segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Nossa Senhora da Misericórdia
















Por coincidência, no Ano Jubilar da Misericórdia, fui nomeado pároco de uma igreja que tem como Titular Nossa Senhora da Misericórdia.
Porquê este título?
Diz a história que a 22 de junho de 1690 foi emanado um alvará do Bispo dos Açores, Frei Clemente Vieira para a construção de uma capela junto a um albergue para romeiros no sítio do Cabouco, em São Miguel. Daí a invocação de Nossa Senhora da Misericórdia, pois acolher os peregrinos é uma das 7 obras corporais de misericórdia.
A primeira missa na ermida com essa invocação foi celebrada a 22 de abril de 1961. Em 1859 concluiu-se a construção do atual templo que foi sendo alvo de melhoramentos ao longo dos anos. Em 1985 foi elevada a Paróquia, deixando de ser curato sufragâneo da Paróquia de Nossa Senhora do Rosário, na Lagoa.
Assim reza a história. Primeiro exerceu-se as obras de misericórdia… e depois quis-se invocar aquela que é chamada Mãe de Misericórdia.






















Dos sermões do Pe. António Vieira:

A virgem Maria é mãe de misericórdia.
O objeto da misericórdia é a miséria.
Logo para a parte da miséria, e dos que a padecem, há-de propender a Mãe da misericórdia.
A mãe de Deus se chama mãe de misericórdia porque é propriedade particular que a senhora tomou para si favorecer os miseráveis.

A figura que parece mais própria desta misericórdia da Virgem Maria, é a que pintou o poeta Estácio na descrição do templo que os Atenienses dedicaram à mesma misericórdia.
E que diz Estácio?
Diz, que naquele templo pôs seu assento a Clemência, e que os miseráveis são os que lho consagraram.
Diz mais, que de dia e de noite tem as portas abertas e que as queixas e petições de todos os que a ele concorrem são ouvidas.
Diz ainda, que não se veem ali fumos de incenso nem sangue de vítimas, porque os sacrifícios que se oferecem são somente lágrimas e gemidos.
Finalmente conclui que o templo da Misericórdia está sempre cheio de pobres e miseráveis, todos tremendo: e que só os felizes e bem-aventurados não conhecem aqueles altares.

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