quinta-feira, 3 de novembro de 2016

O pastor e a ovelha perdida

5ª feira - XXXI semana comum 

Novas versões da parábola da ovelha perdida

Versão banda desenhada














Versão participativa
Jesus começou a contar esta história aos seus discípulos:
- Havia um pastor que tinha cem ovelhas. Uma delas tinha uma pata coxa e por isso chegava sempre atrasada. Um dia o pastor quando chegou a casa começou a contar as ovelhas para certificar-se de que estavam todas no seu lugar. Foi contando à medida que iam entrando no curral. A sua surpresa foi grande quando se deu conta de que só havia noventa e nove, de modo que voltou a contar para certificar-se. Quando comprovou que faltava uma, verificou que aquela que faltava era, precisamente, a ovelha que tinha uma pata coxa. Entretanto tinha caído já a noite e começara a chover, de modo que o pastor pôs-se a pensar se devia procurar a ovelha perdida ou se devia cuidar das noventa e nove que estavam no curral. Por sua vez a ovelha coxa, ia perdendo cada vez mais o seu rumo. Balia com todas as suas forças, mas ninguém a ouvia. Tinha medo de tudo o que se movia, das sombras e dos ruídos. E a chuva não facilitava a sua corrida, pois a sua pata deficiente enterrava-se na lama e sem apoio não podia erguer-se. Começou a ouvir os uivos dos lobos lá ao longe e o seu coração começou a bater tão forte que nada mais conseguiu ouvir. Num momento de desespero deu um salto e foi cair no fundo de um barranco. Atolada na lama, deixou-se ficar à espera que alguém a socorresse… Na casa do pastor já as luzes estavam apagadas, mas o pastor não conseguia dormir. Um turbilhão de pensamentos pairava na sua mente ao pensar na ovelha perdida - Porque é que ela não se esforça mais para acompanhar o ritmo das outras? Eu não tenho culpa dela ter nascido assim deficiente. Amanhã vou dar uma volta e encontrá-la abrigada nalgum refúgio perto do curral. O que não posso é descuidar daquelas que estão no curral… pelo menos essas não são descuidadas nem deficientes. Não posso expor ao perigo tantas ovelhas perfeitas. Além disso também não me posso expor a essa chuva… correria o risco de ficar doente e prejudicar todo o rebanho. E com todas estas argumentações o pastor deixou-se ficar e adormeceu no aconchego dos lençóis. A ovelha perdida já não sentia nenhuma pata… a água chegava-lhe ao pescoço. Queria levantar-se, mas não conseguia. Fechou a boa, mas em pouco tempo a água começou a entrar pelo seu focinho e fechando os olhos, desistiu de tudo…”
Quando os discípulos ouviram o desfecho desta história mostraram-se revoltados pela atitude do pastor. Não podiam acreditar que um bom pastor deixasse morrer assim uma ovelha, ainda por cima coxa e numa noite de perigos. Nenhum pastor, digno deste nome, faria isso. Disseram então a Jesus:
- Isso é o cúmulo. Um pastor que se preze nunca abandonaria assim uma ovelha. Ele não merece ser chamado pastor.
Então Jesus replicou:
- Mas ele ficou a cuidar das outras noventa e nove…
Eles replicaram:
- Não senhor, ele não pensava em nenhuma ovelha, apenas pensava em si… Não quis incomodar-se… Ele não tinha amor às suas ovelhas.
E Jesus concluiu:
- Vós dizeis bem. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas. Só um verdadeiro pastor deixa as noventa e nove perfeitas para ir procurar a ovelha coxa que se atrasou. Só um belo pastor é capaz de se esquecer a si mesmo e pensar só nas suas ovelhas e fazer tudo por elas.
E os discípulos, quando repetiam a história que Jesus lhes tinha contado diziam apenas:
"Quem de vós, que possua cem ovelhas e tenha perdido uma delas, não deixa as outras noventa e nove no deserto, para ir à procura da que anda perdida, até a encontrar? Quando a encontra, põe-na alegremente aos ombros e, ao chegar a casa, chama os amigos e vizinhos e diz-lhes: Alegrai-vos comigo porque encontrei a minha ovelha perdida."

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