sexta-feira, 15 de junho de 2012

155ª Festa do Coração de Jesus



É pela centésima quinquagésima quinta vez que a Igreja Universal celebra a Festa do Coração de Jesus.

Foi o próprio Senhor que manifestou a Santa Margarida Maria o desejo de que o seu Coração fosse honrado publicamente por uma festa especial. Foi isto no ano de 1675. Eis como a religiosa de Paray-le-Monial se exprime:
“Estando eu diante do Santíssimo Sacramento, num dia da sua oitava, recebi do meu Deus graças excessivas de amor. Sentindo-me movida pelo desejo de lhe corresponder dalgum modo e pagar-lhe amor por amor, disse-me: Não podes dar-me maior prova do teu amor do que fazendo o que já tantas vezes te pedi, e, descobrindo-me o seu coração disse – eis aqui o Coração que tanto amou os homens, que a nada se poupou até se esgotar e consumir para lhes mostrar o seu amor, e por reconhecimento não recebo da maior parte senão ingratidões, pelos desprezos, irreverências, sacrilégios e friezas com que me tratam neste Sacramento de amor. Mas o que me é ainda mais doloroso é que são os corações que me são consagrados que assim procedem. É por isso que te peço que a primeira sexta-feira depois da oitava do Corpo de Jesus seja dedicada a uma festa particular para honrar o meu Coração, comungando nesse dia e oferecendo-lhe desagravos por actos de reparação, para expiar as indignidades que recebeu durante o tempo, que esteve exposto nos altares. Prometo-te que o meu Coração se há-de dilatar para difundir com abundância os efeitos do seu divino amor sobre todos aqueles que lhe prestarem esta homenagem e que fizerem com que touros lha prestem.”

Santa Margarida Maria bem como o seu director espiritual São Cláudio de La Colombière começaram logo com fervor e dedicação os seus esforços para realizar o desejo de Nosso Senhor manifestara. Encontraram grandes obstáculos tanto dos Janseistas, como da parte do Superior Geral da Companhia de Jesus e da Ordem da Visitação. A maior dificuldade vinha certamente da Santa Sé.
Várias tentativas em 1686, 1697, 1707, mas nunca felizes.
Entretanto alguns Bispos já tinham permitido a celebração da festa nas suas dioceses.
A Sagrada Congregação dos Ritos concedeu no dia 6 de Fevereiro de 1765 a celebração da Festa para o reino da Polónia.
O que resulta com clareza de todas estas vicissitudes históricas é que a Santa Sé para estabelecer a devoção ao Coração de Jesus não quis basear-se na revelação privada de Paray-le-Monial mas nos fundamentos que lhe fornecem a Sagrada Escritura e a Teologia.
Depois desta primeira aprovação oficial pela Santa Sé vinham de toda a parte pedidos para que o privilégio concedido à Polónia se tornasse extensivo a outras nações.
D. Maria Francisca obteve aos 7 de Julho de 1779 que a Festa se celebrasse em Portugal com rito duplo de primeira classe. Tratava-se sempre de privilégios.
Pio IX acolheu benignamente a súplica dos Bispos franceses e tornou a festa obrigatória para toda a Igreja com rito duplo maior, em 23 de Agosto de 1856

Hoje, não é de recear que de facto o coração deixe de servir como símbolo para evocar o amor; nada impede porém que sem suprimir o símbolo ponhamos mais o acento no amor.


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