Memória
Obrigatória
Nota
Histórica
Ângelo José Roncálli nasceu em Sotto il Monte (Bérgamo), em 1881. Ordenado presbítero em 1904, foi secretário do bispo de Bérgamo. Entre 1921 e 1953 serviu a Sé Apostólica na Bulgária, Turquia, Grécia e França. Em 1953 foi nomeado cardeal patriarca de Veneza. Foi eleito papa em 1958. Convocou o Sínodo Romano, instituiu a Comissão para a revisão do Código de Direito Canónico e convocou o Segundo Concílio Ecuménico do Vaticano. Morreu na tarde do dia 3 de junho de 1963.
Missa
Comum
dos pastores da Igreja: para um papa.
Antífona de entrada
O
Senhor o escolheu como sumo sacerdote
e
abriu-lhe o tesouro de todas as suas bênçãos.
Ou: Cf. Sir 50, 1; 44, 16.22
Eis
o sumo sacerdote, que na sua vida agradou ao Senhor.
Por
isso, com juramento, o Senhor o engrandeceu no meio do seu povo.
Oração coleta
Deus
todo-poderoso e eterno,
que,
no papa são João XXIII,
fizestes
resplandecer em todo o mundo
a
imagem viva de Cristo, bom pastor,
concedei-nos,
pela sua intercessão,
a
graça de difundir com alegria a plenitude da caridade cristã.
Por
nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e
convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por
todos os séculos dos séculos.
Oração sobre as oblatas
Recebei,
Senhor, o sacrifício do vosso povo
e
fazei que estes dons,
oferecidos
para vossa glória, em honra de são João XXIII,
sejam
para nós fonte de salvação eterna.
Por
Cristo nosso Senhor.
Antífona da comunhão Cf. Jo 10, 11
O
bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas.
Oração depois da comunhão
A
comunhão deste sacramento, Senhor,
faça
crescer em nós o ardor da caridade de são João XXIII.
que
o levava a entregar-se totalmente ao serviço da Igreja.
Por
Cristo nosso Senhor.
Liturgia
das Horas
Ofício de Leitura
SEGUNDA
LEITURA
Das
alocuções de São João XXIII, papa
(Abertura
solene do Concílio Ecuménico Vaticano II, 11 de Outubro de 1962: AAS 54 [1962],
786-787. 792-793)
A
Igreja é mãe amabilíssima de todos os homens
Alegra-se
a Santa Mãe Igreja, porque, por singular dom da Divina Providência, amanheceu
finalmente o dia tão esperado, em que se inaugura o Concílio Ecuménico Vaticano
II, aqui, junto do túmulo de São Pedro, sob a proteção da Santíssima Virgem, de
quem celebramos hoje com alegria a dignidade de Mãe de Deus.
Depois
de quase vinte séculos, as situações e os problemas gravíssimos que a
humanidade deve enfrentar não mudam. Na realidade, Cristo ocupa sempre o posto
central da história e da vida: os homens ou aderem a Ele e à sua Igreja – e
então gozam da luz, da bondade, da ordem justa e do benefício da paz – , ou
vivem sem Ele e contra Ele, e permanecem deliberadamente fora da Igreja – e por
isso se estabelece a confusão entre eles, as relações mútuas tornam-se
difíceis, ameaça o perigo de guerras sangrentas.
Ao
iniciar-se o Concílio Ecuménico Vaticano II, é evidente como nunca que a
verdade do Senhor permanece eternamente (Salmo 118 (119), 89). De facto, vemos
como de uma época para outra as incertas opiniões dos homens se contradizem
mutuamente e muitas vezes os erros se dissipam logo ao nascer como a névoa ao
despontar o sol.
Sempre
a Igreja se opôs a estes erros, muitas vezes até os condenou com severidade.
Nos nossos dias, porém, a Esposa de Cristo prefere usar a medicina da
misericórdia, em vez de recorrer às armas do rigor; ela pensa que é melhor ir
ao encontro das necessidades atuais mostrando a validez da sua doutrina do que
recorrendo às condenações. Não é porque faltem doutrinas falsas, opiniões e
ideias perigosas, contra as quais nos devemos precaver e opor, mas porque todas
estas coisas estão tão abertamente em contradição com os retos princípios da
honestidade e produziram frutos tão perniciosos que hoje os homens parecem
espontaneamente inclinados a reprová-las, sobretudo aquelas formas de viver que
ignoram a Deus e a sua lei, a confiança excessiva nos progressos da técnica e o
bem-estar fundado exclusivamente na comodidade da vida. Estão sempre cada vez
mais conscientes de que a dignidade humana e o seu conveniente aperfeiçoamento
é uma questão de suma importância e muito difícil de realizar. O que mais
importa é terem aprendido com a experiência que a violência causada aos outros,
o poder das armas e o predomínio político não contribuem para a feliz solução
dos gravíssimos problemas que os atormentam.
Neste
estado de coisas, a Igreja Católica, elevando por meio deste Concílio Ecuménico
o farol da verdade religiosa, quer manifestar-se como mãe amável de todos,
benigna, paciente, cheia de misericórdia e de bondade para com os filhos dela
separados. Ao género humano oprimido por tantas dificuldades ela diz como Pedro
ao pobre que lhe pedia esmola: “Não tenho ouro nem prata, mas dou-te o que
tenho. Em nome de Jesus Nazareno, levanta-te e anda” (At 3, 6).
Quer
dizer, a Igreja não oferece riquezas caducas aos homens de hoje, nem lhes
promete uma felicidade só terrena, mas torna-os participantes da graça divina,
que, elevando-os à dignidade de filhos de Deus, se converte numa poderosa
defesa e ajuda para uma vida mais humana; abre a fonte da sua doutrina vivificadora
que permite aos homens, iluminados pela luz de Cristo, compreender bem aquilo
que são realmente, a sua excelsa dignidade, a meta a que devem tender. Além
disso, por meio dos seus filhos, estende por toda a parte a plenitude da
caridade cristã, que, mais que nenhuma outra coisa contribui para erradicar a
discórdia, nada havendo mais eficaz para fomentar a concórdia, a paz justa e a
união fraterna de todos.
Responsório cf. Mt 16, 18; Salmo 47 (48), 9
R.
Disse Jesus a Simão: Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja.
* E as forças do Inferno não prevalecerão contra ela.
V.
Deus consolidou-a para sempre. * E as forças do Inferno não prevalecerão contra
ela.
Ver
também:
Obediência e paz de João XXIII
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