Domingo de Ramos ou da Paixão do Senhor
Explicava eu que o Domingo de Ramos é também conhecido como o Domingo da Paixão.
- Porquê?
- Porque é lida a narração da Paixão de Jesus. E tu sabes o que é a Paixão?
- Eu não. Se fosse a minha paixão, eu sabia responder, mas a de Jesus não sei quem é.
- Quem é?! Que queres tu dizer?
- Então o senhor padre não sabe que a minha paixão é a Susana?
Percebi então que para aqueles garotos, uma paixão era um grande amor, uma pessoa concreta. Ter paixão é estar apaixonado por alguém. Pensei então em perguntar às pessoas mais crescidas o que era uma paixão. Responderam que era os sofrimentos que Jesus padeceu. Fiquei a pensar como seria diferente se se compreendesse a Paixão do Senhor como o seu grande amor.
Paixão dos homens é amor, paixão de Deus é sofrimento. Não serão dois aspectos da mesma realidade? O sofrimento não faz parte do amor e vice-versa?
Contemplemos o amor sem medida de Jesus na sua paixão, morte e ressurreição. Essa amor é a força dos fracos e a fraqueza dos fortes.
Todos nós nos revemos no Domingo da Paixão. Todos estamos envolvidos como acusadores ou como vítimas, flagelando e sendo flagelados, crucificando e sendo crucificados, tirando a liberdade e exigindo a nossa liberdade, ferindo e sendo feridos.
A paixão de Cristo é a nossa própria paixão porque um dia a nossa paixão foi a sua própria paixão.
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