quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

As Bem-aventuranças


Ano C - VI Domingo Comum

AUTO-RETRATO DE JESUS

O texto das Bem-aventuranças é uma pregação típica de Jesus. Ele declara felizes aqueles que vivem segundo a lógica divina. Não é um sermão qualquer, mas a sistematização daquilo que os ouvintes podiam observar na figura do mestre pregador. O verdadeiro sermão estava patente na figura e no estilo da sua vida. Jesus pregava o que vivia e vivia aquilo que pregava. Assim sendo, as Bem-aventuranças ou “felizes” é um autêntico auto-retrato de Jesus. Nos domingos anteriores o evangelho tem apresentado alguns aspectos de Jesus como profeta, mestre, Messias. Agora é a altura de apresentá-lo na sua integridade de vida, na fidelidade de uma câmara fotográfica.
Cada alínea é um traço característico da sua figura. Cada frase é um aspecto da sua personalidade. O que é que nós vemos neste auto-retrato?
Em primeiro lugar vemos uma pessoa feliz. Essa felicidade está para além do bem-estar físico, do ambiente circundante ou do simples prazer. É realmente feliz apesar de pobre, faminto, maltratado e perseguido. Estas circunstâncias não afectam a sua felicidade interior.
Vemos também, neste retrato, alguém de olhos postos nos outros. Jesus ergue os olhos para os seus discípulos. Não os olha com superioridade, mas valoriza e eleva todos aqueles para quem olha. Para além disso é alguém que fala de olhos abertos, isto é, com toda a atenção e envolvimento pessoal.
E podemos completar este auto-retrato com a transparência das suas lágrimas e moções, com o sorriso dos seus lábios, a serenidade de um injustamente perseguido…
O verdadeiro sermão das Bem-aventuranças é o próprio Jesus Cristo.
Felizes seremos quando formos como Ele. Até lá precisamos de dar a volta à nossa vida.
De facto logo após às quatro bem-aventuranças Jesus apresenta quatro “maldições” ou “ai de vós…”. Afinal nós somos uma espécie de medalha que tem frente e verso. Há uma proposta de felicidade, mas também o seu oposto. Perguntamos: De que lado nos colocamos? Somos uma peça valiosa. É preciso dar a cara e mostrar o que valemos, tal como Jesus o fez.



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