terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Natal (23)


Em tempo de crise generalizada temos de nos centrar no essencial.

Eu pensava que assim devia ser, mas neste Natal sucedeu precisamente o contrário.


Li no Jornal da Madeira do dia 12 de Dezembro na página 9, o seguinte título:
“O que lembra o Natal é a morte do porco”

Outras declarações:

 “Este é, acima de tudo, um dia de festa, convívio e união entre familiares e amigos que, para muitos, é o que verdadeiramente marca a ‘Festa’ madeirense.”

“Natal sem a matança do porco não é Natal.”


Li também no Diário de Notícias, Madeira, do dia 21 de Dezembro, na página 29, outro título:

“Natal sem romagens não é Natal”

E mais declarações:

“Não consigo imaginar o Natal sem nenhuma romagem.”

“Acho que isto faz parte do ser do Madeirense no Natal.”


Também vi uma entrevista de rua na RTP Madeira:

“Para mim o Natal é sinónimo de Circo, pois se não for ao circo não parece que estou no Natal.”


E ainda, ouvi na Rádio:

“A primeira coisa que me faz lembrar que está a chegar o Natal é o cheiro a carne de vinho e alhos!

“Para mim é o cheiro ao bolo de mel… ou então dos junquilos!”


Afinal, a crise não conseguiu levar-nos ao essencial…

Eu pensava que o essencial do Natal fosse o EMANUEL, o Deus connosco!

O essencial do Natal não pode ser a morte do porco, nem as romagens ou as folias, nem as jantaradas, nem os cheiros variados, nem sequer os cânticos ou os presentes…

O essencial do Natal é o DEUS MENINO que nos é dado.



Perdoai-me, Senhor, este mau pensamento, mas parece que está tudo invertido.

Quando Jesus nasceu em Belém, os homens ficaram surpreendidos, pois esperavam um Messias Glorioso a descer do Céu e encontraram um Menino pobre e humilde no seio da terra.

Hoje a lógica humana continua a contrastar com os esquemas de Deus:

Em Belém os anjos cantavam:

Glória a Deus nos Céus; Paz na terra aos homens!

Hoje os homens querem cantar:

Paz nos Céus para Deus; E glória para nós cá na terra!

Isto é, que Deus fique em Paz no Céu, esquecido e sossegado lá em cima, que nós homens, viveremos em glória nesta terra, na mesa, na festança…

Nem sequer em tempo de crise pensamos no mais importante!

Que os homens, meus irmãos, me perdoem estes maus pensamentos, pois tenho a certeza de que Deus me perdoará a mim e a todos!

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