Génese de uma saudação
“Vivat Cor Jesu - per Cor Mariae!” (Viva o Coração de Jesus - pelo Coração de Maria!) não foi a primeira saudação em uso na Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus.
A primeira saudação, em vigor em 1881 parece ter sido: “Cor Jesu suavissimum amor noster!” (Coração de Jesus nosso amor suavíssimo!) como podemos ler nas cartas do Pe. París ao seu amigo Pe. Falleur e também nas cartas do Pe. Philippot.
Houve no entanto outras saudações. O Pe. Falleur escrevendo ao Pe. Captier: Cor Jesu Mysticum! (Coração Místico de Jesus!)
O Pe. Patrício Boulanger escreve: Vivat Cor Jesu! E ainda: Vivat Cor Jesu in corde nostro unice! (Viva o Coração de Jesus unido ao nosso coração!)
Esta última saudação também foi usada em 1883 pelo Pe. Jacob Herr ao escrever ao Pe. Falleur, e a mesma expressão na carta do Pe. Pedro Bertrand ao Pe. Falleur.
Em 1884 o Pe. Lamour escreve carta em que inicia com esta invocação: Vivat Cor Jesu mysticum per Cor Mariae! (Viva o Coração místico de Jesus pelo Coração de Maria!)
Pouco tempo depois aparece no mesmo remetente: Vivat Cor Jesu per Cor Mariae dolorissimum et Joseph! (Viva o Coração de Jesus pelo Coração doloríssimo de Maria e de José!)
Depois aparece: Vivat Cor Jesu per Cor Marie et Joseph.
A primeira vez que aparece a expressão simples, foi numa carta do Pe. París ao Pe. Falleur com data de 1884: Vivat Cor Jesu per Cor Mariae!
Conclusão: Em 1884 os nossos padres chegaram, através de várias ponderações, à actual fórmula oficial.
Em Junho do mesmo ano o Pe. Lamour explica:
O Coração de Jesus quer viver em nós, e é isto que pedimos a cada instante a fim de corresponder ao seu desejo. VIVAT COR JESU! É a vida de caridade.
Mas para reconhecer que ele tirou o seu Coração de sua Mãe, e que é por sua Mãe que ele quer comunicá-lo, nós ajuntamos PER COR MARIAE. Quer dizer que Maria é o modelo vivo e divino: forma Dei, no qual é preciso lançar tudo: pensamentos, palavras, actos, potências e faculdades do nosso ser a fim de que ela una tudo ao Coração do seu Filho que é a fonte da vida, como o Coração de Maria é o poço, o canal, o mediador e o órgão. (AD. B 19/4-7)
Nos escritos do Pe. Dehon
Nos anos de 1880-1882 Pe. Dehon termina muitas vezes as cartas com – Tout vôtre (e às vezes acrescenta dévoué, in Corde Jesu. (Todo vosso devotado no Coração de Jesus)
Vivat Cor Jesu (sem o per Cor Mariae) encontra-se pela primeira vez como conclusão da carta sem data do Pe. Dehon à Ir. Maria do Coração de Jesus (Chère Mère), a 14 ou 15 de Dezembro de 1882.
A Chère Mère ao escrever, nesse mesmo ano ao Pe. Dehon, também saúda com a expressão – Vivat, vivat Cor Jesu, e uma vez até – Vivat, vivat Cor Jesu in corde nostro unice.
O Pe. Dehon, depois escreve algumas vezes, 1883 e 1884 – Vivat Cor Jesu!
A partir de 1884, depois do Consummatum est, o Pe. Dehon usa várias invocações e sempre no fim das cartas como despedida espiritual:
Vivat Cor Jesu mysticum per Cor Mariae dolorissimum!
Vivat Cor Jesu, vinculum unitatis!
Vivat Cor Jesu in corde nostro!
Benedicat vos Cord Jesu!
Que le Coeur de Jesus vous dénisse!
Vivat, vivat semper Cor Jesu!
Vivat Cor Jesu in corde nostro unice!
Je vous bénis in Corde Jesu!
Nos anos de 1885-1886 o mote Vivat Cor Jesu per Cor Mariae superou todas as demais invocações até então usadas e deve ter-se tornado comum para todos os padres.
Nas Notes Quotidiennes, conclui as notas dos dias 12 e 16 de Fevereiro de 1886 com Vivat Cor Jesu per Cor Mariae.
A 24 de Dezembro de 1886 D. Thibaudier, na sua qualidade de Bispo de Soissons e de Superior da Congregação, anuindo ao pedido do Pe. Dehon, aprova o mote Vivat Cor Jesu per Cor Mariae e estendo-o a todo o Instituto como invocação própria. (AD B 21/3)
Conferir: P. A. Vassena, Breve hostória do Vivat Cor Jesu per Cor Mariae e da sigla SCJ, in Dehoniana, Ano VIII – nº 42, Janeiro 1979, Pag 20-24
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