"Quem é vivo, sempre aparece..."
Conheci um velhinho que raramente ia à missa. Mas no dia de Páscoa lá estava sempre.
- Porquê? É para se lembrar que afinal Deus ainda está vivo?
- Não. É para mostrar a Deus que eu ainda estou vivo. E para me lembrar a mim mesmo que preciso dos outros e que preciso de Deus. Ele pode contar assim comigo tal como os outros também.
A etimologia confirma o sentir deste homem. Parece-me que o verbo EXISTIR vem do latim “Ex-sistere”, que quer dizer sair de si. Só existe realmente quem sai de si mesmo, quem vai ao encontro dos outros, porque o homem é um ser em relação. Também o pronome pessoal EU, deriva de “Egeo”, verbo que significa necessito dos outros. É frente aos outros que eu me defino, no mais íntimo do meu ser.
Ao celebrarmos a Páscoa do Senhor, saboreemos a vida que partilhamos com Deus e com os outros. Mostremos que estamos vivos. Precisamos de Deus vivo para nos lembrarmos que não estamos sós. Precisamos dos outros para nos recordarmos que devemos estar disponíveis, porque também eles precisam de nós.
Se Cristo ressuscitou, se quis ficar eternamente vivo, é porque vale a pena viver e que a vida é bela. O melhor agradecimento dessa prova é vivermos com alegria, com Deus e com os outros.
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