5ª feira – XXVII semana comum
Se
algum de vós tiver um amigo, poderá ter de ir a sua casa à meia-noite, para lhe
dizer: Amigo, empresta-me três pães…
1º - Este amigo a quem pedimos socorro é Cristo: Já não vos chamo servos, mas a vós chamei-vos amigos (Jo 15,15).
2º - Temos de nos aproximar deste Amigo de noite, isto é, no silêncio da noite,
e isto porque, no silêncio da noite, temos de bater através da oração, como diz
Isaías: A minha alma suspira por ti de
noite (Is 26,9).
3º - O amigo que chega de viagem é o nosso espírito, que regressa a nós
tantas vezes quantas se afastou em busca dos bens temporais. É o prazer que
leva este amigo a afastar-se, mas a tribulação trá-lo de volta, como está dito
mais adiante a propósito do filho pródigo
que se afastou por causa da luxúria e que regressou por causa da miséria (Lc
15, 11-32).
4º - Não
tenho pão. Aquele que regressa entra em si mesmo, mas encontra-se vazio da consolação do alimento espiritual. É preciso,
pois, ir pedir ao Amigo verdadeiro três pães para este amigo faminto.
5º - Esses
três pães são a fé, a esperança e a
caridade, pelas quais é nomeada uma tripla virtude na alma, a fim de que
assim se realize a graça e a trindade das virtudes pelas quais a imagem de Deus
se forma na alma.
Cf. S. Boaventura, comentário ao Evangelho
de S. Lucas.
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