domingo, 26 de junho de 2022

Chamando e enviando


Ano C – XIII domingo comum

Jesus continua a ensinar. E faz isso através das crianças, através da comunidade ou através das coisas simples.

 

Aprendendo com as crianças

No passado domingo duas dezenas de crianças fizeram a sua primeira comunhão. Comungar, na linguagem dos santos, é como que beijar Jesus ou deixar que Jesus nos beije. Tal como o pai e a mãe nunca esquecem o primeiro beijo que deram ao filho recém-nascido, assim também não podemos esquecer a nossa primeira comunhão, o nosso primeiro beijo ao amigo Jesus.

Oito dias depois as crianças vieram à missa e à comunhão. De facto, não podem passar uma semana sem vir beijar o seu amigo Jesus ou sem receber um beijo seu. Quanto a mim, não quero passar um único dia sem dar ou acolher um beijo a Jesus.

Quando este grupo de crianças da primeira Comunhão regressou à catequese, visitando a Igreja, alguém exclamou ao entrar na igreja:

- Este lugar traz-me boas recordações.

De facto, não podemos esquecer o nosso primeiro beijo…

A igreja é um lugar de boas recordações, um lugar de felicidade.

 

Aprendendo com a comunidade

Ao meditar sobre o envio dos profetas ou discípulos nas leituras de hoje, sintetizei numa frase:

- Deus precisa de mim, porque o mundo precisa de Deus.

Para envolver a assembleia, quis dizer sozinho a primeira parte e o povo completava com a segunda, apontando para mim, para ti e para nós:

- Deus precisa de mim

         Porque o mundo precisa de Deus.

- Deus precisa de ti

         Porque o mundo precisa de Deus.

- Deus precisa de nós

         Porque o mundo precisa de Deus.

Mas aconteceu algo especial.

Na primeira vez, todos responderam com entusiasmo.

Na segunda vez, responderam a meio gás,

Por fim, na terceira vez, quase ninguém se fez ouvir.

Isto quer dizer muita coisa. Quando é a nossa vez de nos comprometermos pelo Reino, parece faltar entusiasmo. Para os outros, tudo bem. Quando nos toca, somos mais cautelosos

 

Aprendendo com as coisas:

O relógio

Jesus ao convidar alguns discípulos para os enviar em missão ouviu a mesma resposta:

- Mais tarde… Deixa-me primeiro despedir-me da minha família, ou deixa primeiro ficar ao lado do meu pai enquanto puder.

Então qual é o problema?

É que o nosso relógio não está acertado com o relógio de Deus. Pensamos que o nosso tempo é que deve ditar o horário ou calendário de Deus.

 

O carro

Jesus conclui o trecho de evangelho de hoje dizendo:

Quem tiver lançado as mãos ao arado e olhar para trás não serve para o reino de Deus.

O retrovisor do automóvel é menor do que o para-brisa. É porque o caminho que temos pela frente é mais importante do que o que ficou para trás.

Não se vai para frente olhando-se pelo retrovisor.

Nunca vi ninguém correr a olhar para trás e vencer a corrida.

 

A marcha-atrás

Há um conjunto de órgãos que orientam o corpo humano para a frente. Os olhos e o nariz. Os joelhos e os cotovelos são articulados de modo a facilitarem o movimento frontal. Dos órgãos sensoriais apenas os ouvidos estão implantados de lado, a fim de permitir apanhar os sons em estereofonia.

É preciso olhar para a frente. Um cristão não tem marcha-atrás.

 

Conclusão:

Nós fomos feitos para ir em frente.

Não vale a pena olhar para trás, para o que já foi, mas para a frente é que é o caminho. Aliás, se estamos a seguir a Jesus, não podemos olhar para trás porque Ele vai à nossa frente. É preciso pôr os olhos nele e avançar para alcança-lo.

 

Ver também:

O cristão não tem marcha-atrás

Olhar para trás

 

 

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