5ª feira - IV Semana da Quaresma
Adaptação da pregação do Papa Francisco, desta manhã:
Rezar
é como falar com um amigo: por isso a oração deve ser livre, corajosa,
insistente até chegar a repreender o Senhor.
É
este breve manual de oração do livro do Êxodo (32, 7-14) que narra a oração de
Moisés pelo povo que tinha caído no pecado gravíssimo da idolatria. O Senhor
repreende Moisés e diz-lhe: Vai, desce, porque o teu povo, que fizeste sair da
terra do Egipto, se perverteu.
Então
Moisés começa a sua oração, uma verdadeira luta com Deus. É a luta do chefe do
povo para salvar o seu povo, que é o povo de Deus.
E
fazendo assim ensina-nos rezar: sem medo, livremente, até com insistência.
Moisés insiste, é corajoso: a oração deve ser sempre assim!
De
facto, pronunciar palavras e nada mais não significa rezar. Devemos saber
também negociar com Deus. Precisamente como faz Moisés, recordando a Deus, com
argumentações, a relação que tem com o seu povo. Portanto, procura convencer a
Deus que se derramasse a sua ira contra o povo faria uma triste figura diante
de todos os egípcios.
A
oração obteve bom êxito porque no final Moisés consegue convencer o Senhor.
Mas
quando lemos, na última palavra do trecho, que o Senhor se arrepende e muda a
atitude, devemos perguntar: Quem mudou deveras? O Senhor? Eu acredito que não,
pois quem mudou foi Moisés. Porque ele acreditava que o Senhor teria destruído
o povo.
Depois
do diálogo directo com Deus, Moisés desceu do monte com novas forças. Conheceu
mais o Senhor. E com aquela força que lhe tinha dado retoma a sua missão de
guiar o povo rumo à terra prometida. Portanto a oração reforça-nos.
Que
o Senhor conceda a todos nós esta graça, porque rezar é uma graça.
Ao
Espírito Santo devemos pedir para nos ensinar a rezar como rezava Moisés, a
negociar com Deus com liberdade de espírito e com coragem.
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