Círculo vicioso
Um diretor de empresa gritou com o seu secretário porque
estava maldisposto nesse momento.
O secretário, ao chegar a casa, gritou com a esposa,
acusando-a de gastar muito dinheiro nas compras que fizera.
A esposa gritou com a empregada porque quebrou um copo.
A empregada deu um pontapé no cão porque a fez tropeçar.
O cão saiu a correr e mordeu numa velhinha que lentamente
caminhava pelo passeio.
A velhinha foi ao hospital para vacinar-se e gritou com o médico
porque a injeção foi dolorosa.
O médico ao chegar a casa gritou com a mãe porque a sopa
tinha muito sal.
E a mãe, tolerante e com toda a delicadeza, acariciou os
cabelos dos filhos, dizendo:
- Meu querido, eu sei que vens
cansado. Parece-me que trabalhas demasiado. Vai tomar um duche reconfortante,
enquanto eu preparo o teu prato favorito e verás como ficarás muito melhor.
Nesse momento quebrou-se o
círculo do ódio e da violência porque chocou com a doçura e o amor.
Começámos o novo sob o signo da
violência e da guerra, numa cadeia de ódio que gera ódio. Gandhi dizia que
fazer o mal para conseguir o bem, seria como recorrer a ajuda de Satanás para
chegar até Deus. A não-violência, a solidariedade, o compromisso pessoal e o
perdão, são as únicas armas dos pobres contra os senhores da guerra. Só o amor
vence o ódio. Os caminhos da violência nunca podem trazer autênticas soluções
aos problemas da humanidade. É preciso romper o círculo da violência e quebrar
a injustiça infinita dos homens.
Mensagem do 50º Dia Mundial da Paz 2017
Isto vem a propósito da Mensagem
do Santo Padre Francisco para o 50º dia Mundial da Paz que nos convida a fazer
da não-violência ativa o nosso estilo de vida. De facto é este o tema escolhido
pelo Papa – A não-violência: estilo de uma política para a paz.
Desde o nível local e diário até
ao nível da ordem mundial, possa a não-violência tornar-se o estilo
característico das nossas decisões, dos nossos relacionamentos, das nossas
ações, da política em todas as suas formas.
A violência não é o remédio para
o nosso mundo dilacerado.
A não-violência não é rendição,
negligência e passividade.
Exemplos de construtores da paz
pela não-violência:
Mahatma Gandhi, Khan Abdul Ghaffar Khan, Martin
Luther King Jr, Leymah Gbowee,
O Sermão da Montanha é o manual da
estratégia da não-violência para a construção da paz.
Se a origem donde brota a violência é o coração humano,
então é fundamental começar por percorrer a senda da não-violência dentro da
família. Esta constitui o cadinho indispensável no qual cônjuges, pais e
filhos, irmãos e irmãs aprendem a comunicar e a cuidar uns dos outros
desinteressadamente e conde os atritos, ou mesmo os conflitos, devem ser
superados, não pela força, mas com o diálogo, o respeito, a busca do bem do outro,
a misericórdia e o perdão. A partir da família, a alegria do amor propaga-se
pelo mundo, irradiando para toda a sociedade.
Oração
Todos desejamos a paz;
Muitas pessoas a constroem todos os dias com pequenos
gestos;
Muitos sofrem e suportam pacientemente a dificuldade de
tantas tentativas para a construir.
No ano de 2017, comprometemo-nos, através da oração e da
ação, a tornar-nos pessoas que baniram dos seus corações, palavras e gestos a
violência, e a construir comunidades não-violentas, que cuidem da casa comum.
Nada é impossível, se nos dirigimos a Deus na oração.
Todos podemos ser construtores da paz.
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