O Pai Nosso de cada dia (127)
Pai.
Por
natureza e graça, nos comunicastes o ser, os sentidos e os movimentos naturais,
bem como a essência da graça, isto é, o seu movimento, que nos faz viver.
Nosso.
Porque,
com a concessão liberal da vossa bondade, gerais em cada dia muitos filhos
segundo o ser espiritual da graça e do amor.
Que estais nos céus.
Quer
dizer, que habitais admiravelmente naqueles que são chamados a viver no Céu,
isto é, que estão firmes no vosso amor, sempre movidos pela assiduidade dos
desejos sublimes, como se estivessem ornados de estrelas, o mesmo é dizer, de
virtudes.
Santificado seja o vosso
nome.
Realize-se
em mim, sem nada de terreno, o vosso nome, com a purificação de todos os afetos
mundanos.
Venha a nós o vosso
reino.
Reina
inteiramente e sempre em mim, não só para que não haja nenhum movimento ou ato
contra os vossos preceitos, mas para que todas as minhas ações sejam feitas com
a aprovação da vossa providência. São Bernardo, no comentário septuagésimo
terceiro ao Cântico dos Cânticos, expõe esta matéria do segundo advento,
dizendo: «Oh se acabasse já este mundo e se manifestasse o vosso reino! Isto é
o que ardentemente deseja a esposa, ou seja, a Igreja».
Seja feita a vossa
vontade.
Nos
homens da terra como nos habitantes do Céu, isto é, nos firmes, nos que sempre
estão em crescimento, ornados de estrelas, como acima dissemos.
O pão nosso de cada dia.
Ó
Pai, se não mandardes, lá do alto, o pão do fervor e da consolação espiritual,
todos os dias e a todas as horas, depressa desfaleceremos e iremos procurar pão
vilíssimo de consolações exteriores. Enviai-nos, Pai benigníssimo, as migalhas
daquela mesa opulentíssima, pois se com elas (quer dizer, com os atos de amor
unitivo) não for alimentado todos os dias, perderei por certo, o vigor da
fortaleza.
Perdoai-nos as nossas
dívidas.
Perdoai
o castigo devido até pelos mais leves pecados. Detesto-os, odeio-os, porque
fazem obscurecer o raio da vossa luz e tornam tíbio o fervor do meu amor.
Não nos deixeis cair em
tentação.
Quanto
mais Vos amo, benigníssimo Senhor, mais temo separar-me de Vós, considerando a
fragilidade da minha carne e a astúcia das investidas do inimigo.
Não
permitais, que alguma vez eu ceda às suas carícias ou ciladas, mas livrai-me
das muitas inclinações para o mal, bem como das penas do Purgatório, na medida
em que podem adiar a vossa dulcíssima visão.
Cf. Secretariado Nacional de Liturgia
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