Solenidade do Sagrado Coração de Jesus
O
coração funciona através de dois movimentos:
Sístole
– Movimento de contração, em que o sangue é bombeado para o corpo (SAÍDA);
Diástole
– Movimento de relaxamento, em que o coração se enche de sangue (ENTRADA).
Saída
– Coração aberto donde saiu Sangue e Água, a Igreja e os Sacramentos. Donde nos
vem todas as graças.
Entrada
– Coração aberto onde podemos entrar, encontrar refúgio e descansar.
Somos
como uma pomba que se refugia na fenda dos rochedos.
Contemplar o Coração aberto de Jesus é contemplar uma porta sempre aberta com dois movimentos – como saída e como entrada. Não só porta aberta para poder sair todas as graças. Mas também porta aberta para podermos entrar e descansar. Não só porta de saída para nos dar o manancial das suas graças, dando tudo. Como também porta de entrada para que a nossa humildade possa entrar e ficar.
Reflexão
do Pe. Dehon, in Diretório Espiritual.
Aprendei
de mim que sou manso e humilde de coração (Mt 11,29).
Sede
simples como as pombas (Mt 10,16).
A
pomba é um símbolo gracioso, um distintivo de simplicidade, de humildade, de
pureza, de doçura. O olhar da pomba é puro, direito e firme. Como o da alma
simples e humilde. É fixo e não se detém sobre múltiplos objetos. Assim a alma
simples vai direita a Deus em tudo, sem mistura de olhares humanos, de
raciocínios interesseiros. Também o nosso olhar deve fixar-se unicamente no
Coração de Jesus, a fim de fazermos tudo por Seu amor…
Mal
a pomba começa o seu voo, logo descansa (Sl 55, 7). Para onde a conduz o seu
voo? Ela eleva-se acima da terra e não para como o corvo para satisfazer os
seus apetites carnais. A pomba vai direita à oliveira simbólica.
Assim deve ser o voo da nossa alma. Deve elevar-se acima da terra pela renúncia, pela oração e pela união com Deus. Deve dirigir-se para a oliveira da paz que é Nosso Senhor, vê-l’O em tudo e unir-se a Ele em toda a parte e sempre. Deve ir muitas vezes esconder-se na fenda do rochedo, isto é, no Coração de Jesus, onde encontrará refúgio.
O
Coração de Jesus em Portugal
A Basílica
da Estrela constitui um dos monumentos mais notáveis do séc. XVIII, existentes
na cidade de Lisboa. Foi mandada erigir pela Rainha D. Maria I e dedicada ao
Santíssimo Coração de Jesus, cumprindo a promessa de que o faria se tivesse um
herdeiro ao trono. O Sagrado Coração de Jesus simboliza o amor de Deus pela
humanidade. D. Maria I foi a grande impulsionadora desta devoção em Portugal
sendo que no ano de 1777, a seu pedido, foi aprovada para Portugal a Festa do
Sagrado Coração de Jesus. A Basílica da Estrela constitui a primeira igreja a
nível mundial dedicada ao Santíssimo Coração de Jesus. Ao lado da Basílica e
anteriormente à sua construção, a soberana mandou construir um Convento de
Carmelitas descalças.
Maria nasceu a 17 de dezembro de 1734. Casou a 6 de junho de 1760 com o rei D. Pedro III, tendo sido aclamada Rainha de Portugal em 1777. Face a vários acontecimentos dramáticos que muito perturbariam a saúde da Rainha, foi-lhe diagnosticada uma doença mental irreversível, assumindo o filho mais novo, D. João, a regência do reino, posteriormente, D. João VI. Em 1787 a Família Real foi forçada a partir para o Brasil na sequência das invasões francesas, onde viria a falecer no ano de 1816. Os seus restos mortais seriam trasladados para a Basílica da Estrela em 1822. O Túmulo de D. Maria I é imponente, em mármore branco e negro.
O
Coração de Jesus em Fátima.
O
centro do Recinto da esplanada do Santuário de Fátima é inequivocamente marcado
pela estátua do Coração de Jesus que, desde 1931, oferece clarividente chave
cristológica para todo o conjunto edificado. Embora nos projetos iniciais
referentes ao poço, da autoria de Gerardus van Krieken (1864-1933) estivesse
prevista uma imagem mariana, foi a escultura de Cristo mostrando o Seu coração
que veio a ser colocada a presidir ao monumento erguido sobre as fontes de
água.
Provavelmente
de fatura francesa, as origens desta peça continuam por aclarar, sendo
verosímil ter sido uma oferta relacionada com maria do Carmo Pinheiro de Melo
(1897-1986), Duquesa de Palmela, que, em carta dirigia a ao Bispo de Leiria, se
refere a uma imagem do Sagrado Coração de Jesus que até àquela data se
encontrava sem o culto que lhe era devido.
A
peça de liga de ferro fundida com aplicação de folha de ouro, segue a
iconografia clássica do Sagrado Coração de Jesus, mostrando o Redentor com a
face barbada, de braços abertos e em atitude, ao mesmo tempo, de pontífice e de
acolhimento, envergando túnica de amplas mangas e com manto distendido a
tiracolo. Sobre o peito, em relevo, mostra-se, inscrito num resplendor, o
coração flamejante cercado de espinhos, coroado por cruz por entre a chama e
com o lado aberto. Nas mãos e nos pés porquanto é a imagem de Cristo
Ressuscitado, veem-se também as marcas dos cravos. Aliado ao facto de se
encontrar sobre o fontenário, este monumento é verdadeiramente uma alegoria ao
Coração de Jesus como fonte de água-viva (tirareis água, do aldo aberto jorrou
sangue e água…)
O
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