas infidelidades! Não me atrevo a olhar por muito tempo.
Eu baixo a minha cabeça e os meus olhos ficam inchados. Tende misericórdia de
mim, Senhor, segundo a grandeza das vossas misericórdias! Chamam-me fundador
da Congregação e eu não o sou. É Nosso Senhor que é o único fundador. Eu, eu
sou apenas seu impedido. Em 1878, Nosso Senhor fazia-se ouvir aqui a uma alma que
tinha visões na oração muito admiráveis: "Sim, eu quero sacerdotes
vítimas, diga-lho, farei tudo, ele só tem de me deixar fazer e ser muito dócil
à minha voz e à minha graça." Nosso Senhor fez o seu trabalho, que ainda é
muito imperfeito. Ele fez isso com um instrumento sem valor, como Sansão
obteve vitórias com uma queixada de jumento. Assim a posteridade verá que
esta não é uma obra humana, mas uma obra bem sobrenatural. Tende
misericórdia de mim, Senhor!
(NQ 38)
1916 – 38º aniversário
Final de junho. Dias de Ação de Graças
e tumultos da guerra. A festa do Coração de Jesus é o 38º aniversário dos meus
votos. Desejo bem renovar-me e fortalecer-me nas disposições que o Senhor
espera de mim.
(NQ 40)
1922 – 44º aniversário
Junho. Este mês tem para mim aniversários
preciosos: 1de junho - confirmação; 4 - primeira comunhão; 6 - diaconado; 28
- votos religiosos. Tenho aproveitado pouco de tanta graça, espero que a
infinita misericórdia do Coração de Jesus, me perdoe.
(NQ 44)
1925 – 47º aniversário
A 28 de junho de 1878, a minha primeira
profissão e o meu voto de vítima, tão bem aceite por Nosso Senhor, que me valeu
seis anos de martírio: perda da saúde, da riqueza, dos pais, da estima
geral, o incêndio, os assaltos do demónio, até ao Consummatum est, que foi a condenação e supressão da Congregação
pela Santa Sé, a 3 de dezembro de 1883. A ressurreição veio a 24 de março de
1884, mas a cruz sempre foi a minha herança.
(NQ 45)
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