Ano A - IV Domingo Quaresma
Num grupo de jovens, estávamos a reflectir sobre o episódio evangélico da cura do cego de nascença. Pedi que cada um apresentasse uma condição dessa limitação física. Seleccionei estas quatro, que mostram a sensibilidade juvenil:
1º Um cego não pode piscar o olho. Antigamente, piscar o olho era sinal de declaração amorosa. Assim o cego estava impedido de manifestar, desse modo, os seus sentimentos. Jesus repõe-lhe essa capacidade.
2º Um cego só consegue ver com a ponta dos dedos. Ao ser curado, recupera a capacidade de conhecer, não só com a ponta dos dedos mas com todas as suas potencialidades.
3º Um cego conhece o mundo com os olhos dos outros. Por isso, Jesus ao curá-lo, está a devolver a possibilidade de fazer a sua própria experiência. Assim se compreende a reacção dos seus pais: “Perguntai-lho. Ele já tem idade para responder por ele próprio.”
4º Num cego, quais são as janelas da alma? Para uma pessoa comum, são os olhos... O cego de nascença tinha uma grande alma, por isso acreditou em Jesus. Este, curou-o, isto é, abriu-lhe o coração ou a alma. “O Principezinho” descobriu esse segredo: O essencial é invisível aos olhos. Só se vê bem com o coração”.
Também nós somos cegos? Perguntaram os ouvintes de Jesus e perguntemos também nós. E a resposta é sim, quando não nos comunicamos, quando não aprendemos com todo o nosso ser, quando não fazemos a nossa própria experiência e quando fechamos o nosso coração.
domingo, 3 de abril de 2011
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